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Sérgio Moro no Fantástico: herói ou Adolf Hitler Anjo do Poço Sem Fundo Grande Besta Que É Chamada Dragão Pai Negro da Eternidade?

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No Fantástico, da Rede Globo, tentam analisar se Sérgio Moro está certo ou errado recorrendo-se ao peso de autoridades dos dois lados. Do lado certo: a lei e os estudos de Moro. Do lado errado, como se fosse a mesma coisa: um escol de burocratas e petistas, modelo “presidente do Instituto de Advogados Blá Blá Blá”.

Significa que o tal presidente é super estudioso como Moro, um ou é chefe de uma seção burocrática, uma dessas que nem deveria existir? Nada claro. Apenas se joga uma frase solta de algumas pessoas com cargos cheios de palavras impressionantes, como Diretora de Fluxos e Saneamento de Áreas (aqueles termos pomposos que podem significar tanto “Ministra do Saneamento” quanto “tia da faxina”) e estão lá dois lados “iguais”, com a típica imparcialidade nociva da emissora.

Pra piorar, tem a frase megafone-like de Dilma gritando que “EM OUTROS PAÍSES [pausa para folêgo] QUEM GRAMPEAR PRESIDENTE VAI PRESO”.

O que a mídia não mostra, ou o que a emissora não replica, sendo um fato, nem mesmo uma lei ou sua interpretação, mas um fato cabal: como já explicamos aqui, Dilma NÃO foi grampeada, LULA foi – e o perito que o próprio PT mandou pra analisar confirmou isso.

Dilma joga a cartada de usar uma frase – o famoso dog whistle, que sempre denunciamos aqui – para a militância repetir roboticamente. Juridicamente, não faz sentido – aliás, nem sequer como fato, já que ela sabe da verdade, pois já ouviu o próprio perito. Mas, assim o fazendo, tem uma “desculpa” pronta para os crentes na causa PT repetirem, tornando-se imunes à realidade – e talvez ainda dando-lhe uns votos.

Pior: não há nenhuma lei afiançando essa tese de que presidente nunca, sob hipótese nenhuma, pode ser alvo de investigação como eu e você, hypocrite lecteur, — mon semblable, — mon frère. Simplesmente o PT inventou que é assim, vários “juristas” repetiram e tratam como se fosse lei, fato, ciência, crença universal. Afinal, como um presidente poderia ser investigado? Além de foro privilegiado, ele então não pode nem sequer ser investigado? Note-se ainda que tudo isto é apenas uma discussão inútil e colateral, já que Dilma, repetimos, não foi grampeada.

Além disso, há “explicações” cheias de acusações vazias do Instituto Lula e do advogado de Lula (spoiler: pagando os honorários, tem advogado que diz qualquer coisa para você). E petistas uniformizados nas ruas (como se sabe, é super comum brasileiro andar por aí com uniforme de sindicato e de partido) praticando a velha tática de pintar bigodinho de Hitler em Moro e afirmando que ele “não está acima da lei”.

Ora, Moro está seguindo a lei, não se colocando acima, enquanto Dilma sim que está se colocando acima do seu alcance (inclusive ignorando fatos e praticando o espalhafato mais bocó).

E é justamente essa turma que também repete o dog whistle, o apito pra cachorrada repetir, de que Moro e quem quer punição aos investigados na Operação Lava-Jato estão fazendo um “circo midiático”? Pois é exatamente o que eles estão fazendo, usando a mídia para espalhar bordões irrefletidos para convencer ao menos os “isentos” e perdidos na esbórnia da nação.

Também é curioso como o PT e sua cachorrada (CUT, UNE, MST, UBES, Apeoesp etc) são os campeões nacionais de busca pela criação do socialismo, de um Estado gigante para ir contra empresário, e estejam tão revoltados com a Operação Lava-Jato, que já devolveu mais de R$ 2,4 bilhões aos cofres da União. Ué, agora querem dinheiro nas mãos de empresários de empreiteiras, os mais ricos do país – e ainda os mais corruptos? Preferem a grana no triplex (que lesou 7138 famílias) do que com os trabalhadores?

O vezo da mídia em tentar ser “imparcial” para dar voz a todos os lados sem tomar posição é sempre perigoso: a “imparcialidade” é impossível, e mesmo se fosse, seria nociva. A verdadeira tomada de partido já se inicia ao se escolher sobre o que se vai falar. É preferível demonstrar qual o seu lado e argumentar, do que esconder as intenções que todos temos.

Uma reportagem sobre a escolha de uma prefeitura preferir rosas a orquídeas no jardim parece imparcial apenas a olhos destreinados – se a notícia fala de Berlim em 1945, certamente está escondendo alguma coisa tão somente pela escolha temática. Imparciais são as pedras, luxo o qual as plantas já não podem se outorgar (um girassol é “imparcial”?).

O que a Globo acabou fazendo, após ótimas reportagens sobre Lula, foi tentar dar peso igual a uma tese jurídica ultra bem fundamentada e a chiliques e tentativas desesperadas de pessoas que já defenderiam o PT a qualquer custo (e alguns talvez até com alguns lucros) soltarem frases ocas de sentido e valor jurídico tão somente para dar voz “igual” aos dois lados. Como se a lei e o discurso de um viciado em crack tivessem o mesmo peso.

Essa história precisa ser contada à luz da verdade, e não do que quer um partido pego com a boca na botija – e ainda compartilhando o butim com ditaduras amigas, como as obras da Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez em Cuba ou Angola.

É urgente espalhar estas verdades citadas, pois a estratégia de se fazerem vítimas de um “golpe fascista” da “elite” já está avançada.

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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