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Machista-racista-homofóbico

“E se fosse o Bolsonaro?” Ex-mulher de Lula o acusou de ser racista, não suportar negro e ter tentado abortar Lurian

Em 1989, o depoimento de Miriam Cordeiro foi considerado uma baixaria. Hoje, por meras piadas espalha-se a idéia de que Bolsonaro é "machista" para votar no candidato de Lula

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Miriam Cordeiro, ex-mulher de Lula

No episódio de hoje da série de sucesso internacional “Mas e se fosse o Bolsonaro?”, em uma semana em que a ex-revista Veja publica matéria de capa esquecida em poucas horas com acusações “de sua ex-mulher, negadas pela sua própria ex-mulher (que hoje usa seu sobrenome e concorre a deputada estadual), vamos nos lembrar da ex-mulher do presidente Lula, aquele do “grelo duro”, ainda em 1989. Miriam Cordeiro acusou o então candidato à presidência de tê-la traído, além de dar dinheiro para que ela abortasse sua futura filha Lurian quando ficou sabendo da gravidez.

Miriam Cordeiro conta que quando Lula foi ao hospital conhecer a filha, pediu para ficar a sós com Lula e, quando ele viu Lurian, disse a ele: “Agora você mata. Porque quando ela estava na minha barriga eu não permiti”. O plot twist fica ainda mais curioso nessa época de feminismo, em que todas crêem que legalizar o aborto tem algo a ver com “direito” ou “empoderamento” das mulheres. Miriam Cordeiro ainda critica os padres (provavelmente da CNBB e da Pastoral da Terra, de onde o PT surgiu) por criticarem o aborto e, ao mesmo tempo, apoiarem Lula.

Pai ausente, Lula só foi conhecer a filha com 4 anos no sindicato, tendo se recusado a vê-la mesmo sabendo que Lurian estava doente por sua falta.

E não pára por aí: Miriam Cordeiro também disse que Lula sempre foi um homem extremamente racista, que nunca suportou negros. Que detestava negros e ficava nervoso quando artistas negros apareciam na TV.

O fato é lembrado e conhecido por quem viveu as eleições de 89. E foi extremamente criticado por seu depoimento ter sido utilizado pela campanha de Fernando Collor para atacar o concorrente.

Há um certo pacto tácito no jornalismo, mesmo em seus momentos mais viscerais: não se usa a vida pessoal de um político, nem mesmo a mais devassa, na cobertura política. Contrato social este que foi quebrado pela ex-revista Veja, que, para atacar o primeiro candidato de direita do país em décadas, escrafunchou um processo pessoal de Bolsonaro, em que ele é autor (e não réu), em Vara de Família, na qual se exige segredo de justiça justamente porque é comum haver acusações infundadas de cônjuges em processo de separação.

Em outras palavras, a ex-revista Veja teve como grande “furo” justamente um processo que já veio carimbado com o atestado de fake. Tentando proteger seu acólito Alckmin, a publicação da falida Editora Abril só acabaria conseguindo favorecer o anátema Fernando Haddad, mesmo que seja só sua retórica feminista.

E como fica o discurso das feministas que tanto criticam Bolsonaro por frases fora de contexto, piadas ou sua crítica à ideologia feminista, e ao mesmo tempo querer votar em Ciro Gomes, um homem que acha que a função de sua mulher é dormir com ele, e que faz a própria esposa viajar em classe econômica enquanto ele viaja confortavelmente em classes superiores? Ou neste Lula, o do “grelo duro”, e que, a despeito de toda a tentativa posterior do PT de apagar Miriam Cordeiro da história, parece ter sido coerente em sua visão sobre a ex-mulher, aborto e um “materialismo histórico” sobre como lidar com seres humanos indesejáveis em seu caminho?

Afinal, se fosse Bolsonaro que tivesse sido acusado pela ex de tentar abortar uma filha (pior do que a “fraquejada” do tiozão do pavê), ou de ser racista, ou de ser um pai ausente (seu processo contra a ex-mulher acabou com o próprio Jair tendo a guarda do filho), provavelmente teríamos tantas acusações de que Bolsonaro é eugenista, machista, ególatra, pai ausente, destruidor de famílias, nazista, péssimo para o país que iria acabar aparecendo até em propaganda do Geraldo Alckmin.

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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