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Luciano Ayan: “E se alguém baixa um vídeo ‘teen’ e um espartalhão” (sic) diz que você é suspeito?

Afonso "Luciano Ayan" pode ser alvo de inquérito policial pedido pelo Ministério Público para investigar vídeos que podem ser de pornografia infantil. Ayan é criador da teoria da conspiração de um "gabinete do ódio" que ensejou a CPMI das Fake News e o inquérito de fake news

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Carlos Afonso, o "Luciano Ayan"

Conforme noticiamos com exclusividade, o Ministério Público pediu Instauração de Inquérito Policial (IP) contra Carlos Augusto de Moraes Afonso, alcunha “Luciano Ayan”, guru do MBL, por suspeita de ter em seu poder material contendo pornografia infantil – “incontáveis” imagens e vídeos com cenas de sexo explícito que parecem envolver menores de 18 anos.

Conforme lembramos, Carlos Afonso “Luciano Ayan” é o principal criador da teoria da conspiração da existência de um imaginário “gabinete do ódio” que precisaria ser combatido com a CPMI das Fake News, além de ter feito ilações fantasiosas que geraram depoimentos usados no “inquérito das fake news” e de pitorescos “atos antidemocráticos” que ensejou prisões, além de pedidos de busca e apreensão em endereços de pessoas que discordem de “Luciano Ayan”, minando algumas liberdades garantidas pela Constituição, como livre manifestação, não haver crime antes de lei que o defina e acesso aos autos de um processo pela defesa. O inquérito é criticado até mesmo pela esquerda.

No que foi escrito em formato de possível resposta retórica a uma acusação já presumida, Afonso “Luciano Ayan” escreveu em seu perfil no Twitter: “E se alguém baixa um vídeo ‘teen’ e um espertalhão diz ‘epa, será que é menor de idade?’. Daí para saírem espalhando que ‘é suspeita de divulgação de material de crianças/adolescentes’ é um pulo. Por isso falei com o advogado para entender exatamente o que é. Tá estranho.”

Luciano Ayan tweet

https://twitter.com/lucianoayan/status/1294324584309817346

Logo após, apagou o tweet, além de outros em que parecia querer acusar “espertalhões” de o estarem “infernizando”. Em um dos tweets, diz que é uma “jogada” a acusação de crianças serem por ele influenciados.

Luciano Ayan tweet

https://twitter.com/lucianoayan/status/1294299360558276610

Também apagou um tweet em que desgraça o dia em que “topou participar” da direita brasileira, por “infernizar quem desiste de estar com eles”.

Luciano Ayan tweet

https://twitter.com/lucianoayan/status/1294322438747160576

É estranha, de toda forma, a defesa de ter baixado, digamos, “acidetnalmente” um vídeo “teen”. Tais vídeos pornográficos são os únicos proibidos em plataformas de sexo explícito – ou seja, você precisa procurá-lo em sites da deep web e baixá-los. E seria estranho alguém ter tamanho trabalho e baixar um vídeo “acidentalmente”.

Se são vídeos inocentes, de uma categoria “teen”, por que baixá-los, se estão disponíveis em sites pornográficos? E por que apagar esta postagem assim que nossa reportagem foi ao ar?

Após as postagens, o próprio “Luciano Ayan” apagou o perfil no Twitter.

Enquanto aguardamos o desfecho da história, fomos aos perfis de notórios defensores das teorias da conspiração de Carlos Afonso “Luciano Ayan”, como Renan Santos do MBL (que afirmou que “Luciano Ayan é uma idéia”), José Fucs, Madeleine Lacsko, Alexandre Borges, Martim Vasques da Cunha (estes que consideraram Ayan um “preso político”), Michele Prado (que comemorou ter ligado para Ayan quando este saiu da cadeia), Tiago Pavinatto (ex-advogado do MBL com quem ele já fez live), Ângelo Coronel (presidente da CPMI das Fake News que investiga Ayan, e que fez live… com o próprio Ayan), Lídice da Mata (relatora da CPMI das Fake News e que também fez encontro com Ayan), o ex-ator pornô Alexandre Frota, Lobão e outros, além de membros do próprio MBL. Ninguém se pronunciou.


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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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