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CorruPTos

O que o PT quer ao atacar o pacote do Moro? Dar credibilidade?

Sem um Duda Mendonça, a comunicação do PT está mesmo engraçada: acha que criticar o pacote de medidas do Moro causa algo além de riso (e explosões de comemoração)

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Petistas presos

O Partido dos Trabalhadores (RT se fez parte da sua infância) atacou o pacote de medidas anti-crime de Sérgio Moro, ministro da Justiça, que dificultou as indescritíveis benesses aos criminosos – tanto os nóias armados matando mais de 64 mil pessoas por ano (mais de meio milhão por década), quanto os criminosos de colarinho branco dos partidos que esbulharam a nação nos últimos anos, sendo o PT reconhecido como a organização criminosa que criou o maior esquema de corrupção do Ocidente (talvez perdendo para teocracias islâmicas e a Coréia do Norte).

Há um fundamento lingüístico/retórico – e não lógico, como muitos tentam analisar – no convencimento de uma sentença. Envolve o que os retóricos antigos chamam de topos, usando uma linguagem geográfica para definir os componentes do discurso – a memória funciona melhor com localização, daí termos como “lugar-comum”.

Já que a esquerda atual adora falar em “lugar de fala”, poderia acabar aprendendo (embora seja melhor que não aprenda) que seu “lugar de fala” para criticar o projeto anti-crimes de Sérgio Moro é péssimo: é o das baratas criticando o inseticida. Qualquer crítica vinda do PT acaba virando elogio.

É como uma análise negativa sobre os “abusos da polícia” vinda do Champinha. Que, aliás, foi defendido por Maria do Rosário, do PT, que o tratou como uma “criança”, e gerou a famosa discussão entre a petista e Jair Bolsonaro, que até os inteligentíssimos do PSDB usaram para atacá-lo, sem perceber que alguém que é “mal educado” contra Maria do Rosário acaba se mostrando de caráter respeitável, admirável e exatamente o que queremos para a segurança pública.

Toda a argumentação depende de topoi, incluindo justamente o seu “lugar”. Uma argumentação contra um projeto anti-corrupção vindo do PT é o maior elogio que o projeto pode ter. É como uma nota de repúdio do PCC e do Comando Vermelho a uma ação da polícia – terrível seria um elogio.

O PT, que tanto dominou o marketing político, felizmente não aprendeu a usar a linguagem para tentar uma sobrevida. Mas nem teria como: para poder falar em corrupção, sem ser para a própria militância já fanaticamente convencida, o partido precisaria… não ser corrupto.

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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