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Eleições

Para prefeito de São Paulo, vote em mim

Lanço minha candidatura a melhor prefeito de São Paulo. Prometo só duas coisas: desfazer tudo o que Haddad fez e jogar videogame por 4 anos.

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Fernando Haddad andando de bicicleta numa ciclofaixa.

Após o debate dos candidatos à prefeitura paulistana na Globo, sem outra alternativa, vejo-me forçado a lançar oficialmente minha candidatura a prefeito de São Paulo 2016. Prometo ser o melhor prefeito que essa cidade já teve. Tenho apenas duas propostas:

1) Revogar tudo o que o Haddad fez;

2) Dormir e jogar videogame por 4 anos.

De acordo com o programa de Fernando Haddad, os eleitores paulistanos decidirão nas urnas neste domingo entre “inclusão e retrocesso”. Inauguro aqui minha campanha: faça parte da Equipe Retrocesso. Nenhuma eleição é mais fácil de ganhar do que prometendo uma São Paulo 2012. Venha comigo lutar pela volta de São Paulo até 4 anos atrás, com a #EquipeRetrocesso.

Podemos ter como símbolo o ciclista que matou um pedestre debaixo do minhocão (aquele do Maluf, que o Haddad cumprimentou alegre, serelepe e pimpão junto a Lula quando lançou sua candidatura). Vote por uma São Paulo pré-2013 sem riscos – e SEM CRACOLÂNDIA E CICLOFAIXA.

Vocês detestavam o Maluf Rota na Rua, preferiram depois os amigos do PCC que tiveram mil chances de sair do PT depois do mensalão, mas não desistiram. Vocês detestavam o Pitta, mas votaram sem medo no candidato que sacudiu a mão do mentor dele depois. Está na hora de lembrar do que falarão às portas do Inferno e se arrepender enquanto é tempo.

Fernando Haddad grafita Pato Donald em muroVocês zoaram o cara do aerotrem por causa do órgão excretor – mas NEM AEROTREM EXCRETA TANTO EM PÚBLICO quanto as ciclofaixas do prefeito grafiteiro!

São Paulo precisa do seu voto para pensar no futuro: no futuro de 2012. Podemos pegar um atalho pela pista expressa da marginal, sem medo de raddar! Chegaremos a 2022 antes de qualquer um, com Revéillon numa Paulista que possa ser diferenciada a olho nu da Crackolândia, mesmo aos domingos!

Minhas propostas:

Saúde: Passem bem. Se o Haddad fez algo pela saúde, está desfeito. Se o Haddad revogou algo da saúde, está aprovado. Se perguntarem por mim, estarei jogando Theme Hospital.

Educação: Ex-ministro da Educação que fale “cabeçário” vai ter de ir pro MOBRAL sendo filmado no esquema BBB enquanto isso. O Ministério da Educação estará proibido de pisar na cidade. Qualquer referência a Paulo Freire, o secretário de Educação de Luiza Erundina que inventou a aprovação automática, mandará o comentador automaticamente para Osasco. Está revogado tudo o que o Haddad fez no ministério da Educação também. Também vamos inaugurar não uma base da PM na USP, mas transformar a Cidade Universitária num quartel gerido pelas Forças Armadas, exigindo flexões e abdominais diários de todas as feministas.

De resto, não saiam de casa e aprendam pela iTunes U. De cara, também acabamos com o trânsito e a violência noturna.

Segurança: Bandido bom é bandido morto (#ChoraFreixo). Qualquer marginal que tentar tirar a vida ou fruto do trabalho de alguém perde completamente o seu direito de não tomar tiro na cara e porrada na cadeia. Cidadãos que se livrem de bandidos serão condecorados como heróis nacionais. A #EquipeRetrocesso também já desenha seu Projeto para demolir a Crackolândia e criar uma réplica da Marienplatz no lugar.

Turismo: Gigantesca estátua de Fernando Haddad com trajes de Judas e distribuição de ovos para serem atirados no Vale do Anhangabaú.

Transportes: Não terá mais Tatto mandando em transporte desde a época de Celso Daniel. Descobrir por que raios 94% dos ônibus incendiados em 2014 eram de concessionárias, enquanto só 6% de cooperativas, sendo que estas são 60% da frota da cidade. Acabar com todas as empresas com consórcio com a prefeitura e inaugurar um regime de CONCESSÃO ZERO de dinheiro do pagador de imposto para empresa.

Cemitérios: Vamos privatizar, Erundina. Aliás, o que tiver pela frente nós vamos privatizar. Enquanto eu estiver terminando The Witcher 3, não me interrompam: a resposta é sempre: “Privatiza, privatiza!”

Sobretudo: QUALQUER TINTA VERMELHA NO CHÃO É CONSIDERADA LIBERADA PARA TODOS OS TRANSPORTES POSSÍVEIS, sejam caminhões de 32 eixos, tratores, rolos compressores, monopostos de Fórmula 1, empilhadeiras, jegues, bigas, patins, pogobol – desde que não empaquem o trânsito.

Por uma cidade em que ciclistas não acreditem que estão na Índia e que são a vaca!

Vote em mim, por uma São Paulo deshaddadizada. Prometo revogar Haddad de São Paulo, pegar todo o salário da prefeitura, ir morar na Europa e me preocupar apenas com meu Playstation. É disso que São Paulo precisa, caro eleitor!

Espalhem seu novo candidato para seus amigos com a #EquipeRetrocesso.

Ah, e também proponho adicionar um adendo ao lema de nossa cidade: NON DVCOR DVCO – e a mais de 50 por hora, cazzo! Legalizem a terceira marcha!

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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