Digite para buscar

Tragédia

Para não haver tragédias como o incêndio no Paissandu, invasões não podem ocorrer

Movimentos sociais agora culpam o Estado pela tragédia anunciada no Paissandu. O que o Estado fez de errado foi ser omisso em proibir os próprios movimentos sociais de estarem ali.

Compartilhar
Incêndio no Largo do Paissandu, centro de São Paulo

O MST, o MTST e suas subdivisões atuam de maneira ostensivamente repetitiva: invadem locais que chamam de “improdutivos” ou sem “uso social”, transformam o lugar num grande lixão onde as últimas palavras a serem pensadas são “higiene” e “dignidade”, auferem um lucrinho com pequenas atividades como a cobrança de “aluguéis” (o que usam como ameaça de despejo aos inadimplentes?), o tráfico de drogas e outras atividades do lumpesinato, e enfrentam a polícia e a lei quando a degradação e o risco de vida se mostram perigosos, e não apenas malcheirosos, adicionando-se a típica logorréia de chamar de “fascista” quem busca salvar as pessoas daquela condição subumana.

Há algo típico no discurso da esquerda: suas frases são soltas, não formando um todo coerente, um grande conglomerado teórico evitando contradições, falhas e saltos.

Neste momento, a desculpa da esquerda é a de que a culpa, obviamente, não poderia cair sobre os movimentos sociais, mas sobre o Estado. Ora, qual seria a culpa do Estado? Ser omisso e não impedir que os mesmos movimentos sociais invadissem o prédio e o transformassem em um chiqueiro inflamável. Ou seja, a esquerda admite, sem perceber, que a culpa é que o Estado não entrou com a polícia e obrigou todos a saírem de lá. E quem é que impede o Estado de cumprir tal papel, com uma série de liminares protocoladas pelo Ministério Público? Exatamente os mesmos movimentos sociais…

https://twitter.com/BolsonaroSP/status/991401900846338048

A dinâmica, portanto, é a de Oroborus, uma cobra mordendo o próprio rabo. É um pensamento absolutamente falho e auto-destrutivo, mas é justamente o que encanta adolescentes e pós-adolescentes com pouca capacidade de desconfiar de discursos que líderes lhes entregam prontos para serem repetidos robotica e inconscientemente.

Os líderes têm dividendos políticos fáceis com esta dinâmica, enquanto jornalistas, jovens universitários e leitores de manchete caem facilmente no discurso mavioso de que os tais “movimentos sociais” são pura boa intenção, caridade e talvez até um pouco de abnegação.

https://twitter.com/GABRlELPlNHElRO/status/991476563626610688

A notícia de que os líderes cobravam aluguéis dos habitantes desesperados das ocupações em condições subumanas, com portões trancados às 19h, lixo acumulado no fosso dos elevadores até o quarto andar, proibição de visitas para inadimplentes e moradores que gritam para repórteres na primeira oportunidade que os líderes mandam e desmandam, simplesmente acaba com o sonho da puberdade da esquerda.

https://twitter.com/GABRlELPlNHElRO/status/991482277891887104

Enquanto a visão da população não se inverter sobre esses movimentos sociais, mortes continuarão ocorrendo. Afinal, movimentos sociais são justamente isso: jagunços que impedem que os pobres saiam de condições subumanas, degradantes e indignas, porque “lutam por eles”, para continuarem em risco de vida.

Enquanto os prédios invadidos estão de pé, enquanto os barracos não são levados por enchentes com bebês tragados por rios e esgoto, enquanto tudo parece apenas “luta por moradia”, professores, jornalistas, intelectuais e todo o establishment do palpitariado diz que é fascismo tirar pessoas “que só buscam moradia” de lugares que podem pegar fogo sem aviso.

A única esperança é que não importa o quanto somos bombardeados por este discurso na vida: qualquer incêndio sempre nos mostra que o caminho para o inferno é pavimentando com boas intenções e discursos edulcorados de intelectuais falando em nome de um povo que oprimem.

—————

Contribua em nosso Patreon ou Apoia.se e tenha acesso a conteúdos exclusivos!

Consiga uma vaga de emprego ou melhore seu cargo fazendo seu currículo no CVpraVC!

Faça os cursos de especiais para nossos leitores de neurolinguística empresarial e aprenda a convencer e negociar no Inemp, o Instituto de Neurolinguística Empresarial!

Conheça o curso Introdução à Filosofia Política de Olavo de Carvalho, ministrado por Filipe Martins na plataforma do Instituto Borborema. Conheça também o curso Infowar: Linguagem e Política de Flavio Morgenstern.

Faça sua inscrição para a série Brasil: A Última Cruzada, do Brasil Paralelo, e ganhe um curso de História sem doutrinação ideológica por este link. Ou você pode aproveitar a promoção com as duas temporadas por apenas 12 x R$ 59,90.

[amazon asin=8550802751&template=iframe image2][amazon asin=B076L24CLM&template=iframe image2][amazon asin=8595070288&template=iframe image2][amazon asin=8563160125&template=iframe image2][amazon asin=B077V1VP7M&template=iframe image2][amazon asin=8580333318&template=iframe image2][amazon asin=8567394147&template=iframe image2][amazon asin=8567801087&template=iframe image2][amazon asin=B01ETRGEIG&template=iframe image2][amazon asin=8551003062&template=iframe image2][amazon asin=8594541198&template=iframe image2][amazon asin=859507027X&template=iframe image2]

Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

  • 1
plugins premium WordPress