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Loucura, loucura, loucura

Se você fosse um tarado psicopata, você ejacularia em uma mulher armada?

Estudos apontam que malucos de pedra, incluindo tarados molestadores, costumam ficar bem mais comportados diante de uma mulher armada.

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Policial mulher armada sai do carro e atira contra bandidos na favela da Telerj, no Rio de Janeiro

O caso do já afamado ejaculador do ônibus lança luzes sobre um debate muito mais importante, menos perfunctório e de conseqüências de vida ou morte para o Brasil: caso você fosse um tarado psicopata, desses malucos de pedra mesmo, você ejacularia em uma mulher armada?

Ao contrário da visão supostamente “sã” sobre a loucura, que costuma ser mais tresloucada do que muita gente no pinel (vide quem acredita em Michel Foucault), nem mesmo tarados psicopatas têm uma visão da realidade absolutamente desconstruída, parecendo um quadro de Dali ou um discurso de Dilma Rousseff. Eles não confundem um ônibus com uma bacia de jiló: apenas um aspecto de seu contato com o tecido do real possui alguma falha. Ouve vozes ou tem uma libido maior do que os costumes sociais exigem para o convívio saudável. No dizer de G. K. Chesterton, o louco acha que é Napoleão, mas que o resto do mundo continua igual.

É a famosa troça de Dom Quixote, sabendo que não bate bem da cabeça: loco si, pero no tonto. Pode até acreditar que moinhos de vento são gigantes ou que pode satisfazer seu desejo sexual com uma mulher dormindo no ônibus, mas, já recomendava Alborghetti, dá um pratinho de cocô com uma cereja em cima para ver se ele come e se é totalmente louco como afirma ser pra ver só.

Tanto que o dito ejaculador, Diego Novais, preferiu abusar de uma vítima adormecida. Será que faria o mesmo com uma policial fardada e armada, ou aí a loucura esfria um pouco e misteriosamente dá pra segurar a vontade de esganar o malandro até a volta?

Basta deixar o maluquinho em um ambiente com menor inconseqüência e mais reação às suas ações e boa parte de sua doença se cura num passe de mágica. Sua libido priápica pode ter causas psiquiátricas sérias, mas um ambiente baseado em desarmamento e numa cultura de “não reaja mesmo que estiver sendo barbaramente torturado e sabendo que vai morrer em segundos, o melhor é deixar quieto, essa vida nem é lá grandes coisa mesmo” é um gigantesco incentivador em escala nacional para o mastruço levantado em público de Diego Novais, não para as mulheres andarem tranqüilamente nas ruas.

Mulheres armadas, aquela realidade que nenhuma ideologia da modinha consegue aceitar (crendo que ideologias são maiores do que a verdade, a realidade e o mundo), são uma linguagem muito mais universal, entendida até pelos doidos, de que não é não, não importando seu laudo psiquiátrico.

As armas estão naquilo que C. S. Lewis explicou que fazem parte da Rta hindu: a estrutura em si da realidade, anterior às nossas abstrações e intelecções mentais para tentar descrevê-la. Bebês são fofos, mesmo que nem todos gostem de bebês: quem não gosta, tem de saber que está indo contra a Rta. As ideologias modernosas (coitadismo penal, direito achado na rua, ultra-legalismo, garantismo exacerbado e outras formas de comunismo e defesa de bandido em variegados graus de velocidade) ficam todas aquém da Rta.

Basta uma mulher estar armada (e não fazendo discursinho de “empoderada”) e lá estarão as mulheres seguras, não importando o quanto ideologozinhos modernos que se acham mais inteligentes do que Aristóteles tentem escrever com linguagem chic de acadêmico encastelado em gabinetes e carros com vidro blindado.

Um molestador como Diego Novais nem precisa ver uma arma. Não precisa sequer saber que ela está lá: só a idéia de que uma mulher pode estar armada (ao contrário do cenário de hoje, em que toda mulher é um alvo fácil com o desarmamento), e que pode reagir, já é um alívio para a sua libido bem próximo à sensação pós-orgasmo masculina.

É por isso que os americanos criaram a Primeira Emenda, proibido o Estado de suprimir liberdades do indivíduo, e logo a seguir vem a Segunda Emenda, proibindo que o Estado impeça o acesso dos cidadãos às armas. Afinal, a Segunda Emenda é o instrumental da Primeira. A primeira tem princípios, a segunda prática. A tese do desarmamento só tem ideologia e nem um “me desculpe” para uma mulher que sofre com uma ejaculação no pescoço no ônibus. Ou violências indescritivelmente piores, vistas dia após dia, que poderiam ser evitadas se elas estivessem armadas.

Já reparou como toda autoridade e celebridade que prega o desarmamento tem vidro blindado e segurança particular? Locos si, pero no tontos.

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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