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Censura

Quando começará o expurgo NA ESQUERDA no Facebook e Twitter?

A direita foi censurada no Twitter e fez a hashtag #DireitaAmordaçada. Sempre alegam um suposto "discurso de ódio". E as toneladas de ameaças de morte que esquerdistas fazem?

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Tweet de esquerdista ameaçando cortar gargantas no Twitter. Via @odiodobem

Após mais de 100 perfis exclusivamente de direita no Twitter terem sido suspensos nesta terça (7) sem nenhuma explicação por parte do Twitter Brasil, deixando a hashtag #DireitaAmordaçada no topo dos assuntos mais comentados, resta uma dúvida séria: quando perfis de esquerda serão suspensos?

Foi uma orquestração muito grande, sob silêncio quase completo da grande mídia, que apenas um lado tenha sido censurado, sem nenhuma justificativa. Uma empresa estrangeira atuando em solo brasileiro de maneira a manipular o debate político e influenciar as eleições sem nem tentar disfarçar com um bloqueio temporário de meia hora em meia dúzia de perfis irrelevantes de esquerda.

Os expurgos stalinistas contaram com a velha aliada de sempre: a mídia tão dócil não apenas a esquerdistas, mas às suas causas, termos e métodos de silenciamento e censura.

Sem apresentar os motivos e “comentar casos específicos”, o Twitter se pronunciou apenas afirmando que comportamentos suspeitos de violação às regras estão sujeitos às medidas cabíveis.

“As Regras do Twitter estabelecem os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, no intuito de proteger a experiência e a segurança dos usuários”, disse. Entre as restrições previstas, segundo a plataforma estão “a alteração temporária da conta para o modo somente leitura até que sejam feitas as verificações necessárias pelo usuário.”

É curioso como “os conteúdos permitidos na plataforma” parecem incluir apenas conteúdos de esquerda. Sem apontar para algum tweet ou algo postado que possa ter afetado alguma hipersensibilidade momentânea, ficamos apenas com generalizações sobre “condutas inadequadas”. Ora, se apenas perfis de direita, que postam conteúdo de direita, e todos possuem conexão entre si, parece que o único conteúdo que foi proibido pelo Twitter foi não concordar politicamente com o gestor em questão. Ou ele poderia apontar o tal comportamento proibitivo?

Talvez quem possa responder a tal questão seja a jornalista da Rádio Gaúcha e da Zero Hora (dois veículos com maioria absoluta de jornalistas de esquerda) Rosane de Oliveira. Foi ela quem tentou dar uma “explicação” para a censura, dizendo que “é contra, mas…” (as always), e aparentemente mostrando familiaridade com o expurgo de direitistas. Mas, novamente, o motivo fica escondido.

Apesar de falar em “robôs”, que, por óbvio, seriam perfis falsos que não teriam como reclamar, Rosane foi rápida em admitir que eram na verdade “robôs de carne e osso”. Como era esperando, que teriam “abusado do direito” (sic) de agredir e usar palavrões (sic²). Também fala em “maus sentimentos”.

Não há nas regras no Twitter nada que proíba palavrões ou “maus sentimentos”, o que significa não apenas um poder arbitrário imenso nas mãos de quem venha a controlar os expurgos (pessoa de quem ninguém deve ter ouvido falar), além do uso de regras inventadas ad hoc de seu próprio estro. E sem avisar usuários de que eles estão proibidos de falar palavrões ou terem “maus sentimentos”, podem se sentir lesados em seu direito à livre expressão.

Rosane de Oliveira ainda tentou explicar:

Contudo, não há nada nas regras que aponte para alguma violação clara realizada apenas por usuários de direita e que não afete ninguém de esquerda. Rosane de Oliveira, na qual ninguém votou para vigiar e fazer curadoria do conteúdo do Twitter, não deixou claro por que a escolha dos perfis censurados (não é contra, mas…), muito menos por que a escolha cirúrgica apenas de perfis que sejam de direita. Nada nas regras permite tal recorte.

A única explicação que resta é a de que conteúdo e “comportamento” de direita não está mais permitido no Twitter, e Rosane de Oliveira, que não é a favor da censura, mas…, que não parece gostar muito da direita, está dizendo que a direita “semeia ódio”, sem apontar em nenhum momento que tal “ódio” seria esse (alguém não gostar do Lula agora gera censura?).

