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Guten Morgen 89: Foro de São Paulo e os protestos incendiários

O Foro de São Paulo ora é tratado como inexistente, ora como inócuo. Mas é o Maduro quem diz que os protestos no Chile são plano do Foro. Tudo teoria da conspiração do Olavo de Carvalho, claro...

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Guten Morgen 89 - Foro de São Paulo e os protestos incendiários

Guten Morgen, Brasilien! Chile, Equador com protestos violentos, mancha de óleo no litoral do Nordeste, ecoterrorismo, mortos, Humberto Costa e Guilherme Boulos dizendo que o Brasil precisa aprender com o exemplo. Como entender isso? Com Nicolás Maduro comemorando o que combinaram… no Foro de São Paulo.

O Foro de São Paulo é tratado ora como uma teoria da conspiração criada pela extrema-direita e por Olavo de Carvalho para vender livro para uma seita que usa chapéu de alumínio, ora como uma mera reunião de velhinhos que não apitam nada, que apenas se juntam para jogar conversa fora. Assim, uma espécie de milícia de velhinhos…

Mas enquanto tratam o Foro de São Paulo como o Foro de Schrödiger, inexistente ou inócuo, as reuniões do Foro de São Paulo continuam ocorrendo, José Dirceu descreve seus objetivos para Antônio Abujamra e, claro, Nicolás Maduro comemora que os objetivos do Foro estão sendo implantados com êxito no continente, exatamente quando protestos pela implantação do comunismo se espalham.

Tudo, repetindo, é apenas uma teoria da conspiração do Olavo de Carvalho e sua seita de fanáticos radicais alt-right. Repita e repita até acreditar.

Toda a dinâmica é a mesmíssima dos protestos de junho de 2013 no Brasil: começa-se falando em algo genérico, como aumento da passagem em 20 centavos ou o preço do bilhete de metrô, e logo há mortos, prédios públicos são sitiados, cidades inteiras ardem em chamas e o caos se instaura para aparecer um novo líder. Não mais trabalhadores em greve, e sim estudantes, que não serão imediatamente punidos se ficarem nas ruas.

Tudo isso num momento em que a CPMI das Fake News quer derrubar Bolsonaro, e que o presidente, sempre acusado de “autoritário” mesmo sendo o presidente com menos autoridade da história brasileira, ficará acuado, e será acusado de ter dado um novo AI-5 tão logo reaja a protestos. E olha que os protestos “contra políticas neoliberais” (você sabe o que é isso? pois vai descobrir nesse episódio) vieram depois de aprovada a Reforma da Previdência no Brasil…

Todos os grandes analistas políticos da América Latina apontam que os protestos apenas começaram no Chile: num mundo globalizado, tudo está interligado, e logo irão para Paraguai e Argentina, para culminar no Brasil, que virá por último. E adivinhe quem está mancomunado com a esquerda brasileira? O crime organizado, bem diferentemente de junho de 2013…

A situação é tensa e precisamos fazer de tudo para evitar o morticínio. Além de determinarem o fim da liberdade de expressão, da inviolabilidade de correspondência e da possibilidade de criticar políticos no Brasil.

O curioso é ver como logo isentões e liberais estão dando todo o apoio para o poder estatal absoluto criar uma nova Venezuela no Brasil, enquanto o Foro de São Paulo continua aliado inclusive da Rússia para expandir o poder que perdeu, sobretudo com Bolsonaro.

Descubra tudo no seu podcast preferido! A produção é de Filipe Trielli e David Mazzuca Neto no estúdio Panela Produtora, com produção visual de Gustavo Finger da Agência Pier. Guten Morgen, Brasilien!


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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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