Grupos de direitos humanos querem que Airbnb corte laços com a China
Enquanto o Brasil trata o país mais parecido com a Alemanha nazista como "parceiro comercial e vacinador", até a esquerda americana critica país totalitário
em 25/03/2021Compartilhar
Uma coalizão de grupos de direitos humanos redigiu uma carta aberta ao Airbnb pedindo à empresa para que encerrasse seu envolvimento com as Olimpíadas de Inverno de 2022 em Pequim, devido a violações de direitos humanos cometidas pelo governo chinês.
A Associated Press (AP) relata que a carta foi assinada por 150 defensores dos direitos humanos. A Airbnb é apenas um dos 15 principais parceiros envolvidos nas Olimpíadas de Pequim. Empresas como Visa, Bridgestone, Coca-Cola, Panasonic, Toyota, entre outras, integram a parceria com os jogos olímpicos.
“Os 15 principais patrocinadores pagaram ao Comitê Olímpico Internacional (COI) cerca de US $ 1 bilhão em dinheiro ou serviços no último ciclo olímpico de quatro anos para serem associados aos jogos. O Airbnb se inscreveu em novembro de 2019”, informa a AP.
A carta aberta ao CEO da Airbnb, Brian Chesky, afirma: “Tendo em vista as políticas discriminatórias do governo chinês contra tibetanos e uigures, e suas políticas repressivas contra a população, pedimos que vocês retirem vosso apoio aos Jogos de Inverno. Tal apoio sinalizaria claramente a oposição do Airbnb às violações dos direitos humanos, incluindo o que os governos estão cada vez mais reconhecendo como um genocídio contra o povo uigur.”
O grupo aponta que os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 começarão em menos de um ano, “em um cenário de forte repressão e agravamento dos direitos humanos.”
A carta também faz referência à declaração do cofundador da Airbnb, Joe Gebbia, divulgada na ocasião em que assinou a parceria:
“(…) Nossa parceria olímpica garantirá que os Jogos sejam mais inclusivos, acessíveis e sustentáveis, e deixará um legado positivo e duradouro para os atletas e comunidades anfitriãs. A missão do Airbnb é criar um mundo onde todos possam pertencer a qualquer lugar, e estamos orgulhosos de que o espírito olímpico será transmitido por nossa comunidade. ”
Sobre essa declaração a carta acrescenta: “Com mais de dois milhões de uigures arbitrariamente detidos em campos de detenção, com ativistas pró-democracia sendo presos em massa em Hong Kong, e com o Tibete agora listado como o lugar menos livre no mundo, ao lado da Síria, é difícil imaginar como essa intenção se dará. ”
A carta conclui: “Exortamos você a usar sua influência com o COI para pressionar para que os Jogos sejam suspensos e, se isso não acontecer, removerá imediatamente o seu apoio ou correrá o risco de ser contaminado pela associação”.
A China diz que “motivos políticos” estão por trás do esforço de boicote e que os campos de detenção em Xinjiang são “centros vocacionais”, não prisões. No início deste mês, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Zhao Lijian disse: “A China rejeita firmemente a politização do esporte e se opõe ao uso de questões de direitos humanos para interferir nos assuntos internos de outros países”.
Conforme reportagem de Charlotte Pence Bond, do portal Daily Wire, no último dia 22 os Estados Unidos, junto com outros países anunciaram sanções contra autoridades chinesas relacionadas a abusos de direitos humanos em Xinjiang.
Com informações do Daily Wire e da Associated Press
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