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Moralidade verbal

Bradesco faz campanha contra assédio a sua robô de inteligência artificial

Robô fêmea mimizenta do Bradesco está cansada das gracinhas dos clientes e promete ser mais enfática em suas respostas. Clientes deveriam buscar bancos com inteligências menos artificiais

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BIAbrad

No universo dos lacradores de porta de DCE nem as inteligências artificiais escapam. A revolução do cretino fundamental, ocorrida nos tempos de Nelson Rodrigues, já se consolidou. 

A segunda geração, a dos cretinos dispensáveis, estabeleceu-se no poder e preparou o terreno para a terceira geração: a dos cretinos ofendidinhos. Não há nada mais perigoso sobre a crosta da terra do que um cretino ofendidinho.

Seu ressentimento intermedeia todas as suas relações com o mundo, desde seu namoro “abusivo” até um simples esbarrão na ponta da mesa do refeitório da empresa, colocada lá só com esse intuito. Esse culto do sentimentalismo foi muito bem abordado no livro Podres de Mimados, do Theodor Dalrymple.

E a inteligência – que é um dado da natureza no ser – se corrompe, convertendo-se naquilo que especialistas costumam chamar de burrice. Ao criar uma inteligência artificial, imagina-se que esta, por ser um mero simulacro, seja imune à corrupção.

Não é o caso. A inteligência artificial do Bradesco está um tanto cansada de tantas ofensas. O Banco, em campanha que circula na internet, avisa que será mais enérgico com engraçadinhos que molestem seu robô sentimental.

Não se pode mais pedir nudes a um não-ser. Crê-se que, em breve, a inteligência artificial do Bradesco deixará seus pelos virtuais crescerem na sua sovaca cibernética e acompanharemos on-line seu ganho em terabytes de gordura.

Isso que dá substituir um estudante de mecatrônica do Senai por uma militonta de humanas da FFLCH. Humanas da FFLCH é pleonasmo. Aliás, Militonta da FFLCH também.

No filme O Demolidor, há o Estatuto da Moralidade Verbal. Logo mais, o banco irá criar seu estatuto aproveitando para tirar mais algum dinheiro de seus clientes reais. Nada como usar um lacrador pateta para enriquecer mais um pouquinho. 

Boa jogada.

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Carlos de Freitas

Carlos de Freitas é o pseudônimo de Carlos de Freitas, redator e escritor (embora nunca tenha publicado uma oração coordenada assindética conclusiva). Diretor do núcleo de projetos culturais da Panela Produtora e editor do Senso Incomum. Cutuca as pessoas pelas costas e depois finge que não foi ele. Contraiu malária numa viagem que fez aos Alpes Suiços. Não fuma. Twitter: @CFreitasR

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