Sesc cancela peça de diretor Roberto Alvim por declarar apoio a Bolsonaro
Para o Sesc o que importa não é a arte em si, boa ou ruim, mas a posição política dos artistas
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Quem se interessa pelas artes sabe muito bem que, no Brasil, sequestrada pela esquerda, ela se transformou numa caixa de ressonância das piores e mais absurdas práticas políticas. O drama humano aqui é retratado, quase sempre, como uma tacanha luta de classes, gêneros, raças e credos. Sempre o opressor contra o oprimido. Da base ao topo, o negócio das artes por aqui é contaminado por gente com essa primária visão de mundo.
O diretor de teatro e dramaturgo Roberto Alvim teve sua peça cancelada pelo Sesc por declarar seu apoio ao governo Bolsonaro. Para o Sesc, pelo que parece, o que importa não é a arte em si, mas o posicionamento político de seus artistas. Alvim é um dos grandes nomes do teatro brasileiro, já encenou suas peças em diversos países. Também dá aulas de teatro no Club Noir, verdadeiro oásis no deserto teatral que está prestes a fechar as portas.
Millôr Fernandes dizia, “democracia é quando eu mando em você e ditadura é quando você manda em mim”. Os ditadores de hoje, que se queixam histericamente dos ditadores do passado, usam a máquina pública para impor sua censura. Sob qualquer pretexto tosco um artista é jogado às margens só por se declarar contra a cartilha de esquerda. Os que pregam a “mais tolerância, por favor” não titubeiam em mandar pra vala quem ousa discordar de suas práticas.
Quem paga a conta, claro, é o público que terá que se contentar com atores expressando a letargia da classe operária durante um culto ao ânus alheio, com pelancudas untadas de óleo de fígado de bacalhau relinchando contra o patriarcado ou com uma Lady Macbeth interpretada por um cross dresser que tenta vencer o vício em cocaína enquanto trama uma emboscada para assumir o comando da boca.
A direita, por sua vez, tem que prestigiar e financiar os verdadeiros artistas, aqueles que se levantam contra a hegemonia da esquerda. Do contrário, estes serão cada vez mais perseguidos e limados de suas posições. Pensando no nosso futuro, é muito mais importante que se vença no campo da cultura, resgatando a grande arte, os grandes dramas, do que a vitória política e passageira.
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