O que também deixa dúvidas no ar: a direita está segura no Twitter? Poderá se manifestar livremente? Terá suas conversas num espaço aberto, plural e “normal”, ou será monitorada, fichada, ouvida e lida às escondidas, tendo sempre o risco de ter seu conteúdo apagado, “desseguindo” perfis que seguia, perdendo seguidores, alcances e não mais sendo lida (já que os tweets não mais são apresentados de maneira 100% cronológica, permitindo o shadow banning)? Afinal, só a esquerda pode usar o Twitter livremente?

Além, é claro, de quem está controlando o conteúdo que pode e o que não pode ser visto, com qual critério além de “ser de direita” (que Rosane associa a “robô de carne e osso” (sic), “maus sentimentos” e “ódio”).

Será que o Twitter poderia rever seus conceitos e sua censura se descobrir que seus usuários, que mantém a plataforma relevante, talvez não gostem muito de saber do que está acontecendo nas coxias, longe dos olhos do público, sem nem tentar disfarçar a censura de um lado específico?

Afinal, isso não seria considerado uma tentativa de influência nas eleições que se aproximam? E por uma empresa estrangeira, ainda que com contratados locais? Com critérios genéricos e sem nenhuma explicação plausível? O que será que o TSE acharia disso?

Com uma censura sem aviso prévio, o Twitter pode deixar de ser entendido como uma plataforma livre, em que os usuários são responsáveis pelo próprio conteúdo, para ser uma plataforma com curadoria, em que além dos usuários, quem estiver neste conselho são responsáveis pelo que vemos. Será mesmo uma política segura para a empresa apostar em tal modelo, tão somente para agradar grupos de pressão que usam termos como “discurso de ódio” para o que discordam – que, por aquelas coincidentes coincidências, são exatamente as pessoas que Rosane de Oliveira não parece gostar?

E sendo tais pessoas que não conhecemos responsáveis por não nos ofendermos e ninguém nos odiar, talvez seja o caso de avisá-los de que há muito trabalho a fazer. Uma rápida busca pelo nome da advogada Janaína Paschoal acompanhada de palavras como “puta” ou “vagabunda” mostra que o conselho do Twitter não anda muito eficaz em atacar discurso de ódio (não um qualquer, como é modinha na esquerda, mas um ofensivo a uma mulher). A quantidade de ameaças de morte a Sérgio Moro e Bolsonaro, além da própria Janaína, mostram o falhanço dessa curadoria.

Ou realmente o único conteúdo proibido é ser de direita? Porque nem páginas do Comando Vermelho e do PCC ficam fora do ar. Ou dezenas e dezenas de perfis falando em matar policiais. Será que descobrimos uma regra oculta que não foi colocada nos termos do Twitter, ficando num movediço e nunca clarificado “discurso de ódio” que não está nem aí para o ódio de esquerda, inclusive daquele que mata de verdade, ao invés de apenas manifestar “maus sentimentos”?

Se o Twitter quiser apostar no modelo da “curadoria”, responsabilizando-se pelo conteúdo, nem precisa se dar muito ao trabalho. Perfis como @odiodobem fazem muito bem o trabalho de denunciar, como o nome diz, o “ódio” que é tolerado pela esquerda, inclusive as ameaças de violência e morte.

Será que agora devemos mesmo encarar o Twitter como uma rede com um viés, e não mais responsabilizarmos apenas os usuários caso um conteúdo de um esquerdista esteja nos ofendendo ou ameaçando?

https://twitter.com/odiodobem/status/1026652894400077824

https://twitter.com/odiodobem/status/1026896291471794176

https://twitter.com/odiodobem/status/1026965876510257152

https://twitter.com/odiodobem/status/1026969080409014274

https://twitter.com/odiodobem/status/1027236367657586689

https://twitter.com/odiodobem/status/1027240815616290821

https://twitter.com/odiodobem/status/1027396436927938560

https://twitter.com/odiodobem/status/1027325902089347072

https://twitter.com/odiodobem/status/1027335275859587073

https://twitter.com/odiodobem/status/1027387124792942593

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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