Imprensa e lulopetismo
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A relação da grande imprensa com Lula e o PT sempre foi de simpatia ou, para citar a palavra usada nesses dias pelo jornalista William Waack em seu programa Painel (GloboNews), de “carinho”. Não que haja um apoio explícito e declarado ao partido-Estado, e muito menos ausência completa de críticas (há alguns profissionais do jornalismo muito críticos ao PT). O que há, sim, é uma incapacidade de não se deixar pautar.
Nossa imprensa costuma ser muito palaciana, adotando invariavelmente a perspectiva do governo, mesmo agora, neste momento de colapso político. Ela parece só reagir às pressões da militância governista, nunca aos anseios e expectativas da sociedade em geral.
Hoje mesmo, o repórter Gerson Camarotti estava lá no programa Estúdio I, da Globo News, repercutindo as “preocupações do ex-presidente Lula” em face da crise. Ora, já não restam dúvidas de que Lula é um criminoso, e de que demonstra uma intolerância visceral para com a mera idéia de imprensa livre, contra quem mobiliza suas falanges mais extremistas (MST, CUT, UNE etc.). Portanto, é espantoso que, a esta altura do campeonato, a imprensa brasileira continue incapaz de um giro de perspectiva.
Nossos redatores e repórteres parecem dispostos a ir até a Papuda se preciso for para garantir que a perspectiva do assim chamado “ex-presidente Lula” – conhecido popularmente por jararaca! – seja ainda representada. Abrem docemente os microfones para o sujeito que diz claramente querer subjugá-los.
Em lugar de se perguntar incessantemente “o que o governo deve fazer” ou “o que o ex-presidente Lula deve fazer”, a pergunta que deveria orientar a cobertura dos grandes órgãos de imprensa é esta: o que nós, sociedade civil, podemos fazer diante da seita política que nos governa e que, em nome da perpetuação no poder, mandou todas as instituições republicanas às favas?
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