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Mídia lixo

Bolsonaro assiste filme para surdos com Michelle e mídia diz que ele foi “pegar um cineminha”

Não basta a mídia mentir, dando a entender que Bolsonaro largou o país "em meio à crise" omitindo que era um filme para surdos: TODOS os jornais usaram as mesmas palavras

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mídia lixo mente sobre Bolsonaro ir ao cinema com Michelle

Você ainda acredita na grande e velha mídia? Tudo o que ela faz é criar impressões. Veja como todos odeiam Bolsonaro por causa da forte impressão que tiveram de algum comentário dele na imprensa. A última resumiu o Brasil: Michelle e Jair Bolsonaro foram ver um filme inclusivo para surdos. Pela primeira vez, mãe e filho surdos podiam ver um filme juntos. Bolsonaro chegou 9h, saiu 11h15. Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos foi uma das convidadas. Toda a mídia, em uníssono, como se fosse um único jornaleco de DCE com as mesmas palavras, disse que Bolsonaro, “em meio à crise”, foi pegar um cineminha.

https://twitter.com/PolitoRodrigues/status/1110573744437768192

O mais curioso é como a mídia, que deve ser tratada como uma unidade, nem disfarça que é apenas uma única voz. Até as palavras usadas são todas idênticas: jornais “concorrentes” como Folha, Estadão, Istoé e Veja usam as mesmas palavras, com manchetes começando com “em meio à crise”, para tentar causar a impressão de que o casal Bolsonaro largou o país indo pro buraco para pegar um cineminha numa tarde romântica.

Nenhuma palavra sobre surdos. Nenhuma palavra sobre a tal inclusão, com a qual esses mesmos jornais tanto enchiam o saco até antes da posse e de descobrirem o que faz a primeira-dama. Nenhuma palavra sobre o belo gesto de acompanhar famílias de deficientes – e o trabalho de Michelle Bolsonaro, lindo e inatacável, bem melhor do que o glorioso trabalho de Marisa Letícia com panelas para o povo.

E como se Jair Bolsonaro fosse o responsável pela crise – Rodrigo Maia, que era o próprio cramulhão até uns dias atrás, agora é tratado como herói, e o presidente, que já definiu a proposta, é que “atrapalha” (?!).

A impressão que a mídia tenta dar é de que Bolsonaro estava era tirando um descanso. Se fosse Lula (ou se fosse Haddad!), a Folha já estaria postando com ❤️ (sim, o jornal do sr. Frias fazia isso para noticiar as unhas do pé do Mujica) e mostrando como o presidente é do povo e se preocupa com as minorias oprimidas.

Ah, note também o destaque para o nome do filme, dando a entender também que Bolsonaro, um fanático religioso teocrático ditatorial Inquisição Idade Média bancada evangélica preconceito homofobia irracionalismo obscurantista largou tudo para ver um filme de sua igreja (o fato de Jair e Michelle serem de religiões distintas nem precisa ser mencionado).

Não adianta apenas criticar. Temos de denunciar.

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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