Vitória de Boris Johnson foi contra anti-semitismo, socialismo e populismo
Mídia ignora racismo desabrido de candidato da extrema-esquerda Jeremy Corbyn, além de sua militância comunista desabrida
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Líder conservador Boris Johnson venceu com números históricos e colocou o marxista antissemita Jeremy Corbyn para correr. Hoje pela manhã (13), foram divulgados os resultados finais das eleições no Reino Unido de ontem (12/12):
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UK, parliament election
Final results: 650/650 seats called
CON-ECR: 365 (+47)
LAB-S&D: 203 (-59)
SNP-G/EFA: 48 (+13)
LD-RE: 11 (-1)
DUP-NI: 8 (-2)
SF-GUE/NGL: 7
PC-G/EFA: 4
SDLP-S&D: 2 (+2)
Greens-G/EFA: 1
APNI-RE: 1 (+1)Majority: 326 seats
+/- vs 2017 UK election pic.twitter.com/DQ1oCztqax
— Europe Elects (@EuropeElects) December 13, 2019
Conforme é possível ver no mapa, foi o que em inglês eles chamam de “landslide”, isto é, o mapa fora varrido (com exceção da Escócia, que quase nunca votou nos conservadores mesmo). Em podcast gravado em 05/12 e que foi ao ar em 11/12, previ que os conservadores venceriam com uma margem entre 8 e 10% de vantagem, errei suavemente para menos, a vantagem conservadora foi de cerca de 11,5%.
A análise baseava-se não apenas nas pesquisas, que davam vantagem aos conservadores de 6% (que geraria outro parlamento misto) até 14% (landslide conservador), ainda assim, a mídia nacional e internacional vendia a narrativa que os conservadores perderam força nas últimas duas semanas de campanha.
Na manhã de ontem, numa clara tentativa de wishful thinking à moda “Ciro já virou”, millennials tentaram encampar a tag “YouthQuake” – terremoto jovem – dizendo que muitos jovens teriam saído para votar em Corbyn e que isso poderia ocasionar até a uma vitória trabalhista (as evidências até ali eram apenas fotos de locais de votação).
Esta manchete do UOL, publicada na quarta-feira (11), é um exemplo do pensamento mágico na mídia brasileira. Um desejo que vira pó diante da realidade. pic.twitter.com/GxWnF0imKK
— Brasil Sem Medo (@JornalBSM) December 13, 2019
A análise também se baseava em outros dois fatores preponderantes: as pessoas, cansadas da novela Brexit, votaram no candidato cujo slogan era “Get Brexit Done”. Além de cansadas do pastelão mexicano, estavam insatisfeitas com o antigo parlamento eurofílico e mesmo parte dos eleitores que votaram pela permanência em 2016 queriam que o resultado do referendo fosse respeitado, coisa absolutamente natural em condições normais de temperatura e pressão democráticas: os perdedores consentem.
Ainda, no Reino Unido, como nos EUA em 2016 e no Brasil em 2018, com todas as campanhas de assassinato de reputação de conservadores e simpatizantes de agendas conservadoras, há o fenômeno do eleitor conservador envergonhado e silencioso, indetectável pelas pesquisas, que podem apenas mal e porcamente estimar sua quantidade. Esses três fatores somados me convenciam da vitória conservadora. Evidentemente que foi um fator considerável a deplorável liderança de Jeremy Corbyn, que já expusemos aqui no Senso Incomum.
NEW Opinium poll
The main reasons people did not vote Labour
— The leadership (43%)
— Brexit (17%)
— Their economic policies (12%)(Research carried out Dec 13) pic.twitter.com/hCwf7zrf0j
— Thomas Colson (@tpgcolson) December 13, 2019
A certeza do prognóstico veio quando, já no começo da noite aqui no Brasil, a libra esterlina que vinha em suave queda nos momentos anteriores do dia, subiu 2%. Isso não poderia ser indicativo da aproximação de Jeremy Corbyn do governo da Rainha. Tendência confirmada hoje: a libra se fortaleceu e os mercados se agitaram positivamente – refutando, mais uma vez, o trombetismo apocalíptico dos globalistas:
Boris Johnson wins big in UK. What happened next? Sterling up. FTSE up. Bank stocks up. The globalist elites told us Brexit was the end of the world. Wrong again (as usual). Globalization is the elite agenda, not the people’s agenda. People rule. pic.twitter.com/kyX5NcmUZf
— Jim Rickards (@JamesGRickards) December 13, 2019
Por volta das 22:00 de Brasília, 19:00 de Londres, foram divulgadas as pesquisas de boca de urna. Elas apontavam a vitória esmagadora dos conservadores. Previam 368 assentos, 50 a mais que a última eleição. O resultado real confirmou 365 assentos, dando maioria confortável e garantindo no mínimo 5 anos de governo para Boris Johnson (o Reino Unido passou por 4 eleições nos últimos 9 anos). Trabalhistas, com sua plataforma confusa sobre o Brexit, estatólatra e progressista, perderam cerca de 60 assentos. Uma vez que o resultado de boca de urna foi divulgado e se confirmado ao longo da madrugada, os tradicionais especialistas e outros polemistas de esquerda começaram a chorar.
