Sim, Lula vai passar seus últimos dias na cadeia
Além da sentença da juíza Gabriela Hardt, há um novo problema para a esquerda brasileira: ter de lidar com o fator óbvio de que Lula passará o fim de sua vida na cadeia
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A juíza Gabriela Hardt condenou o ex-presidente Lula a mais 12 anos e 11 meses de prisão pelas robustas provas do sítio de Atibaia, que Lula recebeu como propina em troca de contratos. Lula agora terá de passar 24 anos na cadeia, e ainda há pelo menos mais 5 processos a serem julgados em breve. Todos já podem presumir o resultado.
O sítio possuía pedalinhos com os nomes dos netos de Lula (!), e até meias nas gavetas com os nomes dos membros da família. Se o triplex do Guarujá já abundava em provas, o sítio do Guarujá tem um verdadeiro dono tão óbvio que apenas uma lobotomia não permite perceber.
A esquerda, que jura que “estudou História” por reproduzir meia dúzia de clichês pós-colonialistas e vitimistas de luta de classes, vai ter de lidar agora com uma nova e dura realidade: Lula, a não ser que passe dos 100 anos, tem toda a chance de viver na cadeia até o fim dos seus dias, com um provável pedido de comiseração quando estiver nas últimas, para ser mandado para casa.
Isto, naturalmente, se a esquerda não voltar ao poder nesse meio tempo e der um golpe. Porque, no momento, apenas a velhice avançada tira Lula do xadrez.
Mas mesmo que Lula não passe até os últimos de seus dias na cadeia, a narrativa da esquerda, que sempre dependeu de uma falsificação platiforme e dualista da história, fica seriamente abalada. Tudo seria diferente se Lula fosse o “nosso Mandela“, carregado para fora da prisão pelo povo. Mas, a se ver o “acampamento” em Curitiba de petistas que não agüentaram uma chuva na fria capital paranaense, o resultado é que o PT seja lembrado como um malufismo mais duradouro, e o partido, em pouco mais de uma década, vire um PSOL em número de votos.
Tudo indica mesmo que a narrativa (e quase toda a visão histórica brasileira foi construída pela narrativa do PT) tenha um final borocochô. Estará mais para o final de vida dos traficantes, grandes chefes do crime, que ganham direito a morrer em casa, do que para o grande líder do povo (que votou em massa em Bolsonaro logo depois de não precisar mais ter de agüentar os tucanos).
Lula, no clichê tão repetido por Trotsky, irá para a lata de lixo da história. E terá o mesmo fim da triste (para o espectador) figura de Maluf andando de bengala até o camburão da Polícia Federal. Ainda que consiga, pelas tergiversões da lei brasileira, não ter seu último suspiro em sua cela curitibana.
A esquerda brasileira não terá como passar maior vergonha desde seu silêncio sobre a instauração de uma ditadura do proletariado na década de 60.
A “vanguarda revolucionária” já teve orgulho de dizer que seus heróis morreram de overdose. É um pouco mais vergonhoso admitir que estão mofando na cadeia por corrupção generalizada.
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