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Violência

Forças Armadas no Rio de Janeiro: Afinal, qual seria a outra opção?

A solução é mais complexa do que o uso das Forças Armadas. Mas este clichê também é muito fácil. Quem sofre com o crime tem urgência.

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Forças Armadas no Rio de Janeiro.

Temer assina decreto para Forças Armadas patrulharem o Rio de Janeiro. É fácil bancar o gênio da oitava série e fazer uma analogia com ditadura (além de “30 bilhões de brasileiros saídos da miséria”, é o outro lado do único bite de cérebro que restou a alguns). Falar em estudar História, blá blá blá.

Mas esse tipo de coisa é a mais elitista possível (sim, você pode ser elitista e ainda ser um eleitor do PSOL afrescalhado baixo Leblon Fora Temer sexo anal contra o capital).

São décadas de descaso com a segurança pública carioca, e tudo gera uma violência ideológica. Mais exatamente, desde que um dos piores seres humanos que já pisou no Brasil governou o Rio de Janeiro: Leonel Brizola, o caudilho lançado à vida pública pelo ditador Getúlio Vargas (que matou sozinho 6 vezes mais do que a ditadura militar matou em 21 anos).

Trabalhista da velha guarda, Brizola misturou criminosos comuns com os ideólogos comunistas que antes eram separados. Com a troca de inteligência, logo as favelas estariam dominadas pelo crime organizado: o Comando Vermelho não surgiu do nada e nem tem “Vermelho” em seu nome por mera coincidência. As favelas, uma “periferia” onde não havia a lei da classe mais abastada da sociedade, foram invadindo todo o espaço público e o crime ideológico tomou conta de praticamente todas elas.

Após décadas de descaso e falta de inteligência em tratar o crime organizado como algo diferente de um crime famélico ou da violência endêmica, ao contrário do que parece, é fácil dizer que a situação é mais complexa do que mandar as Forças Armadas cuidarem de tudo: o problema do Rio de Janeiro é estrutural, aquela ladainha toda, pensar nas gerações futuras etc. Mas, além de tudo, é muito mais moral do que educacional: não é com balanceamento de equações químicas que o crime diminui, e sim com moralidade. Uma “pequena” variável que a empáfia dos comentadores, jurando que descobriram a pólvora ao dizer que a situação é mais difícil do que parece, adoram esquecer.

Mas e a população que mais sofre com a violência – que é justamente a população mais pobre –, como fica enquanto sociólogos do Leblon discutem na Globo e nas reuniões convocadas pelo PSOL no DCE da UFRJ? Ela precisa, sinto muito dizer, de um alívio imediato. Ninguém diz que Forças Armadas são solução. Como ninguém acha que torniquete é cirurgia.

Queiram ou não, as Forças Armadas têm funções a cumprir, além de não servirem para nada além de dar salário para alguns e ser o único órgão do Estado achincalhado por quem quer Estado total, como quer a esquerda. E é nestas horas que ela serve para algo: quando se vive uma situação de guerra, lá estarão as Forças Armadas.

Neste momento, não se trata de “intervenção militar” ou algo semelhante à ditadura: as Forças Armadas estão no Rio de Janeiro justamente para proteger quem mais precisa de proteção: o trabalhador de baixa renda, de moral, que prefere a ordem à demonização da ordem, não caindo na idéia de que policial e bandido, de que autoridade e força, são a mesma coisa.

Mas é óbvio que a esquerda e a Rede Globo (que não se sabe mais como, fora a falta de atualização, é odiada pela esquerda, se ambas defendem o mesmo) demonizam as Forças Armadas.

Será que esquerda e progressistas conseguem pensar no bem-estar dos habitantes das favelas que não vêem e não são defendidos – ou seja, aqueles que não estão envolvidos com tráfico de drogas e criminalidade?

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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