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Numerologia

Datafolha e Ibope erraram a favor do PT e contra a oposição em todas as últimas eleições

Erros foram acima da margem de erro, chegando a 10% de diferença entre pesquisa e realidade. Ibope e Datafolha sempre inflam números do PT, e somem com os da oposição

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ula contando nos dedos das mãos

Na guerra de narrativas dos institutos de pesquisa do Brasil, ignora-se o dado mais importante sobre as próprias pesquisas e suas supostas “margens de erro” auto-atribuídas: quanto já acertaram no passado? No caso de Datafolha e Ibope, os mais famosos, o que chama a atenção não é o fato de terem mais errado do que acertado: é como sempre erraram a favor do PT.

Nada que não possa ser explicado pela Teoria da Mera Coincidência, claro. Mas institutos que tanto trabalham com amostragem há décadas parecem ter algum método para saber até por que e como erram, embora prefiram insistir tanto em divulgar sempre os mesmos resultados cientificamente errados a favor do candidato petista do momento.

Os erros muitas vezes superam bastante a margem de erro auto-atribuída dos institutos. O Datafolha tem histórico de erros um pouco menor. Entretanto, o instituto da Folha de S. Paulo foi piorando em seus erros a longo do tempo.

Tabela de erros de Ibope e Datafolha

Em 2002, o Datafolha supôs 1,56% a mais de votos para Lula, enquanto tirou 2,19% de votos de José Serra. O total do erro foi de 3,75% favorecendo o petista. Já em 2006, o único momento em que o Datafolha erra contra o PT: 2,61% de votos retirados de Lula. No entanto, erra bem acima da margem a menos também para Geraldo Alckmin: 6,64%, totalizando 4,03% de erro novamente a favor de Lula.

Em 2010, o instituto errou pouco acima da margem de erro, dando 3,09% a mais de votos para Dilma, enquanto tirou 1,61% de votos de José Serra, aumentando ainda mais o total de erro para 4,70% a favor de Dilma. E em 2014, a última eleição, o grotesco: 2,41% a mais de votos para Dilma e simplesmente um erro de 7,55% de votos de Aécio Neves que o Datafolha não conseguiu encontrar por mistério divino. O total do erro: 9,96% de votos a mais para Dilma.

É quase o equivalente, hoje, a Bolsonaro ter 38% das intenções de voto, ao invés dos 28% encontrados pelo instituto, que parece em dissonância com as ruas e conversas populares. E como o instituto foi errando cada vez mais, é de se apostar que o erro do Datafolha para 2018 será de mais do que 10%.

O Ibope tem histórico ainda pior. Já começa errando acima da margem de erro em 2002, supondo 3,56% a mais de votos para Lula, e não encontrando 1,19% de votos para Serra. Quatro anos depois, já uma bizarrice descarada: um errinho de apenas 0,61% a mais para Dilma, mas um descalabro erro de 9,36% a menos para Alckmin, que se sagrou com 41,64% dos votos válidos (e não os 32% chutados pelo instituto). No total, 9,97% de erro a favor de Lula. Errar um décimo dos votos é coisa para enquete de Twitter, não instituto que se diz sério.

Se em 2010 o erro foi menor (o Ibope “só” supôs 51% de votos para Dilma, quando a petista teve 46,91%, uma falha de “meros” 4,70%, ainda acima da margem de erro), com uma conta de 1,61% de votos a Serra que o instituto nunca consegue encontrar, totalizando um erro de 5,70%, nas eleições de 2014 há novo descalabro. O Ibope misteriosamente encontra mais uma vez 4,41% de votos a mais para Dilma, supondo que a petista teria 46% (teve 41,59%), enquanto desaparece com 6,55% de votos de Aécio (o Ibope garante que só teria 27%, quando teve 33,55%). Total: erro de 10,96% a mais de votos para Dilma.

Não custa lembrar que o mesmo Ibope, um mês antes, ainda no primeiro turno, havia mostrado Dilma com 39%, Marina com 31% e Aécio com meros 15%. A estimativa de segundo turno do instituto era entre Marina e Dilma, fazendo com que a candidata verde vencesse a vermelha por 43 a 42. Devido a isso, na época, muitos eleitores de Aécio Neves migraram de voto para Marina Silva, que ficou com 21,32% (um décimo a menos). Já no mundo da realidade, Dilma recebeu 41,59% e Aécio, 33,55% (mais do que o dobro do aventado menos de um mês antes).

As informações foram compiladas pelo advogado Fernando Filipe (@felipescp).

É consabido que muitos brasileiros votam pensando em quem está na frente, querendo fazer parte do time “vencedor”. O curioso é ver como ambos os institutos não apenas erram: erram com método.  Though this be madness, yet there is method in’t, como dizia o Polônio de Hamlet.

Os institutos de pesquisa de nomes gabaritados e pomposos, como Datafolha e Ibope (para não falar de uma máquina de mentiras como o Vox Populi, delatado por Palocci e cujo dono é colunista da Carta Capital), funcionam muito mais como propaganda para um suposto vencedor (ou uma figura em ascensão artificial como Fernando Haddad) do que para relatar a verdade. Resta saber se o ministro Fux vai considerá-los fake news e impugnar uma eleição calcada por seus números como havia prometido.

No entanto, pessoas que nunca fizeram as contas juram que quem não acredita em pesquisas é que é um alienado, fanático e que nega a realidade. A verdade da mentira com números precisa vir à tona.

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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