Digite para buscar

Censura

Presidente da CPMI das fake news na Rússia: “A China é referência no controle de fake news” ☭

A CPMI, apoiada por liberais e isentões no Brasil, vai mostrando o que quer: controle no nível do país que censurou até o Ursinho Pooh

Compartilhar
Google na China

Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da CPMI das fake news, está na Rússia, aquele exemplo de liberdade, regida com mão de ferro por Vladimir Putin, um dos maiores perseguidores de jornalistas do planeta, além de criminoso de guerra reiterado. O próprio admitiu, postando um vídeo em suas redes sociais, gabando-se do feito.

O senador Angelo Coronel explicou o que foi buscar na autocracia russa para implantar no Brasil: “Fake news é um problema mundial e temos que unir forças para combatê-la. A China é referência no controle. A Rússia também iniciou essa cruzada. O Brasil tem que fazer a sua parte: jamais censura, mas controle que evite uma futura guerra tecnológica.”

A China comunista, autocrática e de partido único, definitivamente é o maior exemplo do que é combate a qualquer coisa que o governo considere fake. Na verdade, as punições por algo que o governo considere falso, segundo a ideologia maoísta (ratificada no último Congresso do único partido permitido, o Comunista), costumam envolver prisões, tortura e, quem sabe, até a morte. Recentemente, o Ursinho Pooh foi um dos censurados na China. Devem ter achado que é fake que um ursinho fale.

A Rússia de Putin já é mais branda. Possui mais de um partido, mas é um dos países que mais persegue jornalistas – até mesmo por serem gays, como boa parte do PSOL ou do MBL. Um Fernando Holiday ou um Pavinatto por lá já estariam nas agradabilíssimas cadeias russas. Relatos de tortura a jornalistas fazem com que até o Council on Foreign Relations, a maior entidade globalista do planeta, faça reiterados apelos contra a autocracia russa.

É essa a “cruzada” (que, imagine, nada tem a ver com censura) que Angelo Coronel quer implantar no Brasil através da CPMI das fake news.

Putin, “ex-“espião da KGB, implantou na Rússia (e fomos os primeiros a denunciar no Brasil, ainda em 2015) o primeiro “Marco Civil da Internet”. O plano de Putin para controlar a internet tem um objetivo claro: retirar do controle dos militares americanos o ICANN, o “índice” de endereços da internet, e trocá-lo pela International Telecommunication Union (ITU), agência da ONU.

A desculpa é edulcorada: manter o controle entre diversos partidos, “membros da sociedade civil” e outras palavras sem sentido que fazem jornalistas se molharem. Hoje, é claro, a expressão que mais é usada é a “cruzada” contra “fake news”.

Na prática, significa retirar o controle por um país livre e “dividi-lo” com o Partido Comunista Chinês, com Putin, com ditaduras espalhadas pelo mundo. Logo, se você buscar por “massacre na paz celestial” em um computador na China, o Google retornará uma página em branco como resultado, porque o governo considera “fake news”. Se buscar pela banda feminista Pussy Riot, que faz protestos contra Putin por considerá-lo homofóbico e xenófobo, terá o mesmo resultado. Vale a pena reler nosso detalhado artigo de 2015.

No Brasil, bastará discordar do que querem os autores da CPMI das fake news e voilà, a coisa “deixará de existir” em nome do combate às supostas fake news. A Coréia do Norte e o Irã também são grandes exemplos de “cruzada contra fake news”. Os países inteiros são uma CPMI.

Afinal, é melhor ter um pingo de cérebro e saber separar por si próprio o que é fake news do que não é, ou cair nesse papinho de que precisamos de uma “cruzada” contra fake news, e uma CPMI que, na prática, instaura mais censura no Brasil atual do que a ditadura militar ou o Estado Novo jamais chegaram a sonhar?

https://twitter.com/lucianoayan/status/1181663973583867904

A CPMI das fake news é apoiada, entre tantos petistas e psolistas, pela seita MBL e seu novo guru, Carlos Augusto de Moraes Afonso, que usa o codinome Luciano Ayan. Afonso tem uma única fama no Brasil: ter perdido sua página no Facebook por espalhar fake news, com ajuda do MBL, que amplificava artificialmente as interações. Hoje, sua seita de fanáticos monotemáticos quer derrubar Bolsonaro e colocar o centrão do DEM de Rodrigo Maia no poder sem voto. “Liberais”, muito conectados com o povo. É o que Ayan, que ninguém leva a sério por só ter fama de espalhador de fake news, chama de “guerra política”. Todos os caminhos do controle de informação levam à China.

Leia o plano dos isentões para derrubar o governo Bolsonaro e instaurar o controle autoritário contra o que políticos considerarem “fake news” na nossa revista exclusiva para patronos.

————–

O Senso Incomum agora tem uma livraria! Entupa sua estante, fique mais inteligente e perca mais amigos aqui.

Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

  • 1
plugins premium WordPress