Quando Hollywood vai voltar a fazer filme, e não propaganda política?
Não é só na cerimônia do Oscar: Hollywood não produz mais a arte séria do cinema, preferindo escapismos adolescentes e a maçante propaganda política esquerdista.
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Cena 56: Zoom in. Trilha de suspense. Um alienígena chega a Nova York para roubar uma galáxia. Como é uma barata gigante, mata um rude fazendeiro e “veste” sua pele para se disfarçar. O fazendeiro ainda mantém as características externas que o tornam bizarramente reconhecível ainda que, por dentro, seja um monstro asqueroso e gosmento.
A cena, retirada do filme Homens de Preto (Man in Black, 1997), foi brilhantemente usada pelo roteirista e comentarista Andrew Klavan como metáfora sobre os esquerdistas que se apropriam de instituições sólidas, normalmente construídas com suor e lágrimas por grandes conservadores, e as transformam em centros de propaganda política que continuam sendo respeitados por algum tempo graças ao residual da marca, mesmo que descolados da realidade. Assim é Hollywood hoje. Sem o residual da marca.
Quem poderia imaginar que o lugar que encantou o imaginário mundial mostrando o American Way of Life e a moral americana se transformaria no lugar mais anti-americano do globo? Quem diria que a mesma Hollywood que produziu A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful life, 1946), E o Vento Levou (Gone With The Wind, 1939), O Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950), Casablanca (1942), Cantando na Chuva (Singin’ in The Rain, 1952), filmes tão diversos quanto profundos, de adultos falando com adultos sobre temas adultos, estaria anos depois com uma produção que nada mais é do que de super-heróis requentados e remakes de sucessos da Sessão da Tarde? Mesmo os velhos filmes infantis, tratavam as crianças como gente capaz de entender as pequenas sutilezas do espírito humano. Felizmente, a Pixar ainda mantém um pouco essa tradição – Toy Story 3 (2010) é um bom exemplo.
New York Times, Disney, Berkley University, estúdios de Hollywood… a lista de instituições e marcas que decaíram após serem tomadas pela esquerda é imensa. Todas têm em comum aquilo que diferencia (ou diferenciava?) progressistas e conservadores americanos: a cultura, estúpido!
Enquanto os conservadores mostravam planilhas e gráficos com argumentos impecáveis, a esquerda conquistava os corações com histórias de seres da floresta pacíficos que lutam contra o homem mau – branco, cristão e americano, claro! Enquanto conservadores demonstravam fatos, esquerdistas vendiam sonhos. E sonhos são mais atraentes… em um primeiro momento.
Para a nossa sorte, existe um problema nesse modelo que, como podemos ver, está colapsando: a graça só tem graça se tiver um fundo de verdade. A emoção só emociona quando estamos envolvidos com ela, baseada em fatos da nossa própria vida. O politicamente correto e o controle da linguagem podem funcionar em um primeiro momento mas, se o mercado é livre, o espectador, o consumidor – ou seja, quem sustentam a coisa toda – começa a confrontar o que vê, ouve e lê com a realidade objetiva. E a realidade SEMPRE vence. Qualquer um que está fora da bolha percebe que aquilo não faz sentido, não o emociona mais, não o assusta mais. É aí que começa a decadência. Welcome to Hollywood 2018.
Vejamos o filme que ganhou o grande prêmio no Oscar: A Forma da Água (The Shape Of Water) é um remendo mal feito de Splash – Uma sereia em minha vida (Splash, 1984), Inimigo Meu (Enemy Mine, 1985) e O Fabuloso destino de Amelie Poulain (Le fabuleux destin d’Amélie Poulain, 2001).
A Forma da Água, na minha opinião, não só é o pior filme do ano, mas está entre os piores que já vi na vida. E não porque é um filme esquerdista. É um lixo porque é ruim mesmo, independente de sua visão de mundo. Impecavelmente filmado, com cenas plasticamente belíssimas, onde todas as personagens têm a profundidade de um pires, toda a história é previsível e a relação entre uma mulher e um jacaré não desperta a menor ternura – muito menos tesão. O vilão é de uma caricatura que faz o antagonista esqueleto da animação Viva! – A Vida é Uma Festa (Coco, 2018) parecer mais real do que um ator de carne. É osso!
Se Hollywood vai voltar a produzir grandes histórias humanas e não bobagenzinhas politicamente corretas, não sabemos. Mas que há um espaço aberto na cultura de massas do mundo inteiro, já podemos afirmar. As elites culturais estão em sua bolha. Cabe àqueles que estão fora dela – músicos, cineastas, jornalistas, professores, produtores de cultura e, especialmente, os mecenas – divulgarem seus talentos (e abrirem seus bolsos).
Não é só pela causa. É também pela grana. Quem chegar primeiro leva o jackpot.
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Não percam o livro “The Crisis in the Arts: Why the Left Owns the Culture and How Conservatives can Begin to Take it Back” de Andrew Klavan.
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