FAKE NEWS: Se você é minimamente inteligente, não caia nessa de “cura gay”
Você acreditou que alguém propôs a "cura gay"? Não seja tapeado pela mídia: basta saber do que se trata para apoiar vigorosamente o projeto.
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Há alguns assuntos que se repetem com extensa maestria: ninguém se importa com o genocídio que o Boko Haram está promovendo em escala industrial na Nigéria, por exemplo, mas basta algo que não promova (repetindo: não promova, não se trata de aceitar, admitir, conviver, mas não promover) a chamada “causa gay” que ataques de pelanca, faniquitos e chiliques mimimi em massa ocuparão o Twitter em no máximo meia hora. Vide a gloriosa fake news dizendo que um juiz permitiu a “cura gay” no país.
As pessoas têm confiança quase nula na mídia, a um só tempo em que acreditam em tudo o que ela faça em troca de cliques. Basta ver o furdunço gerado hoje, tal e qual aquele contra Marco Feliciano em junho de 2013, por algo que só pode ser chamado de fake news.
Vivemos uma época espalhafatosa: do espalhafato em sentido vernacular. É como jornalistas controlam a opinião pública. Ninguém fazendo as piadinhas manjadas (“quero licença para não trabalhar, acordei meio gay hoje” ou “meu amigo é gay e ele não precisa de cura, precisa de piroca”) se preocupou com fatos, ou, digamos, em duvidar da mídia, se dizem que não são “manipulados”. Ninguém hoje é mais massa de manobra acéfala e voluntariamente ordenado em obediência absoluta pela mídia do que os promotores das causas progressistas.
São justamente estes que querem controlar o que se diz na internet, jurando que foram “fake news” que elegeram Donald Trump, por exemplo, sem nenhuma prova ou notícia falsa de respaldo a dar de exemplo. O que fazem dia e noite, entretanto, é justamente promover fake news, como a suposta “cura gay”, que ninguém defendeu – e muito menos passou a tratar homossexualismo como “doença”. Não seja um manipulado pela modinha e não saia repetindo bordões lobotomizados, nem quando parecem “científicos” como o da suposta e fake cura gay.
Uma Ação Popular foi impetrada contra o Conselho Federal de Psicologia, como descrito na Ata de Audiência. Tudo isto se deve à Resolução nº 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia. Seu texto caiu em um limbo jurídico que precisa de correção. Não tem nada a ver com “cura gay”.
Atendendo a demandas de órgãos globalistas como a OMS e entidades progressistas, o CFP incluiu no texto de sua resolução normas de conduta para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual. Trata-se da redação do parágrafo único do art. 3.º e do art. 4.º da dita Resolução n.º 01/1999.
O mesmo trecho foi alvo de celeuma em junho de 2013, quando o Projeto de Decreto Legislativo 234 (PDC 234/11) do deputado João Campos (PSDB-GO) – rapidamente, lobotomizados de plantão jurariam de pés juntos tratar-se de um projeto de lei do deputado Marco Feliciano. Um jornalista tratou o caso como o “projeto da ‘cura gay'”, o nome ficou e não peça para ninguém no Twitter questionar.
Foi o que analisei no capítulo A tal da “cura gay” em meu livro sobre os protestos de 2013/14, Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs, as manifestações que tomaram as ruas do Brasil.
Pelo texto da Resolução, fica definido que:
Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art. 4° – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Ou seja, segundo as determinações em voga na época, ficaria vedado aos psicólogos “colaborar em eventos e serviços que proponham tratamento e cura” das homossexualidades (o plural logo ficará claro, pois a linguagem técnica quase nunca é igual à nossa vã linguagem cotidiana – vão onde desinformantes jornalísticos gostam de trabalhar). É assim que surge boatos fake news como a tal “cura gay”.
A causa vai ao encontro de uma tendência de relaxamento do tratamento psicológico dado aos homossexuais, com vasta literatura nas áreas psi (psicologia, psiquiatria e psicanálise). Sigmund Freud, tão adorado pela esquerda, por exemplo, vê o homossexualismo como algo terrível, tal como via a masturbação. Se feminina, pior ainda: como o clítoris fica rijo, uma mulher se masturbando teria então conflito de identidade sexual (sic).
