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“Esterilização forçada”? Foi fake news

A notícia de uma usuária de crack que teria sido "esterilizada sem defesa contra a sua vontade" foi fake news da Folha. E logo a seguir, o jornal tentou associá-la a Bolsonaro.

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Esterilização forçada

O Brasil se assustou nesta segunda-feira com a notícia de que Janaina Aparecida Quirino, usuária de crack, teria sido submetida a uma “esterilização forçada”, sobretudo pela forma como jornais como a Folha de S. Paulo escolhia cuidadosamente as palavras usadas na manchete, sabendo-se que raros leitores vão ultrapassar tal limiar. Na mesma sacada, a Folha desenterrou um antigo projeto do presidenciável Jair Bolsonaro que visava facilitar o acesso à vasectomia para o chamado planejamento familiar. Sua manchete: “Bolsonaro defendeu esterilização de pobres para combater miséria e crime” (sic).

Assim, dois sentimentos já estavam trabalhados: a idéia do horror que seria o Estado exigindo esterilização forçada de uma mulher, apenas por ser pobre e usuária de drogas, e também a idéia de que Bolsonaro teria, naquele mesmo dia, aprovado esterilizar os pobres em massa à força, num projeto higienista que, é claro, seria comparado ao Terceiro Reich de Adolf Hitler, como é a única crítica que é feita a Bolsonaro.

Um próprio colunista da Folha, Oscar Vilhena, envidou seus melhores esforços para denunciar o “higienismo” que é uma esterilização forçada, e logo estavam até setores anti-petistas (o eleitorado preferencial de Jair Bolsonaro) horrorizados com a idéia de alguém, sobretudo o poder estatal, exigir uma esterilização à força de pobres.

As pessoas que se acham independentes, críticas e que “pensam com a própria cabeça”, sem serem “manipuladas pela mídia”, costumam com facilidade assombrosa largar tudo isso quando se invoca o nome de Jair Bolsonaro no meio de uma notícia.

Janaína Aparecida Quirino, usuária de crack, já havia tido 8 filhos. Em uma situação degradante, como só o vício em uma droga pesadíssima como o crack acarreta, consumiu a droga durante todas as gestações e não era exatamente uma mãe exemplar para os filhos. Perdeu a guarda de todos, que já sofriam com as crises de abstinência de crack ainda recém-nascidos.

O Ministério Público, que zela pela sociedade (in dubio, pro societate), denunciou o caso. O juiz, Djalma Moreira Gomes Júnior, como foi provocado, teve de determinar uma sentença, não podendo se abster. A decisão é difícil, já que envolve uma privação de liberdade tão grande quanto uma laqueadura. Na forma como foi divulgada pela mídia, sobretudo a coluna da Folha, Janaína Quirino não teria tido direito à defesa e foi submetida à força a um procedimento invasivo, em caráter higienista. Ao menos, era a narrativa que a esquerda queria implantar – com o curioso nome de Bolsonaro na notícia seguinte, confundindo a cabeça de um público que lê apenas manchetes.

Perfis de esquerda divulgaram longas análises sobre higienismo, nazismo, comparações com Dachau e Auschwitz, a papagaiada já conhecida. Era tudo fake news: a OAB de Mococa emitiu nota esclarecendo que Janaina Aparecida Quirino passou pelo procedimento de laqueadura de maneira ciente, e inclusive havia consentido de forma voluntária do processo. Também afirmou que não se arrependia:

COMUNICADO

A Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Mococa, informa que por intermédio de seu presidente Dr. Fábio Ferreira dos Santos e Vice Presidente Dr. Victor Coelho Dias, foi realizada diligência junto a Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu, para conversa com Sra. Janaína Aparecida Quirino, ao qual passou pelo procedimento de laqueadura decorrente do Processo mencionado em diversos veículos da Imprensa do país, sendo que a mesma informou que estava ciente do procedimento e consentiu de forma voluntária, bem como não está arrependida.

Mococa, 12 de Junho de 2018.

OAB-Subseção de Mococa.

É claro que os mesmos setores da esquerda que chamam uma laqueadura de “higienismo” estariam comemorando praticamente com uma marcha se o magistrado houvesse permitido que Janaína praticasse um aborto ao invés de facilitar o complexo trâmite para uma laqueadura no sistema público de saúde brasileiro.

Afinal, um método anticoncepcional, ainda que invasivo e não aceito por uma grande parcela de nossa população, é nazismo. Matar e matar bebês no ventre de suas mães em massa, sobretudo pobres, seria “libertação da mulher”, “emancipação”, “empoderamento” e outros discursos a serem repetidos bovinamente pela massa doutrinada e ideologizada.

Contudo, não parece que a escumalha de divulgadores da notícia, sobretudo os defensores de aborto e que acusam tudo e todos de nazismo, tenha admitido que estava espalhando fake news, como adoram acusar seus desafetos. O famoso “Errei”. A terceirização de culpa é a regra da esquerda. Apenas mudarão de assunto, fingirão que não é com eles, e estarão amanhã mesmo criticando políticas “higienistas” passadas de desafetos políticos, e defendendo o aborto como “saúde pública” na linha seguinte.

Ex-ministro Carlos Minc espalha fake news sobre "esterilização forçada" e chama a idéia de nazista

Jornalista José Antonio Lima espalha fake news sobre "esterilização forçada"

Feminista Lola Aronovich espalha fake news sobre "esterilização forçada"

Enquete sobre esterilização forçada envolve nome de Jair Bolsonaro

Tijolaço chama fake news sobre esterilização forçada de nazista e trouxas divulgam

Trouxas divulgam fake news de que Bolsonaro quer praticar esterilização forçada de pobres

Nóias problematizando no blog de Lola Aronovich sobre fake news de esterilização forçada

Nóias problematizando no blog de Lola Aronovich sobre fake news de esterilização forçada

Nóias problematizando no blog de Lola Aronovich sobre fake news de esterilização forçada

As agências de “fact-checking” Lupa e Aos Fatos, tão empenhadas em atacar tudo de Bolsonaro e considerar falas piores de Ciro Gomes meramente “exageradas”, censurando o alcance de quem divulga notícias falsas no Facebook, não deram um pio sobre o assunto que mais exaltou ânimos no Twitter nos últimos dias (já que o encontro histórico de Donald Trump e Kim Jong-un só pôde ser completamente ignorado pela extrema-esquerda para não morrer de vergonha).

Agência Lupa - Informação  é falsa

Esperamos que as agências cumpram seu papel de prejudicar até financeiramente quem divulgou tais “notícias”. Afinal, temos Ministério da Verdade para quê?

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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