Você reparou que as Olimpíadas começam em 2 semanas e ninguém está nem aí?
As Olimpíadas vão começar logo logo. E até agora, o brasileiro só se interessou pelas notícias sobre política – nada sobre esporte.
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As Olimpíadas começam no dia 5 de agosto. 5 de agosto. É tipo amanhã em termos de cronograma de eventos de uma quitanda, que dirá de uma super produção global incrivelmente mais tensa do que Copa do Mundo (qualquer show do John Lennon* faz mais trânsito do que uma cidade recebendo um jogo de futebol por vez, enquanto Olimpíada tem mil eventos, tudo na mesma cidade ao mesmo tempo).
* Eu nunca sei qual Beatle morreu, como se fizesse diferença.
A Copa do Mundo está estava indo “bem” (fazer aquelas aspas ridículas com as mãos, a voz pastosa e o olhar de quem acabou de receber um nude da Jandira Feghali para a correta prosódia da sentença), para padrões brasileiros. Aí veio junho de 2013 e, com os maloqueiros do Passe Livre, um discurso contrário à custosa Copa das Confederações e à então futura Copa do Mundo. O 7 x 1 estava antevisto, já que a comunada piolhenta demorou sete desgracentos anos desde que o Brasil fora escolhido para sediar a Copa dos Mundos numa jogada de Lula para se reeleger (Olimpíadas no pacote) para então sair às ruas dizendo: “Nossa, vão gastar um dinheirão do cacete, hein, podiam ter usado isso para dar um esgoto pro povo não saber a diferença entre a privada e a calçada, seria da hora”. Mas enfim, Brasil + esquerda, 7 anos de atraso é até lucro. Um pra cada gol da Alemanha.
Mas isto são águas passadas e uma Blitzkrieg que nunca mais esqueceremos. Agora vai ter Olimpíadas. Olimpíadas. Aquela, com basquete, judô, vôlei, atletismo, um monte de esporte nos quais o Brasil sempre pôde brilhar e que fez atletas cujos nomes conhecemos décadas depois de sua glória, mesmo que nunca tenhamos visto uma disputa deles ao vivo.
Se uma Olimpíada no Marrocos, em Ruanda, no Quirguistão ou na Geórgia causaria alvoroço local e seria motivo de felicidade geral da nação por pelo menos meia década monotemática a entrar nos livros de História, as Olimpíadas no Rio são comentadas por… gringos. Você consegue andar pelas ruas do Brasil, desviando do mau cheiro e das balas perdidas e das bem direcionadas, e falar: “Será que vai rolar o ouro nos 100 metros livres? Parece que esse time de basquete com estrelas da NBA pode peitar a América, hein?”
Nada. Zero. Vácuo absoluto.
O país que se preocupa muito mais com esportes do que com o quanto é roubado, de repente, graças ao PT, conhece o nome dos 11 juízes do STF, mas não sabe o nome de metade da seleção brasileira. A CBF é notícia graças à corrupção e à troca de Dunga por Tite, não por qualquer ser humano em campo.
Simplesmente ninguém está nem aí para as Olimpíadas. É mais fácil ler sobre o espetáculo do Rio na imprensa internacional do que na brasileira. Parece que nem o Globo Esporte sai da poucoselixandescência. O Bragantino x Ituano chama mais atenção. A Fórmula 1 no Azerbaijão rende mais no Fantástico. No máximo um comentário de 20 segundos no jornal da manhã da Record sobre por onde a tocha olímpica está passando.
Na norma de normalidade absoluta do brasileiro em relação ao que é absurdamente anormal (exemplos: corrupção, PT, feminismo), só o que tem de normal são notícias contrárias ao correto “funcionamento” das Olimpíadas.
Tochas que caem. Delegações que não querem ficar em seus “alojamentos”. Descobrir que esses alojamentos foram mudados de seu projeto original depois de fechada a licitação para favorecer (quem mais?) Odebrecht e Andrade Gutierrez.
Etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc.
Tudo, menos esporte.
A esquerda e o PT tentaram transformar toda a nossa vida em política. Do preço do cachorro-quente ao uso de banheiros públicos, tudo é politizado, feito para discussão pública, com gritos de “fascista!” e exclusão do debate nacional todos aqueles que não concordam.
E foi assim com a Copa e com as Olimpíadas: a idéia era mostrar que o Brasil com o PT no leme era tão melhor do que já foi que até teria Copa e Olimpíadas.
A Copa foi um fiasco antes de começar (o gigante de junho de 2013 acordou pouco antes da Copa das Confederações) e um fiasco ainda maior dentro de campo. O 7 x 1 foi uma sorte para o PT: o resultado tão surpreendente da Copa mais surpreendente tirou o foco do que acontecia com o Brasil durante o evento, com os velhos maloqueiros de sempre gritando “Não vai ter Copa!”
Teve. E eles não gritaram “Não vai ter Olimpíada!” graças ao impeachment, mas parece que não vai ter Olimpíada mesmo. Ao menos, não na normalidade.
O país que só se preocupa com futebol, que falava dos jogadores de vôlei e de basquete no boteco, que já teve pau entre Daiane dos Santos e Daniele Hypolito, que só se preocupa com a festa e esporte, agora só fala de política.
Todas as notícias sobre as Olimpíadas a serem comentadas falam de tudo: de fiação exposta a atleta seqüestrado. Exceto de esporte. Só ficou a política.
O PT, que queria mostrar ao mundo que é o melhor do mundo, chamou toda a atenção do mundo para sua própria, abusando do eufemismo, incompetência na gestão pública.
Se a Copa foi um prenúncio, as notícias sobre as Olimpíadas mostram nada mais nada menos do que uma confirmação. O PT morreu. Resta saber como a esquerda tentará se reconstruir, terceirizando a culpa pela péssima gestão e pelo odebrechtismo.
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