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Violência política

O presidente do PT no Rio de Janeiro vai nos agredir? Nos matar?

O presidente do PT no Rio prega (novamente) o confronto contra não-petistas. Estaremos seguros não sendo petistas nas ruas?

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Já circulou pelas redes a notícia divulgada pela Folha de S. Paulo, que o presidente do PT no Rio de Janeiro, Washington Quaquá, está pregando “o confronto popular aberto nas ruas”, caso o ex-presidente Lula seja preso. A notícia vem sem nenhuma mediação por parte da Folha de S. Paulo, como se noticiasse tão somente mais uma das dúzias de descalabros diários partindo da sigla.

A retórica raivosa do PT – aquilo que, quando é muito mais diluído e metafórico, mas partindo da direita, eles chamam de “discurso de ódio” – é preocupante, mesmo partindo de Quaquá. Apesar de tudo  o que falam a respeito de uma “extrema-direita” e da ditadura militar, praticamente toda a violência política real nos últimos anos veio da esquerda.

No caso da nota citada por Washington Quaquá, simplesmente publicada sem nenhuma crítica ou comentário pela Folha, vê-se que o PT trata a eleição de Lula em 2018 única e exclusivamente como uma salvaguarda para Lula escapar da lei por se tornar inimputável. Diz a nota:

“A garantia de eleições e do direito do Lula concorrer às eleições limpas (já que está mais do que evidente que não há crime por ele cometido e nenhuma prova produzida, depois de anos de investigação e de pressões e benefícios absurdos concedidos para quem se dispusesse a delatá-lo) é a última trincheira, que caso ultrapassada, não restará mais nada, não restará mais nenhum compromisso democrático no Brasil”

Ou seja: o país inteiro deve ter um novo presidente, tão somente porque na vida normal, esse presidente não tem como se defender das pesadíssimas acusações contra ele. E, caso Lula seja preso, Washington Quaquá afiança que o PT e seus braços armados irão para o “confronto popular aberto nas ruas”. Lemos na nota:

“Queremos, a partir do Rio de Janeiro, dizer em alto e bom som: condenar Lula sem provas é acabar de vez com a democracia! Se fizerem isso, se preparem! Não haverá mais respeito a nenhuma instituição e esse será o caminho para o confronto popular aberto nas ruas do Rio e do Brasil!”

Talvez se poderia dizer que Quaquá está sendo metafórico. O difícil é entender o que é, digamos, simbólico na expressão “confronto popular aberto nas ruas”. Mesmo a típica retórica de artes marciais do PT, cheia de palavras como “golpe” e “luta”, não falava em “confronto aberto”.  Lembrando que Washington Quaquá já pregou a “porrada” contra os “burguesinhos de merda”.

Washington Quaquá, presidente do PT no Rio de Janeiro e prefeito de Maricá.

Washington Quaquá ainda tenta dizer que o PT estará preparado para a luta “da forma como ela vier”, tentando dizer que quem começou a briga foram seus adversários, os do “golpe”. Mas são suas palavras que passam do conceito da prisão de Lula (legal, investigada, julgada em banho-maria, seguindo todo o rito democrático) para a pancadaria, caso o PT não consiga usar o Estado para livrar seus corruptos da cadeia.

A esquerda está acostumada com a direita respondendo apenas citando frases ridículas e mostrando incoerência, mas nunca com processos, problemas com a lei e riscos de liberdade e dinheiro. Fosse um Jair Bolsonaro a falar em “confronto aberto”, como seria a notícia na Folha? Quantos processos estaria respondendo, com pedidos variando de fim do mandato à cadeia?

O risco é real, partindo do PT. Estaremos seguros? As velhinhas que andam na rua, a tal “burguesia”, que não gosta do PT por ser ladrão e totalitário, além da agenda progressista-globalista, estarão seguras caso cruzem na rua com Washington Quaquá?

Nossos avós, as crianças, as pessoas fracas – elas precisarão de proteção contra petistas? Quem estuda o PT, o Foro de São Paulo e seus apaniguados sempre disse que o PT sempre quis implantar uma ditadura modelo bolivariano no Brasil. A retórica de Washington Quaquá mostra que basta apenas concretizá-la para nos tornarmos a Venezuela de Nicolás Maduro, assassinando opositores diariamente.

Passou da hora de forçar as autoridades para tratar petistas como o risco à segurança pública que são.

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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