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Esquerda delirante

Lula está preso há um mês. Cadê a convulsão social prometida pelo PT?

O PT ameaçava os cumpridores da lei com uma convulsão social total, praticamente uma revolução bolivariana, se Lula fosse preso. Lá se vai um mês de prisão e ninguém tá nem aí.

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Cachorro mijando em Lula

O ex-presidente Lula já está preso há um mês, após seu folclórico showmício diante da sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo. O PT prometia, ameaçava, esperneava e reameaçava Oma convulsão social de proporções saturnais caso Lula fosse preso. Algo próximo de uma revolução bolchevique tupiniquim. Nada se provou mais falho.

Neste ínterim, o Brasil simplesmente seguiu a vida, ignorando completamente a prisão de uma autoridade populista e egóica, líder de um partido considerado sinônimo de corrupção e mentiras (além de uma histeria anacrônica e francamente brega). É uma ética e uma estética que deixaria antigos fãs de Collor e Maluf muito mais bem apessoados do que qualquer universitário cheio de “causas sociais”.

No dia de sua prisão, ignorando a lei e esbravejando a perdigotos (e um cheiro de cachaça reconhecido por Gleisi Hoffmann, a “Amante” da lista da Odebrecht), Lula mal conseguiu fechar mais do que dois quarteirões ao redor do Sindicato dos Metalúrgicos. A maior parte das pessoas estava achando estranho como os ônibus e metrôs estavam vazios, até serem informados por motoristas que a situação em São Bernardo afetou até a capital. E então é que o povo lembrava que Lula ainda não havia se entregado.

Sua igualmente clichezenta e cafonérrima foto sendo carregado nos ombros de um sindicalista negro escondeu uma verdade incômoda para petistas: ao redor do ex-presidente mais corrupto, mas mais populista do país, não estava o povo, e sim jornalistas profissionais com câmeras gigantescas e caríssimas para tirar foto de um momento criado de maneira completamente artificial.

https://twitter.com/RIPmarcurelio/status/983078163327709184

As cenas de desocupados no acampamento pró-Lula só conseguem gerar piadas, como sindicalistas gritando “Bom dia” para Lula, a icônica foto de políticos petistas tentando entrar, sendo barrados e formando uma foto parecendo de uma banda de hiphop, o siricutico de Manuela D’Ávila querendo fichar quem gritou “Aqui é Bolsonaro, porra!” ao seu lado (e acusando-o de ter encostado em seu corpo, o que se provou uma acusação falsa) ou os delírios de Lindbergh Farias, que viu uma nuvem em formato de Lula (!) ou tirou uma foto “dormindo” no acampamento, tão verdadeira quanto uma nota de R$ 500 com Lula no lugar do símbolo da República.

O PT está vivendo uma fantasia criada pelo próprio discurso do partido: a de que representa o povo. Confundindo sua militância de desocupados fanáticos, quase sempre de profissões improdutivas (de sociólogos a jagunços de sindicato), com o próprio povo, criou uma população que só existe em seu discurso e no Datafolha, que misteriosamente sempre erra favorecendo o PT (é a única coisa na qual o Datafolha sempre acerta).

Não tendo como lidar com duas camadas de consciência a um só tempo, petistas acreditavam mesmo que o mundo se resumia ao Sindicato dos Metalúrgicos, ao DCE das Universidades federais, à Folha de S. Paulo e ao Projac, e achavam de fato que a prisão de Lula iria causar uma convulsão social de assustar, ehrr, o povo de fato, que acorda 5 da manhã para pegar ônibus na periferia e trabalhar honestamente, ao invés de acreditar que pobreza é licença para roubo.

Petistas foram traídos pelo próprio discurso. O povo de verdade não está relativizando roubo, corrupção, celsodanielização. Apesar de todo o apelo mítico da figura de Lula, absolutamente distinta do Lula de carne e osso, a revolução bolivariana brasileira não ocorreu, como foi após a prisão de Chávez na Venezuela. Os petistas, que há um mês se esmeraram na narrativa de comparar Lula a Nelson Mandela (curiosamente, outra figura amiga de tiranos, corrupto e que enriqueceu com tráfico de diamantes, mas que acelera corações de quem não conhece sua história, apenas o seu nome), acabaram sem o que dizer.

O povo não quer convulsão social em nome de corruptos, mesmo quando cai em seu canto de sereia. O Brasil vai muito bem só rindo das notícias chorumentas de Lula, obrigado.

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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