Digite para buscar

Humor

André Dahmer dos Malvados e o humor cornomansista

O autor das tirinhas "Malvados" desenhou o Papai Noel dizendo que é tão falso quanto a monogamia. Vamos rir do cornomansismo de André Dahmer.

Compartilhar
Tirinha dos Malvados com Papai Noel negando a monogamia

André Dahmer, das tirinhas Malvados, que há tempos abandonou as migalhas de graça que tinha para virar um problematizador militante do PSOL, postou uma tirinha de Natal com o Papai Noel dizendo: “Acredite também na monogamia!”. A única piada restante é que todos passaram a tratar André Dahmer como corno.

A problematização mimimizenta, que transforma a tirinha dos Malvados em uma espécie de Escola Dominical do Progressismo Patrulhador, além de confessar os problemas pessoais de André Dahmer, revela também o pensamento típico do eleitor adolescente de extrema-esquerda para se revoltar tanto com a família tradicional patriarcal.

O adolescente virjão volve sua explosão hormonal da puberdade contra a família por pressa de ter o lado bom da vida adulta (como o dinheiro e mais liberdade individual) se sentindo preso às obrigações que tem de cumprir, tendo tanta puberdade dentro de si falando mais alto.

Ao arrumar uma namoradinha, é inseguro, fraco e panacão. Sem experiência (ou seja, sem ter mil erros cometidos para catalogar nas costas), não sabe como o sexo oposto funciona. Novamente apressado, quer ter as garantias de uma relação sólida como um casamento (como tirar definitivamente sua amada da especulação do mercado de valores) sem ter algo sólido a oferecer em troca. (digo, vocês entenderam)

Invariavelmente, acaba sendo trocado por um espécime melhor na feira, que geralmente ainda se ofereceu por um preço mais baixo (mais bonito e menos chato, mais rico e menos ciumento, mais inteligente e menos esquerdista etc). Muitas vezes, é trocado antes de ser avisado que o namorinho havia acabado. É o popular chifre. Às vezes, só é avisado meses depois.

Aí entra na espiral de auto-flagelação e terceirização de desculpas da tirinha Malvados de Natal: não é ele que não consegue conquistar o coração de uma donzela, é a monogamia que é um mito, uma farsa, uma mentira na qual a humanidade inteira cai. Não é o adolescente que é um panacão: a sociedade é que precisa ser refeita do zero para (como é mesmo o termo?) incluir um virjão loser como o André Dahmer.

Como tudo o que é adolescente (punheta, espinhas e tirinhas Malvados), o tiro erra o alvo em 180°: não é o sex lib que vai fazer com que André Dahmer seja menos corno. Não é a monogamia que causa mal ao mundo (se Dahmer acreditasse mesmo no que diz, não falaria dela com ressentimento, e sim rindo).

O que falta a Dahmer e ao público de Malvados não é se livrar de padrões obscurantistas: é ser interessante a ponto de fazer o ser amado só ter olhos para ele. Qualquer história de despedidas na guerra mostra o poder profundo disso em relação às tentações do mundo. Que dirá obras máximas como A Dupla Chama: Amor e Erotismo, de Octavio Paz, ou as fortíssimas representações do amor na Idade Média compiladas por C. S. Lewis em Alegorias do Amor, mostram o que falta a André Dahmer: não é que todo mundo tem um príncipe encantado, é que você terá um príncipe encantado se você for uma Cinderela. Ou mesmo uma inatingível Rapunzel.

Os leitores de Malvados e eleitores do PSOL não são exatamente príncipes. São adolescentes explodindo puberdade por todos os poros. Quando são corneados, deveriam se elevar, se tornar mais próximos de príncipes, e não cair na espiral do ressentimento querendo satisfazer mais vontades e culpando a sociedade (e não sua cara feia e sua conversa chata) por não terem o que querem.

É o problema maior da tirinha Malvados: ela não é uma piada, é uma lição de moral problematizadora. Qualquer um ri de piada (são ficção, como o Papai Noel, a paz mundial e o humor de esquerda). O problema é lição de moral reprimida, mimimi que quer atacar a família e sonha em ter alguém pra dar um abraço antes de dormir.

Mas é assim que é a esquerda, seja na economia, seja no amor: se não pode haver felicidade geral, que sejamos igualmente infelizes. Se ele é corno, o problema não é ele: é toda a sociedade monogâmica.

Ao invés de rirmos da piada, rimos da cara (e dos galhos) do autor. É por isso que esquerdistas morrem de medo de que cheguemos perto de suas namoradas. A culpa não é da monogamia: é deles.

—————

Contribua em nosso Patreon ou Apoia.se e tenha acesso a conteúdos exclusivos!

Conheça o curso Introdução à Filosofia Política de Olavo de Carvalho, ministrado por Filipe Martins na plataforma do Instituto Borborema. Conheça também o curso Infowar: Linguagem e Política de Flavio Morgenstern.

Faça sua inscrição para a série Brasil: A Última Cruzada, do Brasil Paralelo, e ganhe um curso de História sem doutrinação ideológica por este link. Ou você pode aproveitar a promoção com as duas temporadas por apenas 12 x R$ 59,90.

[amazon asin=8526706500&template=iframe image2][amazon asin=8580330890&template=iframe image2][amazon asin=B076VRHXXZ&template=iframe image2][amazon asin=B00QJDONQY&template=iframe image2][amazon asin=8563560166&template=iframe image2][amazon asin=8580333059&template=iframe image2][amazon asin=8580331897&template=iframe image2][amazon asin=8580332753&template=iframe image2][amazon asin=8580333113&template=iframe image2][amazon asin=8580331684&template=iframe image2][amazon asin=8567394937&template=iframe image2][amazon asin=8580330076&template=iframe image2]

Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

  • 1
plugins premium WordPress