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Tchau, querido

Michel Temer será interrogado sobre grampo. E os crimes flagrados de Dilma e Lula?

Fachin aceita que Temer interrogatório de Michel Temer sobre compra de silêncio. E como Dilma e Lula ficam com crimes muito maiores?

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Michel Temer - Tchau, Querido

Michel Temer, o vice de Dilma Rousseff, será ouvido em interrogatório, conforme autorizado pelo ministro Fachin. Há muito a se comemorar.

Mas também a se perguntar: se Michel Temer deve (e deve) ser punido por uma gravação em que, ao que tudo indica, parece que no mínimo prevaricou ao ouvir sobre um mensalinho para comprar o silêncio de Eduardo Cunha (e o que ele tem a dizer?), até correndo o risco de ir pra cadeia (e é o que está negociando pré-renúncia: um salvo-conduto), qual é a pena adequada para Dilma e Lula?

Usaram uma indicação para ministro da Casa Civil (!) para obstruir a Justiça e impedir que ele fosse preso, no famoso caso do Bessias – “Tchau, querida!”. Pedalaram mais do que 100 vezes “os outros”. Tinham proximidade com todos os presos atuais. TODOS os seus tesoureiros foram presos. São denunciados por simplesmente TODOS os delatores (que precisam provar factualmente suas delações, ou NÃO têm suas penas diminuídas) como os chefes do esquema.

E compra de silêncio? Vejamos. A PGR afirmou que Lula tentou comprar o silêncio de Nestor Cerveró (até hoje, em silêncio). Bernardo Cerveró, o filho de Nestor Cerveró, gravou Delcídio do Amaral comprando o silêncio de Nestor, o que gerou a prisão de Delcídio do Amaral. Delcídio estava agindo para que Nestor Cerveró não dedurasse o sr. Luiz Inácio Lula da Silva pessoalmente.

Preso, Delcídio, que teve uma crise nervosa, acabou contando tudo para ter sua liberdade. Como malsinou o esquema, Delcídio foi chamado pela imprensa de “o mais tucano dos petistas” e tratado pelo PT como um traidor, mesmo que tenha sido preso cometendo um crime para proteger Lula e tenha sido o líder do partido no Senado (o cargo mais alto do Legislativo).

Então, Aloizio Mercadante foi flagrado em conversas em que pretende comprar o silêncio de Delcídio do Amaral, numa operação abafa a posteriori, em mensagens com linguagem disfarçada que podem ser entendidas como uma ameaça mais, digamos, física. Assim, novamente, o silêncio seria feito para blindar Lula, para a militância, que continuará jurando inocência após um milhão de provas, gritar que não há provas contra Lula.

Nestor Cerveró iria dedurar Lula, que foi silenciado por Delcídio a mando de Lula, que foi silenciado por Mercadante a mando de Lula, mas Lula é inocente, afinal, foi feito silêncio sobre Lula. (noves fora todos os outros delatores que deduraram Lula, mas aí basta repetir “não confio em delator”, embora fossem todos defendidos como membros do governo, como o poderão ser futuramente Gleisi Hoffmann, Antonio Palocci ou qualquer outro).

O que é a mesada de Michel Temer a Eduardo Cunha perto da dança de crimes do PT – e nem falamos de Pasadena, de mensalão, de petrolão, de Correios, de crimes eleitorais a serem julgados pelo TSE, da crise econômica feita por ideologia, da transferência de dinheiro do trabalhador brasileiro para empreiteiras…

E sem falar no fato de que Michel Temer é o próprio vice de Dilma Rousseff.

Se Michel Temer teme o Direito Penal por conta de um “Tem que manter isso aí”, o que é, afinal, que cabe a Lula e Dilma, noves fora sua ideologia que ainda conquista tantos jovens e tantos artistas rouanetados?

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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