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Pau que dá em Chico...

Se o CNMP vai investigar Dallagnol com base em “prova” ilegal, também exigimos investigar as denúncias do pavão

O corregedor nacional do MP quer instaurar processo contra Dallagnol com base no Verdevaldo. Então, por que não investigar as denúncias do pavão contra o Intercept?

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Deltan Dallagnol

Segundo O Antagonista, o corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, determinou a instauração de “reclamação disciplinar” contra Deltan Dallagnol. O pedido foi feito pelo PT, baseando-se nas conversas roubadas por hackers e divulgadas ilegalmente pelo Intercept de Glenn Greenwald, o Verdevaldo, protótipo de jornalista de péssimo texto que é dicionarizado como sinônimo de incapacidade de entender alguém mais inteligente em seu país natal.

Ainda que seja uma “reclamação disciplinar” (Dallagnol ficará de castigo virado pra parede por 15 minutos?), a conseqüência é perigosíssima, e foi alertado por nós: toda ação de operadores do Direito gera precedentes. É quase como ter criado e aprovado uma lei ali, no ato mesmo. Agora, novas investigações podem ser feitas com base em “provas” ilegais (sic). A devassa vira ordem.

Como a lei deve ser uma para todos, não importando se você ama o Lula e se acha o Dallagnol um panaca, só há uma forma de não exigir uma “reclamação disciplinar” ao próprio corregedor nacional do MP: tratar então as denúncias gravíssimas levantadas pelo perfil pavão misterioso, ignoradas a fórceps pela grande mídia, como válidas, e também abrir investigação.

Desta feita, sobre o parlamentar Davi Miranda, para verificar se comprou mesmo seu mandato de Jean Wyllys. E sobre seu companheiro Glenn Greenwald, para verificarmos suas conexões com os russos (e as conhecidas da First Look Media). E sobre Marcelo Freixo, e suas negociatas contra seu grande inimigo dentro do PSOL. E com Paulo Pimenta, da nave-mãe. E com o próprio Jean Wyllys – cadê a Interpol sendo acionada? Mas que tal começar com o peixe menor, Leandro Demori? Esse aí em uma semana em Bangu I confessa até o celular do Snowden.

Se vale Glenn, vale pavão. Diga-se, o pavão mostrou print. O pavão mostrou número de telefone que tinha a foto de Demori no Telegram, mostrou CPF. A Vivo confirmou que cancelaram a conta correndo no dia seguinte (se não é de nenhum deles, por que teriam feito?). O pavão mostrou mensagens cujo fuso-horário batia. Não “edição jornalística” (sic) de fala sem som de fundo, com apenas 50% de reconhecimento por softwares, e nitidamente editada.

Se o MP pode usar mensagem roubada como “prova”, tem o dever de tratar as denúncias do pavão como prova. São muito mais sólidas. E o povo de bem, cansado de ver tanto artifício para proteger criminosos, precisa ir às ruas para pedir a prisão de todos denunciados pelo pavão. Pau que bate em chico tem obrigação de bater em Francisco.

O povo precisa notar o que está acontecendo. Ou, logo logo, quem tem o melhor hacker põe todos os seus inimigos na cadeia. E o povão rés-do-chão não tem a grana da First Look Media, da Veja (comprada pelo BTG do André Esteves, investigado na Lava Jato), da Folha e do Pierre Omydiar. Glenn está conseguindo o que quer: transformar o Brasil em uma terra (ainda mais) sem-lei, para colocar seus corruptos na rua e, quem sabe, na presidência, enquanto qualquer poder de investigação legal da Lava Jato é condenado.

Os operadores do Direito e os ativistas de rua têm uma missão.

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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