Hospitais do Paraná ficam à beira da falência por falta de pacientes
Com 11 milhões de habitantes e 107 mortes por coronavírus, Paraná sente os efeitos do controle autoritário da população por políticos
em 12/05/2020Compartilhar
O presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Paraná (Fehospar), Rangel Silva, afirmou, em entrevista ao portal Bem Paraná, na última terça-feira, 5, que a falência de muitos hospitais privados e filantrópicos do estado será inevitável.
“O faturamento deve cair 60% a partir deste mês e todos os hospitais já trabalham com déficit. Até o mês passado ainda tínhamos recursos dos meses anteriores, com a queda de movimento em abril, começamos maio com déficit. Vamos passar rapidamente de heróis da pandemia a vilões, porque teremos que demitir, fechar.”
O presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Flaviano Feu Ventorim, disse que o valor dos produtos médicos neste período de pandemia aumentou, mas a receita caiu:
“A situação é dramática. Um hospital demora em média 60 dias para receber uma conta hospitalar, e comprava a prazo para pagar com 30 dias. Com a pandemia, o faturamento despencou, custo fixo continuou.”
O Hospital São Vicente, por exemplo, teve uma queda de 70% no pronto-atendimento e redução nos números de cirurgias. A médica Cecilia Vasconcelos declarou que a população tem medo de ir ao hospital e se contaminar com o coronavírus.
O Hospital Pequeno Príncipe também registrou queda de 70% nos atendimentos de emergência e tem apenas 40% de ocupação dos leitos. O diretor corporativo da instituição, José Alvaro Carneiro, estima que o déficit vai ficar entre 15 e 20 milhões neste ano.
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