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Hoje perdemos Christopher Tolkien, editor de ‘O Silmarillion’

Tolkien deixou seu terceiro filho, Christopher, como responsável pelo seu legado literário, pois era o que mais entendia sobre os seus escritos

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Como se não bastasse perdermos Roger Scruton, nesta semana também perdemos outro britânico, Christopher Tolkien, 95 anos, terceiro filho de J.R.R. Tolkien. Christopher faleceu hoje (16) em Draguignan, a cidade onde morava na França. Havia sido internado após sentir-se mal na madrugada de quarta para quinta-feira.

O Autor de O Senhor dos Anéis teve quatro filhos: John, Michael, Christopher e Priscila Tolkien. Antes de seu falecimento em 2 de setembro de 1973, Tolkien deixou Christopher como responsável pelo seu legado literário, pois era o que mais entendia sobre os seus escritos.

“Este livro [O Senhor dos Anéis] veio a ser mais direcionado a você, de modo que a sua opinião importa mais do que a de qualquer outro” De J.R.R. Tolkien para Christopher Tolkien (carta 78)

Outras obras de Tolkien que não são tão conhecidas pelos fãs dos filmes como Roverandom, Cartas de Papai Noel e Mr. Bliss, foram partes da infância de Christopher.

Quando saiu a trilogia de O Senhor dos Anéis, dirigida por Peter Jackson, os novos fãs queriam mais filmes e séries sobre as aventuras na Terra-Média. No entanto, Christopher Tolkien não liberava os direitos autorais para que outra adaptação pudesse ser feita.

O filho de Tolkien foi acusado de ser chato, ranzinza, implacável, amargo e solitário pela mídia e pelos fãs que apenas conheciam os filmes e o execravam por ter dito que a obra dirigida por Peter Jackson era chata. Recebeu então uma enxurrada de difamações.

Depois dessa polêmica, conseguiu vencer um processo contra a New Line Cinema, produtora de O Senhor dos Anéis, que não lhe pagara conforme o combinado. Todo o dinheiro recebido advindo do processo, 24 milhões de dólares, foi para a Tolkien Trust, uma instituição de caridade que ajuda universidades, cruz vermelha, fundações médicas e beneficentes ao redor do mundo.

Os leitores da obra de Tolkien sabem que muitos escritos estavam inacabados ou espalhados em diversos documentos. Christopher fez um trabalho meticuloso em ajuntar e articular estes escritos póstumos do pai e lançá-los. Foi pelo seu intenso trabalho que tivemos a oportunidade de ler os 12 volumes de “A História da Terra-média”, “Silmarillion”, “Contos Inacabados da Terra-Média”, “Filhos de Húrin”, entre outros.

O filho do autor do Hobbit foi um católico praticante graças ao pai, que sempre transmitiu essa visão aos filhos (um deles se tornaria padre), não aparecia muito na mídia e, de acordo com Eduardo Stark, colunista do site Tolkien Brasil, lhe foram oferecidas maletas generosas de dinheiro por centenas de empresários diferentes que desejavam lucrar com a obra de Tolkien de alguma maneira. Mas Christopher, com medo que o legado do pai fosse vulgarizado pelo lucro, não cedia.

Christopher também participou do clube literário Inklings que tinham como membros, além de seu pai, figuras renomadas como C.S. Lewis e o filósofo Owen Barfield.

Nesta semana perdemos dois britânicos importantes para a história do mundo: Roger Scruton partiu deixando o mundo mais belo; e Christopher Tolkien, graças ao seu trabalho extenso e meticuloso, ajudou a eternizar a obra de seu pai.

 


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Assuntos:
Oliver

Oliver é dropista, podcaster e palestrante. Twitter: @Oliver_talk

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