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Guten Morgen 52: Deturparam Marx (de novo)

Trazemos notícias tristes: estava tudo normal no socialismo, mas aí... deturparam Marx. De novo. O socialismo real ficará pra outra vez, povo.

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Guten Morgen 52: Deturparam Marx (de novo). Podcast do Senso Incomum

Guten Morgen, Brasilien! Estreamos este ano com uma notícia muito triste. Terrível, de verdade. É algo tão trágico que se torna difícil de acreditar, mas… deturparam Marx, gente. Sério. Foram aplicar o maior filósofo e pensador do Universo e… deturparam. Saiu tudo errado, e não foi o socialismo de verdade. O socialismo real ainda está por vir, tornando o socialismo científico a doutrina que, curiosamente, tem a característica de não existir tão logo você aplique Karl Marx.

Foi assim na União Soviética: veio Stalin (já que ninguém lembra de Lenin como um totalitário genocida) e matou às pencas – logo, não era o socialismo de verdade, e o stalinismo (chamado, justamente, de marxismo-leninismo) é pura deturpação de Marx. Bom mesmo seria Trotsky, o marxista verdadeiro, que, nova e cientificamente, não chegou ao poder.

Mas também foi assim na China comunista. Por coincidência, também aplicaram Marx por lá mas CATAPIMBA! deturparam tudo de novo. E também na Alemanha Oriental. E no Zimbábue. E no Camboja. E na Romênia. E na Coréia do Norte. E no Afeganistão. E em Cuba. E na Polônia. E na Hungria. E na Checoslováquia. E na Líbia. E no Vietnã. E na Iugoslávia. E no Congo. E na Venezuela.

Onde quer que você tente aplicar o marxismo, em seus variegados graus de diferença (do leninismo ao socialismo juche, do maoísmo ao socialismo Baath, do trotskysmo ao bolivarianismo), como analisados por Leszek Kołakowski em seu clássico Main Currents of Marxism, TCHAPLAU!, alguém, por desastre do destino, deturpa Marx ali na última hora, causa fome e genocídio, com paredón ou Gulag, o povo fica em desespero para fugir para o país capitalista conservador mais próximo (haitianos estão do lado de Cuba, mas preferem até fugir para o Brasil “golpista”) e intelectuais e youtubers correm para dizer que não era ainda o verdadeiro socialismo, que o verdadeiro socialismo é o socialismo ainda não verdadeiro, que deturparam Marx de novo, que Marx é puro humanismo, o maior pensador do Universo etc.

Há um fator simples para explicar muita coisa: dá para virar marxista em um minuto, e é este o apelo do barbudão da Renânia. Nós fazemos o teste neste podcast. Em um minuto pode-se ensinar alguém a ser um marxista fanático e ortodoxo. Com filósofos bons ou ruins de outras cepas, seja Nietzsche ou Kant, seja Heidegger ou Leibniz, há pelo menos alguns anos de estudos difíceis, com temas complexos (mesmo que o filósofo em questão tenha errado em tudo) para alguém se considerar um “kantiano” ou um discípulo de Wittgenstein ou D’Alembert. Que dirá de sumidades do pensamento, de Kierkegaard a Bernard Lonergan.

Mas foi justamente Marx, o “materialista científico”, que definiu que só se pode julgar uma filosofia pelos seus resultados práticos. Por isso, fazemos uma sucinta análise filosófica de seu “materialismo histórico-dialético”, à luz de pensadores muito mais gabaritados, como Benedetto Croce e Eric Voegelin, para entender os problemas fundamentais que fazem o marxismo ter tamanha alergia da realidade, para ser “deturpado”, segundo a desculpa da moda, toda vez que alguém consubstancia o marxismo, justamente, na ditadura do proletariado apregoada por ele.

Além disso, fazemos uma rápida análise (*caham, caham*histórica, já que marxistas são sempre os primeiros a dizer que “estudaram História”, sendo que nem sabem o que foi o Holodomor, o terrível Campo 14 da Coréia do Norte ou a construção do Canal Mar Branco-Mar Báltico – para não dizer o vácuo completo de leituras sobre o Gulag e os genocídios e expurgos do socialismo. Entenderemos, com grandes historiadores como Orlando Figes e Archie Brown, por que os regimes genocidas além da Cortina de Ferro não são apenas ortodoxamente marxistas e socialistas, mas mesmo comunistas, como vários analistas da Cortina de Ferro definem os genocídios ideológicos.

E, por que não?, também uma análise econômica, como já feita pela Escola Austríaca, desde Carl Menger até depois de Ludwig von Mises. Analisamos como o ministro das Finanças do Império Austro-Húngaro Eugen von Böhm-Bawerk, que tanto enriqueceu a Áustria, refutou Karl Marx e sua teoria da “exploração”, através da fictícia “mais-valia”, antes mesmo de Marx terminar de escrever O Capital.

Os adolescentes marxistas só querem insistir no erro por pressão dos amiguinhos e porque ser marxista não exige nada além de repetir clichês que se aprende em um minuto.

A produção é de Filipe Trielli e David Mazzuca Neto no estúdio Panela Produtora, com produção visual de Gustavo Finger da Agência Pier.

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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