Jornalista brasileiro que acha que a Europa se resume a intercâmbio de 3 meses na Irlanda ou na Inglaterra até meteu uma “segunda temporada” para o fim do mundo:
Segunda temporada de The End of the F***ing World ta sensacional. Conseguiu manter o nível da primeira. Série genial
— André Ranieri (@ranieri_andre) December 12, 2019
Mas note-se os fatos e ao pós-eleição:
Boris Johnson possui agora a maioria desejada por Theresa May e 2017 e tem caminho aberto para a aprovação de seu acordo sobre o Brexit no parlamento. O Partido Trabalhista perde sua liderança e deve ficar confinado à condição de força marginal nesse e no próximo pleito, pois além de perder unidades eleitorais historicamente trabalhistas para os conservadores, foi definitivamente varrido da Escócia.
Comentaristas falaram durante a campanha de um “Muro Vermelho”, os assentos do norte da Inglaterra que votam em trabalhistas desde antes da Segunda Guerra Mundial. Com o resultado se desenhando, ficou provado que, tal como o muro de Berlim, a classe trabalhadora britânica rechaçou o socialismo. O proletariado se revoltou, mas não do jeito que um marxista considera atraente.
Vale chamar a atenção também que, a eleição de ontem feriu gravemente o partido Liberal-Democrata. Sua líder, Jo Swinson, perdeu seu assento e também deixou a liderança do partido. A plataforma do partido envolvia arruinar o Brexit de forma ainda mais avassaladora que trabalhistas: em vez de segundo referendo, queriam anular o Artigo 50 do Tratado de Lisboa – legislação que versa sobre a saída da União Europeia, implementada pelo Parlamento. Sem segundo referendo, a proposta era simplesmente fingir que a decisão de 2016 não existiu.
A maior pedra no sapato de Johnson deve ser mesmo a unidade do Reino. O partido nacionalista escocês também teve resultados bastante positivos e certamente irá tentar forçar o máximo possível um novo referendo a respeito da saída da Escócia do Reino Unido. Boris Johnson afirma que não concederá essa chance aos “nacionalistas” escoceses, já que o pleito precisa ser aprovado por Westminster.
Seguirá também, a partir de agora, o desafio de negociar os novos acordos comerciais com países da União Europeia e de qualquer outro lugar do mundo. Sem a sombra da incerteza sobre a saída do bloco e sem a possibilidade de uma saída sem acordo, que causaria mais atrito. Donald Trump não escondeu sua ansiedade em acelerar os acordos:
Congratulations to Boris Johnson on his great WIN! Britain and the United States will now be free to strike a massive new Trade Deal after BREXIT. This deal has the potential to be far bigger and more lucrative than any deal that could be made with the E.U. Celebrate Boris!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 13, 2019
O acordo será aprovado no Parlamento inglês e ratificado pelo Parlamento Europeu em Bruxelas. Boris Johnson também prometeu implementar um sistema de imigração semelhante ao australiano, que se baseia em meritocracia e pontos, tornando os imigrantes mais qualificados, em áreas da economia mais carentes de profissionais, bem-vindos no país. Vale lembrar que imigração foi um tópico bastante relevante e determinante para o referendo de 2016 e as eleições de ontem.
Por fim, muitos devem ter ouvido ou lido, ao longo dos últimos três anos, que o povo britânico teria, de alguma maneira se arrependido de ter votado pela saída. Mas como também foi alertado pelo Senso Incomum, o problema não era a mudança de pensamento das pessoas, mas a resistência de parlamentares que nunca quiseram sair da União Europeia e que desprezavam a decisão das pessoas – o Muro Vermelho já havia votado pela saída, note-se. A classe política abandonou as pessoas, inclusive os mais frágeis – que alegam ser defensores – e pagaram o preço. Uma pequena cronologia ajuda a compreender a questão:
Em 2014, o eurocético e liderado por Nigel Farage UKIP vence eleições para o parlamento europeu.
Em 2015, conservadores foram eleitos com base em um manifesto que prometia referendo para sair da União Europeia.
Em 2016: referendo. As pessoas votam para sair, em voto dividido, mas contra as previsões e contra a campanha do então governo de David Cameron, que militou pela permanência.
Em 2017: 80% dos votos se destinam a partidos que prometem cumprir o resultado do referendo (trabalhistas e conservadores prometiam respeitar o voto).
2019: Brexit Party vence as eleições para o parlamento europeu com um terço do voto. 2019: conservadores, sob a batura de Boris Johnson, vencem em landslide com slogan de campanha “get Brexit done”.
O que aconteceu, como os mais perspicazes não deixaram de notar, foi que o Brexit venceu de novo, o “leave” venceu de novo.
Discurso de vitória do primeiro-ministro Boris Johnson:
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