“Caminhão invade”, “arma mata”: Por que jornalista eufemiza terrorismo?
Seja transformando um caminhão em um autômato assassino ou falando em "suspeitos", a mídia alivia o terrorismo islâmico. E apenas ele.
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Em um dia com diversos atentados terroristas islâmicos no mundo, como o assassinato do embaixador russo Andrei Karlov na Turquia, o atentado com caminhão reivindicado pelo Estado Islâmico em uma feira de Natal de Berlim e o tiroteio no Centro Islâmico de Zurique, a mídia evitou de todas as formas dizer as palavras proibidas: terrorismo islâmico. O discurso da mídia para separar a onda migratória islâmica e a rápida islamização da Europa do terrorismo causado por ela ultrapassa as raias do absurdo.
Para falar do atentado terrorista em Berlim, a mídia usou de um cacoete que nunca convenceu seu próprio público, mas é sempre repetido para algum dia forçar a opinião pública para seu lado: afirmar que não se sabe se é mesmo um atentado terrorista, mesmo que a polícia tenha confirmado o atentado como terrorismo cerca de uma hora depois, e o próprio Estado Islâmico tenha reivindicado o assassinato em massa para si.
Nenhuma. Assim que a POLÍCIA DA ALEMANHA disser que foi terrorista, direi TERRORISTA. Eles que estão investigando o ataque. Não eu. E nem vc https://t.co/zNxpvPZ4Bl
— Guga Chacra (@gugachacra) December 19, 2016
Sandra Annenberg, mesmo um dia após as investigações, fez uma chamada para o Jornal Hoje comentando sobre “o que está sendo chamado de atentado terrorista pela Primeira Ministra Angela Merkel”.
https://twitter.com/bela_arb/status/811149904802365440
Caminhão assassino
Para descrever o horrendo atentado que já vitimou 12 inocentes em uma feira de Natal, o jornalismo da grande velha mídia não se preocupa com palavras como “Natal”, um simbolismo que não pode ser mais translúcido. Para não enxergar e muito menos fazer enxergar o choque de civilizações com os jihadistas, usam e abusam da velha tática marota de fazer sentenças com sujeito oculto.
Assim, o que houve não foi um atentado terrorista perpetrado por um muçulmano salafista utilizando um caminhão para atropelar em massa dezenas de inocentes, idosos e crianças inclusas: apenas um “caminhão invade mercado”, como um Transformer. Uma ação sem sujeito, martelada e repisada na população até ser aceita no imaginário coletivo. O terrorista islâmico vai sendo apagado, e quem o comenta se torna “radical”.
Foi o que fez a ex-revista Veja, dentre outras publicações:
Caminhão invade mercado e atropela dezenas de pessoas em Berlim https://t.co/pyZ5C8X4H4
— VEJA (@VEJA) December 19, 2016
https://twitter.com/oiluiz/status/811244563130105857
https://twitter.com/____JIMMY/status/810952308670562306
https://twitter.com/gabrieldepapel/status/810955891231129601
https://twitter.com/VickiNox/status/811188044242030594
A Exame, seguindo algumas publicações internacionais, achou muito mais importante dizer de onde era a placa do caminhão do que a ideologia, nacionalidade ou religião do motorista do caminhão. A Folha preferiu usar “vários” entre aspas:
https://twitter.com/Luciandrade/status/811056524667813889
Quem chamaria atentado terrorista de "incidente" e terrorista islâmico de "homem do Paquistão"? @exame e @Estadao, claro. @Desesquerdizada! pic.twitter.com/CAu5WZYwT4
— Caneta Desesquerdizadora (@Desesquerdizada) December 20, 2016
@pina_isabelle @exame @Estadao pic.twitter.com/CsSnzXLuDb
— @patriota (@PatriotaHoje) December 20, 2016
https://twitter.com/HugoRebal/status/811202226484084736
O grande problema da tecnologia, inteligência artificial e robótica é acabam gerando crimes violentos, como no… https://t.co/bvZT7RNvNt
— Dany Artel (@artel70) December 20, 2016
Ei @folha, o caminhão já foi identificado? pic.twitter.com/VOC6Z0rNE9
— (((Analu))) (@DonaLunar) December 20, 2016
https://twitter.com/TonhoDrinks/status/811136208667627520
Até nos TTs: um "caminhão" invadiu a feira e matou geral. pic.twitter.com/echZWkT1iA
— Fábio (@o_colecionador) December 20, 2016
Se até os Trending Topics do Twitter falam no “caminhão assassino” filho de Christine, de Stephen King, o Moments, que é organizado pelo próprio site, conseguiu uma das melhores torções da linguagem para anular o sujeito da oração: comentou os “mortos por caminhão”:
Sobe para 12 o número de mortos por caminhão que invadiu feira em Berlim.
Saiba mais no #Moments⚡https://t.co/wV8Q6MW3Wa
— Twitter Moments Brasil (@MomentsBrasil) December 20, 2016
O processo foi cópia da forma como a mídia internacional noticia um atentado terrorista no seio do país que mais faz lobby para o restante da União Européia aceitar refugiados:
Beyond this idiotic headline there isn't one mention of the terrorists nationality/origin/religion etc., in this piece by Politico. pic.twitter.com/fdAP8dnjYD
— Dave Rubin (@RubinReport) December 20, 2016
https://twitter.com/DVATW/status/810989082704773120
https://twitter.com/DavidJo52951945/status/811111215317549056
O prêmio de Melhor Tweet, todavia, foi para a colunista na Alemanha da revista TPM, Nina Lemos, que resolveu defender Angela Merkel, outrora símbolo de uma “nova direita”, graças a seu plano globalista de aceitar refugiados em massa:
https://twitter.com/ninalemos/status/811085686585643008
Quando houve uma manifestação de brasileiros em Berlim pelo “Fora Temer”, Nina Lemos até usou a palavra “genocídio”. Para o atentado que matou 12 civis e feriu dezenas, a lágrima é pelo pouco que a agenda globalista de Angela Merkel conseguirá explorar eleitoralmente para manter as fronteiras da Europa abertas:
Berlim fora temer pic.twitter.com/udEWYRp20C
— Nina Lemos (@ninalemos) June 10, 2016
Alguém poderia dizer que se trata de mera estética nas manchetes, que não precisaria dar todos os detalhes de antemão, prevendo que as pessoas sabem que caminhões são dirigidos. O sujeito, então, ficaria oculto por natureza. Entretanto, basta-se ver como a mesma mídia noticia notícias análogas, quando o assassino não é muçulmano.
