Clínica trata meninas como trans apenas por não gostarem de bonecas
Psiquiatra que trabalhou em serviço britânico de saúde de gênero denuncia "tratamento lamentável e inadequado" com "consequências nefastas" para crianças
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Uma clínica pública de saúde que é referência no Reino Unido em desenvolvimento de gênero para crianças e adolescentes, classificava como “trans” qualquer menina que não gostasse de fitas cor-de-rosa ou de brincar de bonecas.
A denúncia foi feita pelo psiquiatra David Bell. O médico trabalhou por anos na unidade Tavistock and Portman NHS Trust, único serviço de desenvolvimento de identidade de gênero para crianças no Reino Unido.
Segundo Bell, a clínica acredita que a única explicação aceitável para crianças que “são incapazes de se conformar com os estereótipos de gênero” é que elas são transgêneros.
Por conta dessa mentalidade, em vez de oferecer tratamento psicológico adequado, a clínica simplesmente serviria como uma porta de entrada para cirurgias e bloqueadores hormonais.
Em um relatório de 2019, o psiquiatra apontou que 98% dos adolescentes que buscaram aconselhamento psicológico na unidade acabaram tomando hormônios do sexo oposto.
“As necessidades das crianças estão sendo atendidas de maneira lamentável e inadequada e algumas viverão com consequências nefastas”, concluiu o relatório.
A clínica também teria cedido à pressão de ativistas “altamente politizados”, apesar de algumas crianças “adotarem uma identidade trans como uma solução [errada] para problemas como histórico de abuso infantil na família, luto, homofobia e uma incidência muito significativa de transtorno do espectro do autismo.”
Casos que levantaram preocupações incluem uma menina que se sentiu culpada após a morte repentina de seu irmão, então ela tentou devolver o filho aos pais mudando de sexo.
Alguns pais também buscaram a transição para seus filhos porque eram gays.
O relatório do Dr. Bell resultou na renúncia do diretor da clínica, Marcus Evans, que trabalhou no local por mais de 30 anos.
A Tavistock and Portman enfrenta um caso notório na justiça britânica.
Keira Bell começou a tomar bloqueadores de hormônios aos 17 anos e fez mastectomia dupla aos 20.
Arrependida, a garota entrou com uma ação contra a clínica por ter sido persuadida a fazer a transição quando ainda não tinha maturidade para tomar uma decisão como esta. A mãe de uma garota autista de 15 anos também entrou na ação. Sua filha está atualmente na fila para tratamento, o que a mãe tenta impedir judicialmente.
Imagem: Vista da fachada do Tavistock and Portman Centre Crédito: Reprodução/The Tavistock and Portman NHS Foundation Trust Com informações de Daily Mail, The Telegraph e The Times