Verba da Segurança Pública se assemelha ao que partidos torrarão na eleição
O governo destinou à propaganda política orçamento maior que o custo da implementação do voto impresso
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Incapaz de aprovar a mais importante das reformas, a previdenciária, o governo Temer se fez de surpreso e, da noite para o dia, descobriu que o problema mais grave do Brasil era a segurança pública. Assim, resolveu focar-se nela para que a popularidade do governismo garantisse voto na eleição de 2018. Para tanto, deu início a uma intervenção federal no Rio de Janeiro, e criou um ministério dedicado ao tema.
Aos cuidados de Raul Jungmann, a pasta da Segurança Pública recebeu um orçamento de R$ 2,7 bilhões. Parece bastante coisa. Mas, três anos antes, apenas quatro ministérios – Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Esporte, Cultura e Relações Exteriores – tiveram orçamento menor. E os números nem foram corrigidos pela inflação.
Para efeito de comparação, um anos antes da eleição, o Congresso aprovou um “fundo eleitoral” de R$ 1,716 bilhão. Como se já não fosse farra suficiente com o dinheiro do povo brasileiro, o TSE autorizou que os R$ 888 milhões do “fundo partidário” fossem também utilizados pelos partidos na campanha.
Total da fatura: R$ 2,604 bilhões, ou R$ 96 milhões a menos do que o Brasil terá para evitar que mais de 60 mil brasileiros sejam assassinados no correr do ano.
Cabe ainda observar que, enquanto o governo arrumava R$ 2,6 bilhões para candidatos queimarem em propaganda política, o TSE reclamava que não tinha R$ 2,5 bilhões para tornar o processo eleitoral mais transparente e guardar um registro impresso da votação.
Os números entregam que, mesmo após tudo o que vem ocorrendo desde os protestos de 2013, sobra vontade política aos interesses dos políticos, falta vontade política aos interesses do povo.
Não à toa, é possível contar nos dedos de uma mão a aprovação de tal governo.
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