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Partido de direita espanhol VOX entra no parlamento e preocupa extrema-imprensa

Espanha tem eleições gerais antecipadas e partido de direita já chamado de "voxonaros" entra na composição do parlamento espanhol

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Vox - Espanha - voxonaros

Após o parlamento rejeitar o orçamento proposto pelo atual premiê socialista Pedro Sanchéz, este se viu obrigado a convocar eleições gerais para este domingo o último domingo (28/04).

A Espanha, como boa parte dos países ocidentais, começa a impor a seus partidos tradicionais uma crise existencial. Tal como americanos, brasileiros, ingleses, italianos e tantos outros, espanhóis estão cansados do “fla x flu” entre os mesmos partidos de sempre e de sua falsa oposição. O quadro espanhol até então era de intercalação de poder entre o partido socialista PSOE (partido socialista operário espanhol) e o partido “conservador” PP (partido progressista). Recentemente surgiram os partidos: Podemos (alardeado pela esquerda mundial, responsável por diversas manifestações de rua em Espanha – um PSOL castellano) e Ciudadanos (partido liberal, no estilo NOVO).

Mas mais importante foi o retorno de um partido verdadeiramente à direita em Espanha, o VOX. Que foi acusado pelo atual premiê Sanchez mais cedo este ano de serem os “voxonaros“, em alusão ao presidente Jair Bolsonaro. Os motivos vocês já podem imaginar: lideranças do VOX são contrárias à imigração em massa, críticos da União Europeia, a favor do porte de armas, contra o aborto e contra a histeria de gênero. O que disseram de Trump nos EUA e de Bolsonaro no Brasil estão dizendo do atual líder do partido Santiago Abascal – propagar “fake news”, uso de robôs nas redes etc.

A imprensa tratou a chegada do partido ao parlamento espanhol como o “retorno da extrema-direita fascista” ao parlamento após um jejum desde a década de 70. O segredo da grande mídia é esse: classificar qualquer um à direita de fascista para, no momento seguinte, tratar como ultraje sua presença no mesmo parlamento que tolera ambientalistas radicais, comunistas, socialistas e nacionalistas separatistas (como os da Catalunha no caso da Espanha). O programa econômico do VOX foi elogiado por diversos economistas liberais e era considerado mais liberal que o do PP.

VOX, apesar de bastante jovem, surpreendeu os desavisados ao se sair muito bem nas eleições regionais da província da Andaluzia. Um dos motes do partido é “Hacer España grande otra vez”, em alusão ao “Make America Great Again” de Trump.

As pesquisas, até então postas em xeque pelos líderes do VOX, apontavam uma eventual vitória apertada do PSOE que talvez inviabilizasse a coalizão de governo. PSOE eventualmente se juntaria ao Podemos para formar governo, o que manteria a esquerda no poder.

Contudo, os resultados finais apontaram em outra direção: o PSOE conseguiu aumentar seu eleitorado (fez 123 cadeiras), mas ainda depende de coalização para governar (embora vá tentar governar sem uma, sem suavizar suas propostas compondo com o liberal Ciudadanos e sem se aliar aos radicais separatistas da Catalunha, ligados à crise que contribuiu para estas eleições), pois uma maioria depende de 176 cadeiras.

O PP então partido de direita “tolerável” sofreu uma debacle e teve um dos piores resultados de sua história, fazendo apenas 66 cadeiras. O Ciudadanos cresceu, roubando votos do PP.

E o VOX atingiu seu objetivo primordial, que era compor o parlamento visando ganhar maior notoriedade nacional. Fez 24 cadeiras (perspectivas mais otimistas falavam em até 35). Também roubou votos do PP.

Santi Abascal (nas imagens) foi tutorado por Steve Bannon, que segue tocando seu projeto de unir as direitas europeias. Para um país também esquerdizado, como os demais, o resultado do VOX pode sim ser comemorado, pois deu um norte à direita espanhola.

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Assuntos:
Andre Assi Barreto

Professor de Filosofia e História das redes pública e privada de São Paulo. Aluno do professor Olavo de Carvalho. Mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Também trabalha com revisão, tradução e palestras. Autor de "Saul Alinsky e a Anatomia do Mal" (ed. Armada, 2019)

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