Folha usa índio de olho azul para criticar descaso com saúde em aldeias
Pajé miscigenado reclama do desrespeito às tradições indígenas, como ter iPhone, água encanada e hospital de ponta
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No mundo de hoje, que é uma espécie de roteiro do Monty Python, sua saúde mental está ameaçada o tempo todo. A nossa elite tagarelante – formada por artistas, jornalistas, universitários e ricos empresários – não passa um dia sequer sem testar nossa paciência, enfiando-nos as práticas mais nonsense goela abaixo.
Ver na tela os jeitos mais idiotas de andar é divertido, mas quando gente de carne e osso passa a vociferar exigindo a mudança nas faixas de pedestre só porque resolveu pular num pé só, a coisa fica estranha. E quando a mídia toda se arvora como protetora de quem anda com o cotovelo, dando três piruetas pra trás e uma pra frente, dizendo que colocar um pé depois o outro é uma forma de opressão do homem branco europeu, aí é que o reino da estupidez se instala.
E o mundo moderno não é nada mais que um imenso hospício a céu aberto. Gente normal busca o entendimento e o bom senso, sabendo que não importa a cor, a raça, o aspecto, a forma de andar, a opção sexual ou o mês de gravidez: todos têm direito a vida e devem ser respeitados. É a grama verde que todos vêem, segundo Chesterton, eu acho.
Agora, com o coronavírus, a Folha disse que os índios estão reclamando da saúde e das “novas rotinas” (?). Segundo o pajé da aldeia Lobo Velho, depois da pandemia, a situação financeira da tribo ficou “bem apertada”. Mas a economia a gente cuida depois, diz o slogan dos fiquemcasistas. Hashtag fique na oca.
E que novas rotinas seriam essas? Ficar em casa sem ir aos shoppings e usar máscara? Seria interessante ver o cacique Raoni usando uma.
Segundo um dos índios da tribo, a culpa é do modo de vida do homem branco. Um pouco antes, disse que o que o está ajudando muito é o auxílio emergencial do governo federal. Claro que a matéria não dá nenhuma ênfase a isso. Nem vê contradição alguma entre os maus hábitos do homem branco e o dinheirinho que ajuda no fim das contas.
A rede social não perdoou:
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