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Educação

UFABC terá aula obrigatória de “afro-matemática” (é sério, saiu na Carta Capital)

Duas disciplinas ensinarão "afro-matemática" na UFABC, com fractais e desenhos na areia. O "preconceito lingüístico" chegou às Exatas?

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Afro-matemática - jogos africanos

De acordo com o blog do Negro Belchior na Carta Capital, que apenas sai comemorando qualquer notícia que envolva ações afirmativas para o movimento negro, a UFABC aceitou o lobby do Coletivo Negro Vozes e de “professores sensíveis ao tema” (whateveer does it mean) e criará duas disciplinas, de “Estudos Étnico-Raciais” e “Afro-Matemática como Transformadora Social”. Fica-se seriamente a pergunta: que professor é sensível a esse tema?

Os cursos, na verdade, apesar das piadinhas óbvias, serão mais históricos, ensinando coisas como fractais africanos Sona, Mancala e desenhos Cokwe, todos de origem africana. Material em português a respeito vem quase todo do próprio projeto MatemÁfrica, que cuidará de tudo.

É curioso ver como o negro, para as instituições que cuidam do “racismo”, é quase um objeto a ser analisado em laboratório. Ou, às vezes, o “quase” deixa de fazer sentido. Ao invés de uma Universidade, que deveria ter um conhecimento, ehrr, universal, abrir a mente de seus alunos para um conhecimento de fato universal, eterno, para algum método para a verdade, seja filosófica, científica ou técnica, o conhecimento passa a ser segregado.

Para, supostamente, ser “o primeiro ou um dos primeiros cursos de licenciatura em matemática que se propõe a discutir o racismo de modo estruturante como uma obrigatoriedade da instituição” (sic), não se trata o negro como um igual ao branco, ao amarelo, ao verde e ao roxo com bolinhas amarelas.

Não se trata a produção cultural do negro como produto cultural universal: e sim como produção cultural do negro, marcada, estimagtizada, delimitada. E quem faz isso não é o suposto neonazista da faculdade: é o movimento negro, dizendo que o aluno agora terá aula de “afro-matemática”. Por quê? Porque “transforma a sociedade”. Não porque o aluno terá o melhor conteúdo.

Acaso acreditam que alunos de matemática, ehrr, “normal” têm aula de Gödel porque ele era branco? Ou Goethe? Ou Bach? Bom, melhor não perguntar pro povo que segue Derrida e Fanon… Querem transformar logo a matemática em algo como a gramática do Batman, com seu batmóvel, seu bat-cinto, sua bat-carteira…

Morgan Freeman já dizia que a única forma de acabar com o racismo é parando de olhar para a cor da pele das pessoas.

Depois do “preconceito lingüístico”, que tenta ensinar uma gramática de pobre e outra de rico, finalmente conseguiram inventar algo para a matemática: uns estudam álgebra abstrata, seja inventada por russos, chineses, judeus ou americanos. Outros estão preocupados com “afro-matemática”, apenas como aquela matéria enfadonha (que precisa ser obrigatória para ter algum aluno) que todo mundo faz por créditos, para perder tempo, enquanto o que aprende de fato está em outra aula.

Ao invés de conhecimento universal, desenhos na areia usados por um coletivo de recalque segmentado. É assim que vamos incluir os negros entre os grandes pensadores da humanidade? Ou que vamos diminuir o racismo? Ou só faremos um teatrinho a respeito de “racismo” enquanto a educação brasileira cai cada vez mais em rankings internacionais?

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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