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Manifesto

Big Techs impõem a censura mais radical de toda a história, diz associação

Associação que integra principais sites independentes compara big techs a regimes totalitários

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O novo normal cada vez mais se parece com o mundo distópico do livro de George Orwell, 1984. A concentração do fluxo de informação nas mãos de poucas empresas torna instável o ambiente para a livre circulação de idéias. As Big Techs, gigantes de tecnologia controladoras das redes sociais, hoje possuem uma força e um poder tamanhos que nem o presidente dos EUA escapou da sua sanha autoritária.

Impedindo vozes dissonantes de se manifestar, Twitter, Facebook, Google e Apple, agem como um poder supremo, condenando ao ostracismo quem quer que vá contra suas diretrizes arbitrárias. Preocupada com isso, a Associação Nacional de Comunicadores Independentes (ANCI), publicou um manifesto contra os constantes ataques à liberdade de expressão promovida pelas gigantes de tecnologia.

“A censura promovida pelas Big Techs converte-se na mais cruel e mortal forma de discriminação e segregação. O risco que o mundo corre é o de se tornar refém dos mesmos oligarcas que impuseram seus monopólios ao longo do século XX e colaboraram com os regimes mais genocidas da história”, diz o manifesto.

O texto foi assinado pela associação e por jornalistas de sites de jornalismo independente, entre eles Bernardo Küster e Paulo Briguet (Brasil Sem Medo), Cristian Derosa (EN), Ricardo Roveran (Terça Livre), Flavio Morgenstern (Senso Incomum), o cineasta Mauro Ventura, além da iniciativa Coalizão Conservadora.

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Leia abaixo a nota na íntegra, publicada na página do Facebook da entidade.

Censura: a guerra das Big Techs contra o povo

Nunca tão poucos tiveram poder para censurar tantos. Nem Hitler e Stalin conseguiram controlar a opinião como fazem as Big Techs.

Na última semana, as empresas de tecnologia que administram as redes sociais deram um duríssimo golpe na democracia. O Twitter bloqueou permanentemente o perfil do Presidente dos Estados Unidos, simplesmente por ele se opor à narrativa que essas empresas defendem. Talvez tenha sido a mais ousada manobra dos grandes oligarcas da tecnologia contra a liberdade de expressão. Além disso, o Facebook anunciou que irá impor aos usuários do WhatsApp o consentimento de novas regras de compartilhamento de dados, que podem incluir localização e contatos. Essas medidas, vindas de empresas que vigiam opiniões e bloqueiam usuários alegando supostas incompatibilidades com “políticas da comunidade” ― que, por sinal, mudam frequentemente ― ampliaram a suspeita de cidadãos em todo o mundo.

A Associação Nacional de Comunicadores Independentes (ANCI) posiciona-se em defesa das vozes dos cidadãos comuns, uma das bandeiras da comunicação independente fortalecida com a internet, e considera as medidas dessas empresas como ataques abertos a um dos direitos humanos mais básicos: o direito à livre expressão.

Facebook, Twitter e Google, além da Apple, Amazon e outras que sucumbem às ameaças de radicais da supressão de vozes, representam hoje o mesmo que representaram velhas dinastias e impérios do terror. Nunca se viu tanto poder nas mãos de tão poucos.

A narrativa de liberdade e privacidade, que enfeita os slogans dessas empresas, deve ser vista como uma gigantesca e monstruosa propaganda enganosa a serviço de interesses daqueles que precisam suprimir opiniões para se manter em pé. O debate, velha ferramenta de conhecimento em épocas democráticas, parece ter ficado no passado. Agora, basta tachar uma mensagem como “fake news” ou um simples usuário como “disseminador de ódio” para que não se precise debater com ele.

A censura promovida pelas Big Tech converte-se na mais cruel e mortal forma de discriminação e segregação. O risco que o mundo corre é o de se tornar refém dos mesmos oligarcas que impuseram seus monopólios ao longo do século XX e colaboraram com os regimes mais genocidas da história.

As grandes corporações, ao invés de investirem no fomento dos mesmos valores que os fizeram crescer e obter poder na democracia, trabalham no sentido de acorrentar e amordaçar as vozes do cidadão comum, aparentemente com o único fim de escravizá-lo como mão-de-obra barata em suas multinacionais aliadas a governos como os da China. Não é à toa que o Fórum Econômico Mundial mantém como inspiração para o seu Great Reset nada menos que o regime chinês ― a maior, mais cruel e mais longeva ditadura do planeta, além de ser um regime recordista em prisões e perseguições a jornalistas.

Este é o mundo das Big Techs.

O crescimento da participação popular na política deve muito ao advento dessas ferramentas de debate e discussão. Mas quando as empresas de tecnologia assumiram o papel de garantidoras das vozes na democracia, passaram a fornecer um serviço público, representando uma instância que não pode sucumbir à tentação da formação de cartéis e monopólios ideológicos.

Estamos vivenciando uma revolução das elites contra o povo, um ataque violento contra o patrimônio mais sagrado da humanidade que é a sua cultura e a sua liberdade de expressar-se.

A atitude dessas empresas em limitar a liberdade coincide com as iniciativas de regimes totalitários que mataram e calaram milhões de pessoas no século XX, seja por meio de prisões ou da destruição de meios de informação, como livros e publicações vistas como proibidas.

Cenas do passado, como uma fogueira de livros durante a Segunda Guerra, estão sendo revividas agora na era da Internet, com perfis e páginas sendo sumariamente calados sob acusações de disseminação de informações contrárias à narrativa oficial. Não é coincidência que a era do combate às fake news seja a mesma em que se ambiciona suprimir, até em obras da literatura, expressões vistas como inadequadas.

Nem Stalin, Mao ou Hitler tiveram nas mãos tanto poder de censura quanto as Big Techs. Se você escrever ou falar algo que contrarie as famosas “políticas”, a articulação do terror formada por radicais tem o poder de eliminar o seu sustento, levando à falência ou à fome qualquer voz que pareça dissidente. O mundo está vendo, aterrorizado, uma censura levantada a partir de elites poderosas contra o cidadão comum. Nunca a voz popular foi tão inconveniente quanto agora.

ANCI – Associação Nacional de Comunicadores Independentes

Assinam esta nota:

Bernardo Küster (BSM)
Flavio Morgenstern (Senso Incomum)
Silvio Grimaldo (BSM)
Paulo Briguet (BSM)
Mauro Ventura (Ivin)
Cristian Derosa (EN)
Lucas Campos (Coalizão Conservadora)
Enrico Bianco (Coalizão Conservadora)
Ricardo Roveran (Terça Livre)


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Carlos de Freitas

Carlos de Freitas é o pseudônimo de Carlos de Freitas, redator e escritor (embora nunca tenha publicado uma oração coordenada assindética conclusiva). Diretor do núcleo de projetos culturais da Panela Produtora e editor do Senso Incomum. Cutuca as pessoas pelas costas e depois finge que não foi ele. Contraiu malária numa viagem que fez aos Alpes Suiços. Não fuma. Twitter: @CFreitasR

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