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Tabata is watching you

Tabata regula-zap diz que 1984 de Orwell reflete “escalada autoritária do governo”

Autora do projeto de lei que cria um "Ministério da Verdade" para punir fake news em mensagens privadas diz que livro de George Orwell reflete "autoritarismo do governo atual"

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Tabata Amaral, deputada do Partido Democrático Trabalhista (PDT), de inspiração no getulismo, o fascismo brasileiro, montou um “Clube do Livro” que, em sua quarta leitura, declara que leu o clássico 1984 de George Orwell. Segundo Tabata, a leitura ensejará “refletirmos sobre o momento que estamos vivendo e a escalada autoritária do nosso governo atual”.

No livro 1984, o “Grande Irmão” (Big Brother) do Partido destrói a privacidade e controla tudo o que é dito em conversas privadas. A frase “Big Brother is watching you” (o Grande Irmão está te observando) se repete hipnoticamente por todo o livro. O Partido cria o “Ministério da Verdade” que define o que é verdade com termos contraditórios, com o moto “War is Peace, Freedom is Slavery, Ignorance is Strength” (Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força). Quem não aceita tal “verdade” é punido violentamente.

No Brasil, Tabata Amaral é co-autora do projeto da Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, que quer destruir a criptografia do WhatsApp para poder punir e obrigar a apagar conteúdo de conversas privadas que seja considerado “fake news” por políticos como Tabata Amaral. No Ministério da Verdade tupiniquim, Tabata Amaral is watching you. Tal como o lema de 1984 (Freedom is Slavery), o projeto para Tabata controlar mensagens privadas tem “Liberdade” no nome. Quem não aceita tal “verdade” também será punido.

Curiosamente, o tal governo que Tabata afirma produzir uma “escalada autoritária” nunca fez nenhum projeto para que políticos definam por nós o que é verdade, punindo com o poder de polícia política do Estado quem não diga o que um político determina como verdade. Muito menos ainda pretendeu destruir a privacidade das pessoas (um direito mais sagrado do que “não ler fake news”, ao menos para a extrema direita obscurantista) para poder combater as tais fake news.

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A não ser, claro, que Tabata Regula-Zap Amaral esteja se referindo à “escalada autoritária do nosso governo atual” incluindo, por exemplo, a CPMI das Fake News, o inquérito do fim do mundo, o inquérito de atos supostamente “anti-democráticos” e, last but not least, seu próprio projeto de lei. Aí não poderíamos concordar mais.

É difícil explicar o processo sináptico que permite ao mesmo ser humano enxergar em 1984 uma triste reflexão para o controle de pensamento e expressão em um totalitarismo, e este mesmo ser humano ser autor de um projeto de lei que pretende controlar o que as pessoas dizem, tachando de fake o que não se encaixe no que este político considere que faça parte do seu Ministério da Verdade particular.

1984 com toda a certeza reflete em minudências a escalada autoritária do nosso governo atual.


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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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