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Música

Por que você deveria ouvir Kind of Blue do Miles Davis

O álbum "Kind of Blue" de Miles Davis continua genial mesmo depois de quase 6 décadas. É o que mostra nosso analista cultural Gabriel Vince.

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Miles Davis - King of Blue

Escrever sobre um dos maiores discos de todos os tempos sem dizer o que todo mundo já disse não é tarefa fácil pra ninguém. Apesar de ser considerado um “masterpiece” do Jazz, a idéia do disco surgiu de um incômodo de Miles Davis com os rumos do próprio Jazz, que estava se tornando cada vez mais complexo, chato e Miles Davis via isso como um obstáculo ao processo criativo e ao improviso. Resumindo em termos técnicos: nesse disco nasce o jazz modal em uma clara reação contrária ao bebop e o hard bop.

Sabe aquela pessoa que diz que Jazz é um saco? Aquela, que todos os donos de sebo de cabelo branco, com cheiro de mofo e pseudo-entendidos de música olham com desprezo? Então, o próprio Miles Davis concordaria com ele.

Embora seja um disco complexo e com melodias elaboradíssimas, não é um disco “difícil” de se ouvir como é o Brilliant Corners do Thelonious Monk (que é um disco genial também), lançado dois anos antes. Kind of Blue um disco que conseguiu grande apreço do público quanto da crítica. Se tornou sucesso de vendas e superou comercialmente discos de Rock – o que no Jazz é uma empreitada magnífica (e quase um milagre).

Kind of Blue rejuvenesceu um estilo que desde aquela época já era considerado música de senhores de meia-idade, ou de gente chata que usa suéter e freqüentava a “USP da época”.

Infelizmente, anos depois, os donos de sebo de cabelo branco, com cheiro de mofo e pseudo-entendidos de música, retomaram pra si a propriedade de Kind of Blue, que hoje é exposto nas prateleiras como troféu em uma dessas lojas semi-falidas como um ar de “disco de velho chato”.

Não se engane, Kind of Blue tem a complexidade de um Thelonious Monk e um frescor jovial de Buddy Holly.

 

Nota 10.

A propósito, eu tenho um blog de reviews de discos de Blues e Jazz que tenta fugir um pouco do pedantismo típico dos admiradores do estilo, pra quem quiser dar uma olhada, segue o link:
https://jazz-and-blues-review.blogspot.com.br/

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Assuntos:
Gabriel Vince

Gabriel Vince é designer, jornalista e publicitário em formação. Curador esporádico de mostras de filmes em Campinas, no Museu da Imagem e do Som da cidade e, como Olavo de Carvalho, não é de direita, nem de esquerda, nem de porra nenhuma. É da mamãe. De vez em quando posta alguma coisa no Medium, acessa lá: https://medium.com/@gabrielvince

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