Um seu discípulo, Wilhelm Reich, cuja terapia é ministrada livremente no mercado, acreditava, por exemplo, que o homossexualismo era uma perversão do capitalismo (sic³). Um regime em que a família seria apenas guardiã da propriedade (a superestrutura da infraestrutura, no cacarejo marxista) só poderia render frutos “degenerados” como os homossexuais. Assim que o socialismo se concretizasse, pensava Reich, homossexuais não mais existiriam e todo o sexo seria voltado para a produção da fábrica. Uma cura gay pela luta de classes.
Uma espécie de Levy Fidelix que vota no PSOL. Basta ver como homossexuais foram perseguidos em Cuba ou na União Soviética: não era exatamente preconceito, mas criticava-se a sua incapacidade de manter a revolução. Com um detalhe ainda mais curioso: Wilhelm Reich é justamente o pai da revolução sexual, a tese do “sexo livre” que marcaria maio de 1968.
Sigmund Freud e Wilhelm Reich continuam sendo ministrados (e tratados como, digamos, “ciência”) sem o menor sobrepeso nas preocupações do Conselho Federal de Psicologia. Ninguém reclama da ânsia de ambos pela “cura gay”.
Na verdade, o CFP tem mais preocupações em atender aos queixumes de órgãos globalistas como a OMS, mais preocupada com causas como o decoro: por exemplo, trocar a palavra homossexualismo, ligada a tantas doenças, por homossexualidade (seria curioso aplicar o mesmo princípio a outras questões; por exemplo: feminilidade = normalidade; feminismo = DOENÇA).
Pode-se notar que as resoluções do CFP são muito mal redigidas: o texto critica a “promoção”, e não o que de fato tem alguma pretensão de “cura” dos homossexuais. Não há clareza sequer sobre se um homossexual que peça acompanhamento psicológico ou “tratamento” para a sua condição pode ser atendido, caso seja diagnosticado que o seu comportamento é derivado de um trauma (alguém que se torne gay por ter sido abusado sexualmente, por exemplo; caso não seja convincente o suficiente para um progressista, acrescente “por um padre” e logo ele estará berrando de quatro pelo projeto da “cura gay”).
E muitas linhas analisam o comportamento, incluindo sexual, como “construção social”. A teoria sócio-histórica de Lev Vygotsky, de linha marxista, é só a mais famosa delas. Muito bem catalogada pelo CFP, com aulas obrigatórias em toda faculdade de Psicologia. É muito recorrente em cadeias. Alguém que acreditou em “cura gay” reclamou do marxista preferido da psicologia?
Aqui na vida real, ao contrário do que pensam nossos vãos progressistas, nem todos os homossexuais estão satisfeitos e felizes com sua condição de homossexuais (leiam qualquer biografia de Freddy Mercury para lembrar que nem todo gay é viciosamente monotemático como Jean Wyllys). Já no pré-histórico ano de 1990 a CID 10 (Classificação Internacional de Doenças) elencava alguns casos:
F66.0 Transtorno da maturação sexual
O paciente está incerto quanto à sua identidade sexual ou sua orientação sexual, e seu sofrimento comporta ansiedade ou depressão. Comumente isto ocorre em adolescentes que não estão certos da sua orientação (homo, hétero ou bissexual), ou em indivíduos que após um período de orientação sexual aparentemente estável (frequentemente ligada a uma relação duradoura) descobrem que sua orientação sexual está mudando.
F66.1 Orientação sexual egodistônica
Não existe dúvida quanto à identidade ou à preferência sexual (heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade ou pré-púbere), mas o sujeito desejaria que isto ocorresse de outra forma devido a transtornos psicológicos ou de comportamento associados a esta identidade ou a esta preferência, e pode buscar tratamento para alterá-la.
F66.2 Transtorno do relacionamento sexual
A identidade ou a orientação sexual (hétero, homo ou bissexual) leva a dificuldades no estabelecimento e manutenção de um relacionamento com um parceiro sexual.
Aqui entende-se que não há, para a Psicologia, a “homossexualidade” em si, e sim várias manifestações – mais “naturais” ou traumáticas.
Uma proibição da promoção da cura, ou de “ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”, como está no texto da Resolução 01/1999, é quase uma obviedade: tal como obesidade é uma “doença” apenas em um sentido menos rígido da palavra e ninguém pode promover (e prometer) a cura da obesidade, muito menos algo lógico como usar de uma “ação coercitiva” para um “tratamento não solicitado”. Ou seja: ninguém da ciência levou a sério a historieta de “cura gay”, a não ser quem se informa pela mídia. Tsc, tsc.
