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Música & Economia & Liberdade

Acadêmicos de Milton Friedman – Dare to Taste Liber Tea

Acadêmicos de Milton Friedman é o primeiro grupo de samba alternativo e liberal da história lança seu primeiro EP. Por Gabriel Vince

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Acadêmicos de Milton Friedman - Dare to Taste Liber Tea

Analisando o cenário econômico em 2005, Chris Anderson, editor-chefe da Revista Wired, popularizou o conceito de “long tail” em seu aclamado livro The Long Tail: Why the Future of Business is Selling Less of More.

“Long tail” refere-se às infinitas possibilidades de segmentação que são possíveis de se encontrar hoje em dia no mercado; as combinações de variadas palavras-chaves que trazem buscas por nichos tão específicos que parecem convergir para um cenário de completa personalização.

A especificidade de um grupo que mistura samba, rock, jazz e que leva nome de um economista liberal talvez seja algo que nem mesmo Chris Anderson poderia imaginar.

Acadêmicos de Milton Friedman talvez seja o pioneiro dos grupos de samba alternativo com críticas ferrenhas ao socialismo, defesa da propriedade privada e saudações ao livre comércio.

Especificidade não é apenas o que é notável nesse conjunto. Com músicas muito bem executadas e letras afiadas, repletas de críticas e bom-humor, o grupo é, sem dúvida, uma das melhores, mais interessantes e mais peculiares coisas que surgiu nos últimos anos na música alternativa.

Acadêmicos de Milton Friedman já eram conhecidos com alguns vídeos no Youtube e agora lançaram oficialmente seu primeiro disco, intitulado Dare to Taste Liber Tea, já disponível no Spotfy, Google Play e iTunes.

Acadêmicos de Milton Friedman

Você pode até tentar, mas não será mais maneiro que isso.

João Nogueira e Jopa Velozo, que sempre aparecem pitorescamente vestidos de cartolas, óculos e botas (num estilo meio steampunk) – são os que conduzem a banda, com composições ferinas e bastante interessantes.

As duas primeiras músicas do disco, San Bastiat e Privada Presidência, resumem um panorama bastante conhecido do brasileiro.

Primeiro, uma crítica a manifestação política da “cultua do quilingue” nacional (caso não saiba, assista o que é “cultura do quilingue“, veja essa reportagem do Documento Trololó) – exposta no “Brasilex Free”: algo que começa no estudante que “quer meia-entrada pra ver o filme do Godard” e termina no ciclo vicioso, onde temos “todos querendo viver a custa do Estado, e o Estado vivendo a custa de todos”.

A segunda música, atinge diretamente figurões da cleptonarquia imperante na chamada “Pátria Grande”: dona Dilma Rousseff, seu Lula, seu Fidel, seu Maduro, dona Cristina Kirchner, além dos intelectuais que os legitimam, como dona Marilena Chauí, e o seu ódio financiado de R$ 23 mil do “contribuinte” contra a classe-média.

Ruiz Eleutério surge na terceira música como um herói em meio a todo esse lodo. Ele pula os muros da escola, desafia as autoridades e vai vender suas limonadas, numa banquinha na feira – nas brechas das autorizações e licitações do Estado – que o persegue como um criminoso.

A quarta música, Good Intentions, é executada com participação especial MC Professor Will.

Esta rendeu um excelente clipe que pode ser conferido abaixo:

[su_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=nQDN11Rusfs”]

De forma didática, os Acadêmicos explicam o mecanismo sistêmico de “boas intenções” que faz crescer o controle estatal sobre a sociedade civil e as várias maneiras que isso se exprime em prejuízo para aqueles que supostamente seriam ajudados. O inferno está cheio de boas intenções, já dizia T.S. Elliot e Bruce Dickinson.

Eis que chegamos então à Señorito Satisfecho, última música e melhor do álbum, feito em parceria com MC Dudossauro.

A pegada bem mais puxada para o Rock do que para o Samba é coerente com o tipo de letra, que é um soco na barriga do jovem revolucionário.

Jopa e João não economizam palavras para expor o ridículo da mentalidade bovina e submissa que se esconde por trás de discursos que dizem evocar exatamente o contrário: afinal, é cômico ver o número de abobados que dizem lutar contra a opressão ao mesmo tempo que lambem botas dos piores ditadores da história.

Se você não conhece Acadêmicos de Milton Friedman, não perca mais seu tempo. Recomende para seus amigos, antes que eles se transformem nisso:

[su_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=c_O-a5J7av4″]

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Gabriel Vince

Gabriel Vince é designer, jornalista e publicitário em formação. Curador esporádico de mostras de filmes em Campinas, no Museu da Imagem e do Som da cidade e, como Olavo de Carvalho, não é de direita, nem de esquerda, nem de porra nenhuma. É da mamãe. De vez em quando posta alguma coisa no Medium, acessa lá: https://medium.com/@gabrielvince

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