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Há tempos a imprensa virou um organismo parasitado por esquerdistas

O jornalismo que endossa o discurso dos próprios algozes é um atraso que merece ficar no passado

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Enquanto Lula adiava a própria prisão encastelando-se em São Bernardo do Campo, membros da imprensa foram agredidos às dúzias por militantes que, mesmo minguados, tentavam tomar as ruas do país. Na ocasião, o Sindicato dos Jornalistas de SP emitiu uma nota repudiando as agressões. Mas, mesmo no alvo de ataques tão intensos, a entidade endossou o discurso dos agressores:

Essa situação lamentável é resultado também da política das grandes empresas de comunicação, que apoiam o golpe, e que adotam uma linha editorial de hostilidade contra as organizações populares.

A nota chegou ao cúmulo de exigir liberdade ao condenado:

Para impedir que casos de agressão e tentativas de censura se repitam é preciso que se retome a democracia, o que só será possível com Lula livre e com a garantia de o povo brasileiro poder votar legitimamente nas eleições de 2018.

Nada disso, contudo, é surpresa para quem se acostumou a ler a entrelinhas do noticiário. A imprensa se vende como livre. Mas há tempos – e é difícil precisar quando a situação chegou a este ponto – não passa de um organismo parasitado por militantes de esquerda. Que não noticiam, mas trabalham narrativas em benefício de uma agenda política. E que têm na nota do sindicato paulista um de seus atos mais explícitos.

Durante a jornada ao cárcere, Lula não se cansou de culpar a Rede Globo, com direito a notas do PT oficializando o posicionamento e promessas de censura (sempre camufladas pelo eufemismo “regulação dos meios de comunicação”). Nada disso impediu o Jornal Nacional de ter um apresentador em lágrimas na noite em que o ex-presidente finalmente se entregou.

Porque o jornalista esquerdista sabe que a censura não o atingirá, afinal, vive a defender a esquerda. Sabe que a mesma medida tomada na Venezuela de Hugo Chávez atingirá apenas adversários políticos. E evitará que o trabalho de investigações como a da operação Lava Jato não ganhe o destaque que interessa ao país.

O petismo e suas linhas auxiliares insistem na narrativa da perseguição pois de fato são alvo de manchetes negativas. Mas, salvo raras ocasiões, não por obra do olhar atento da imprensa, mas pelas colaborações de instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público. Mesmo o triplex, explorado hoje como um case de sucesso de um jornalismo que se quer isento, veio a público com o foco oposto, afinal, mostrava o então presidente da República como vítima de uma obra inacabada.

Tamanho aparelhamento, claro, não é exclusividade dos veículos de comunicação. É, sim, o padrão dos formadores de opinião mais tradicionais, estejam eles num palco, num sindicato ou em qualquer movimento de classe. E parece ter origem acadêmica – ou o primeiro ambiente que a esquerda sequestrou.

A popularização da internet abriu espaço para que vozes independentes peitassem o discurso vigente. Se não tinham a estrutura profissional para lutarem contra tanta narrativa, tinham ao menos a verdade ao lado. E o estrago foi tamanho que a mídia reagiu no padrão esquerdista: atacou a reputação – denunciando-os como mentirosos – e tentou silenciá-los – num primeiro momento, pela interferência de “fact-checkers”, num segundo, insistindo para que governos regulem as redes sociais.

A verdade é que, salvo por raríssimas exceções, não há jornalismo politicamente livre no ocidente. E só o reconhecimento desta metástase permitirá à sociedade incentivar a busca por novas e seguras fontes de informação.

É preciso pensar no futuro. E a imprensa que endossa o discurso dos próprios algozes é um atraso que merece ficar no passado.


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