Entretanto, se o PDC 234/11 de João Campos apenas abolia a frase, o texto do CFP, há muito, traz problemas que a turminha do meme mongolóide não pára para pensar: se a homossexualidade não é um “transtorno” (sobretudo após o lobby globalista que confunde linguagem técnica com linguagem do populacho), tampouco o CFP se preocupou, em seu texto, em lidar com casos que não são puramente chamados de “homossexualidade”, mas envolvem insatisfação com a própria orientação sexual, como a personalidade egodistônica (F66.1). Viu como chamar de “cura gay” é só para quem não faz idéia do que está dizendo?
Já pensou em perguntar para alguém falando em “consenso científico” e “charlatanismo” ou em “fanáticos religiosos obscurantistas” gritando que “homossexualismo não é doença” como se tivessem se tornado verdadeiros Einsteins repetindo um bordão, sobre o que fazer com as personalidades egodistônicas num momento em que eles não podem consultar o Google? “Ciência”.
Não é impedir o direito de decidir por si próprio, é a legalização da CHARLATANICE sem nenhum tipo de punição.
— Pirula (@Pirulla25) September 20, 2017
É assim que se fazem fanáticos robóticos instantâneos. E ainda se achando os “científicos” por isso. O limbo jurídico em que o CFP erroneamente jogou pessoas que buscam elas próprias tratamento, e estão em sérios riscos. O estudo Sexuality and Gender: Findings from the Biological, Psychological, and Social Sciences, dos Drs. Lawrence Mayer e Paul McHugh da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, revelou que 41% das pessoas com transtornos de identidade de gênero, como cada vez mais eufemisticamente vão sendo chamados, tentaram o suicídio. O índice no total da população não chega a 5%.
O editor do The New Atlantis descreve o Dr. McHugh como “sem dúvida, o psiquiatra americano mais importante do último meio século“.
Outro estudo de 2014, de Mazaheri Meybodi, descobriu que 62,7% dos pacientes diagnosticados com disforia de gênero tinham pelo menos mais um outro transtorno, entre os quais depressão (33,7%) e fobia (20,5%).
Até mesmo o site do PSTU (!), culpando eternamente o capitalismo, é capaz de reconhecer os fatos.
Era focando-se em tais pessoas que a redação culposa e dolosa do CFP precisava ser revista: se não para retirar a “promoção”, que ao menos houvesse uma decisão judicial clara dizendo que o psicólogo pode, sim, tratar uma miríade de pessoas buscando tratamento.
Nada de “homossexualismo é doença”. Nada de “cura gay”. Nada de forçar gays a se tornarem héteros: apenas uma correção a um texto infeliz do CFP para obedecer cegamente o lobby da OMS, preocupada com tudo quanto é política e em praticamente nada com ciência.
As pessoas buscam psicólogos por levar um fora, que dirá por um transtorno de maturação sexual. Divirta-se perguntando sobre isso nas redes sociais antes de avisar para o lacrante que é catalogado no CID 10 na linha F66.0, e que há casos chocantes de arrependimentos que levaram ao suicídio. O Google está lotado de casos, como até o ultra-esquerdista The Guardian reconhece. Há até o site Sex Change Regret.
É claro: quem lida com a realidade, a vida concreta e real, que é mais difícil do que fazer meme sobre tratar homossexualismo como doença porque não tem coragem de dizer que uma manchete de jornal sensacionalista está errada (exige aquelas nozes que nenhuma ideologia de gênero dá), se preocupa com essas pessoas. Não importa o quanto a OMS e o CFP queiram trocar suas “leves inquietações” suicidas por nomes mais fofinhos.
Já a turma da lacrosfera, preocupada só em ganhar RTs e pagar de bacana pros amiguinhos, vai deixar esse contingente de pessoas sem acesso a tratamento adequado, apenas para fazer uma piadinha, ganhando berros por piadas sem conexão com o que está sendo discutido, como “não há cura para o que não é doença”. Pessoas que fazem sua vida baseadas em manchete, e não estudo.
Se quer ajudar transexuais (e aprenda: também pessoas com transtorno de maturação sexual, egodistônicos e quem tenha transtorno de relacionamento sexual, apenas para ficar em casos óbvios), dê acesso a tratamento a quem busca. Do contrário, estará jogando-os na depressão mórbida sem nunca ver algum deles na sua frente, enquanto você se diverte no Twitter.
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