Por exemplo, quando o deputado Flávio Bolsonaro testemunhou um assalto a uma família na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e atirou de seu próprio veículo para evitar o assalto. Nesse caso, como a família Bolsonaro não obedece à censura do politicamente correto, não foi o sujeito da sentença que ficou oculto, e sim o objeto, dando a impressão de que o deputado acordou de mau humor, foi para a rua e saiu atirando em inocentes:
Ou mesmo agora, no caso do tiroteio em Zurique. Quando descobrem que o atirador é nascido na Suíça (o que não significa que seja um europeu, muito menos alguém com valores europeus) e não parece ser estritamente, ou melhor, salafistamente muçulmano, até sua religião aparece na manchete:
Autor de tiroteio em Zurique era suíço e adepto do ocultismo https://t.co/SKUhcId1en #G1 pic.twitter.com/UfiTye0wej
— G1 (@g1) December 20, 2016
Todas as manchetes que se esqueceram de comentar que o autor do atentado em Berlim era paquistanês, buscou “asilo” como “refugiado” e o Estado Islâmico reivindicou o morticínio o fizeram em uníssono por mera coincidência.
Atentado na Turquia
No caso de Ankara, no atentado terrorista islâmico em que um salafista assassinou, diante de câmeras em uma galeria de arte, o embaixador russo Andrei Karlov, a técnica foi a repetição da palavra “suspeito”, ainda mais rejeitada pela população – e exatamente quando o homem não era “suspeito” de nada, já que o ato foi filmado.
https://twitter.com/MateusBassan/status/811201976650399745
Para o UOL, além de mero “suspeito” (qual a vantagem jurídica ou semântica desta palavra no caso?), ele também “teria dito” o “Allahu akbar” que ouvimos repetido por praticamente um minuto no vídeo (compare com a forma como o UOL afiança, quase de pés juntos, que o assassino era ligado a um clérigo no Ocidente, esta sim, mera suposição do serviço de desinformação do governo totalitário turco).
Suspeito teria dito "Alá é grande": Atirador mata embaixador russo em galeria de arte na Turquia https://t.co/MOfTPmzI2V
— UOL (@UOL) December 19, 2016
O cara fuzila AO VIVO e é "SUSPEITO". O que o tornaria CRIMINOSO pra esse "jornalista"? Já sei. Contar uma piadinha! https://t.co/lpJ4v9ymnD
— Danilo Gentili (@DaniloGentili) December 19, 2016
Vamos notar a diferença no caso de o “ataque” se referir a xingamentos na internet?
Polícia localiza suspeitos de ataques racistas a Titi, filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank https://t.co/ALndsyDYZP pic.twitter.com/mZaBaDHRUl
— Folha de S.Paulo (@folha) December 20, 2016
O prêmio de Melhor Manchete, no caso, ficou para o Daily Mail, que deu esta aula de moda, garbo e elegância ao comentar que o assassino estava “vestido inteligentemente em um terno com gravata”:
Russian ambassador shot by a smartly dressed man in a suit and tie https://t.co/29ieLQ7RKd pic.twitter.com/kGlLG7aHHQ
— Daily Mail Online (@MailOnline) December 19, 2016
Neste caso, a esquerda não consegue superar. Oh, espere! O Le Monde (quem mais?) conseguiu afirmar que o embaixador russo foi morto por uma… bala. Sério.
https://twitter.com/nntaleb/status/810939320223825920
O sujeito oculto, seja a bala malvada (será que também estava perdida?) ou o caminhão possuído, é a forma que jornalistas encontram para, lentamente, esvaziar no imaginário coletivo da população a identificação do tipo de sujeito que mais mata ocidentais no mundo: os jihadistas islâmicos. Sobretudo os salafistas, que pretendem seguir Maomé sem relativismos e, como o profeta muçulmano, implantar o islamismo pela espada e degola. São eles que pretendem transformar o Ocidente em um califado obedecendo a shari’ah, como tentaram antes, mas foram impedidos por Charles Martel em 737 e nos Portões de Viena em 1683.
Os islâmicos sabem disso muito bem: chamam as tropas ocidentais que combatem a jihad de “Cruzados”, fazem atentados no Natal etc. Mas isso não parece ser percebido, conhecido ou minimamente discernível para a grande e velha mídia, eternamente tendo como fonte apenas a si própria.
Exceto se tiver armas de destruição em massa, qual é o perigo existencial do terror para a sociedade civilizada?
— Caio Blinder (@caioblinder) July 20, 2016
E poucas horas antes do atentado, na Globo News…
Juro:dica "Studio i ":receber refugiados da Síria para melhorar a economia e até ajudar os 12 milhões de desempregados. Curta e compartilhe. pic.twitter.com/KIkF7wKjAt
— Bia Kicis (@Biakicis) December 19, 2016
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