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Problematização

Depois de ensinar a comer merda, Catraca Livre caga regra sobre fantasias de Carnaval

Ontem, o site de extrema-esquerda Catraca Livre ensinou a comer merda. Hoje, problematizou fantasias de Carnaval. Tudo é preconceito, apropriação cultural e alguma frescura do tipo.

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Índio "não" é fantasia, segundo o Catraca Livre, de extrema-esquerda

Catraca Livre, o portal cultural de extrema-esquerda de Gilberto Dimenstein (aquele do Dimensgate), que agita a farândola de zumbis mal pensantes pelas ruas do Brasil, deu recomendações gastronômicas ontem a seus leitores esquerdistas para comerem bosta. Hoje, o resultado: problematizaram 7 fantasias proibindo que sejam usadas no Carnaval. Depois de comer merda, a cagação de regra.

Para que ninguém precise dar audiência e dinheiro ao Catraca Livre, eis as fantasias problematizadas:

1 – Homem vestido de mulher

O clássico absoluto do Carnaval, que é uma festa para NÃO SER LEVADA A SÉRIO. Na Catracolância, tão intelectualmente próxima à Cracolândia, não pode, porque é “desrespeitoso” com as mulheres (como quando você é um bombeiro e vê um menininho vestido de bombeiro, e começa a chorar copiosamente no canto. Escreve o Catraca Livre:

Os homens vestidos de mulher (e até mesmo de noiva) estão por todas as cidades do país no Carnaval. Mas por que está errado? Além de ser machista e desrespeitoso com as próprias mulheres, essa “moda” é preconceituosa contra as pessoas trans e apenas reforça os estereótipos de gênero.

Sim, porque as outras fantasias, como de médico ou marinheiro, não tem estereótipo, as pessoas estudam, tiram todas as certificações e agem seriamente no Carnaval contra os preconceitos.

No mais, pessoas trans sofrem preconceitos quando alguém se veste de mulher. E elas que fazem isso, o Catraca também vai proibir no Carnaval?

2- Índio ou índia

A grande verdade do poder político, dos debates intelectuais, ônibus no horário de pico e dos banheiros públicos – é muito rei pra pouco trono – foi levada ao limite non plus ultra pelo portal de extrema-esquerda. O melhor mesmo é a curadoria:

A fantasia de índio ou índia representa uma cultura ampla e diversa, e não apenas um indivíduo, construído no Carnaval de forma estereotipada. De que adianta usar um cocar para curtir o bloco enquanto a população indígena é vítima de genocídio?

3- Cigano ou cigana

A cultura dos ciganos é muito marginalizada na sociedade e qualquer tipo de fantasia que remeta a este grupo perpetua os estereótipos de vestimenta e acessórios associado a ele. Não é possível reduzir a cultura do povo cigano a uma bandana com lantejoulas douradas.

Difícil mesmo seria crer que a cultura cigana quer viver no centro, e não na margem da sociedade. A ânsia para falar uma palavrinha da moda sem refletir por 1 segundo e meio é o único tipo de humor que a esquerda é capaz de produzir. Agora pergunte para o Catraca Livre o que raios a cultura cigana tem além de bandana com lantejoulas douradas e filme a resposta.

4- Empregada doméstica ou enfermeira (de forma sexualizada)

Pro Catraca Livre, isso “evidencia as relações de poder e o machismo”. Exatamente igual a… bem, qualquer outra coisa (a cor do céu, as vacas comerem capim, o PIB das Ilhas Marianas Setentrionais e a cueca do Bolsonaro).

A propósito, se for uma obesa pelancuda usando roupinha de enfermeira sexy, certamente aí ela estará questionando os padrões de beleza e lacrando e berro e faltará entrevista no Encontro com Fátima Bernardes.

5- “Nega maluca”

Falaram, falaram, e esqueceram de falar de “maluquice”:

Se fantasiar de “nega maluca” é uma clara apropriação cultural e também um caso de blackface e racismo, pois ridiculariza as mulheres negras. O blackface surgiu por volta de 1830, quando homens brancos de pintavam de preto (de forma caricata) e se apresentavam para a aristocracia branca com o objetivo de satirizar a população negra.

Tem de avisar pro Chico Buarque, claro. Porque um branco gostar de negro também é claramente racismo. (quem, puta que lhos paralho, quem seria racista ao querer sair como negro, mesmo sendo branco?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!?!?!?!)

6- Iemanjá

Iemanjá é uma divindade africana do Candomblé e da Umbanda, que até hoje sofrem com a intolerância e o racismo. Usar essa fantasia demonstra desrespeito com essas religiões.

Já se vestir de Jesus gay rola até concurso! E freira com cinta-caralha idem. E quem deve “respeito” a Iemanjá, que, dãããã, é em si uma “apropriação cultural”? Deveriam era proibir essas “religiões” como umbanda e candomblé se é para usar esse argumento de quem saboreou o prato gastronômico de ontem.

7- Muçulmano

O “argumento” é resumido a “usar adereços da cultura muçulmana é desrespeitoso com a religião islâmica”. Já “Tirem os rosários dos meus ovários” não tem o menor problema.

É bom ter deixado os muçulmanos por último. Afinal, quando eles se ofendem, eles acabam explodindo mais do que as outras minorias, né?

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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