Democracia em Vertigem é só mais um filme brasileiro enaltecendo a bandidagem
Ao lado de Pixote, Carandiru e Lúcio Flávio, Democracia em Vertigem mantém a tradição de filmes que humanizam traficantes, trombadinhas, assassinos e corruptos
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Largamente noticiam os jornais que o filme Democracia em Vertigem concorrerá ao Oscar de melhor documentário. Que notícia maravilhosa! O Brasil merece esse prêmio, sem dúvida. É a coroação de décadas de escárnio contra a cultura. É, talvez, junto com Sentou e Gostou, de MC Jottapê, o momento culminante de nossa cultura.
Nada mais tonificante para o fim da nossa dignidade intelectual que um Oscar como esse. A arte da gatunagem, enfim, ganha o estrangeiro. E que estrangeiro irá discordar, depois desse filme, que nosso destino é a criminalidade pura?
Depois de anos idolatrando qualquer trombadinha, nossa elite, politizada até o último pelo anal, se tornou trombadinha. Idolatrou Lula, Dilma, Zé Dirceu; idolatrou Champinha e Cesare Battisti. O filme herda o que de melhor fizemos na arte da manipulação da verdade.
Confesso que vi o filme. Após intermináveis sessões de automutilação, gritos desesperados, tentativas de sufocamento e muito, muito álcool mesmo, acho que consegui esquecê-lo. Tudo ali convida ao suicídio. A narração post-mortem, a aparição constante de espectros de semblante fantasmagórico. Depois de ver o filme, meus pulsos passaram semanas flertando com a gilete.
A única coisa que me ficou do filme pode ser expressa na fala do bombeiro da peça A Cantora Careca, de Eugene Ionesco:
“Vou-lhes contar outra. ‘O Galo’. Uma vez, um galo quis fingir ser um cachorro. Mas não teve sorte, pois foi imediatamente reconhecido.”
Essa fala representa o todo cinematográfico de Petra. A parafernália de detritos e dejetos linguísticos utilizados, a velocidade dos anacolutos e dissonâncias, a repetição de vogais abertas, a imobilidade paradigmal dos verbos, tudo penetra como recurso estético. “Se o filme exalasse um cheiro, seria o pum de um caminhoneiro”, diria Castro Alves.
A brilhante cineasta, Petra Costa, herdeira de uma das empresas acusadas de corrupção no governo petista – partido que o filme busca salvar – disse que está emocionada com o reconhecimento dos seus colegas pela urgência do filme. Um advogado criminalista teria orgulho da moça.
O documentário é uma peça de propaganda da elite burguesa contra o povo. É o legado de uma elite que ousou amar demais o dinheiro dos outros. Petra é o legado dessa elite que confunde cultura com cultivar piolhos até sob o sovaco. É o arquétipo das moças de peito murcho e voz de pato que querem dominar o mundo.
Foi-se o tempo dos vilões cruéis. O mundo padecerá é na mão de gente fraca e ressentida que tem muito, muito dinheiro mesmo.
Manipular a realidade é a arte essencial de tipos ideológicos que, como Petra, usam todos os artifícios para convencer uma plateia idiotizada. O próprio Ali Babá e sua facção criminosa comemoraram a indicação.
Parabéns, @petracostal, pela seriedade com que narrou esse importante período de nossa história. Viva o cinema nacional! A verdade vencerá. https://t.co/3gqBpfdZal
— Lula (@LulaOficial) January 13, 2020
Hollywood é outra que não engana mais ninguém. Rick Gervais expôs bem o que o beautiful people californiano representa: uma sobremesa doce demais.
Para não passar em branco, pode-se dizer que a notícia mais importante da década, em Hollywood, é que a a bela Gwyneth Paltrow vai vender velas com a doce fragrância da sua vagina. É isso mesmo! Velas com essência de B…eta!
É tudo o que puladores de cerca precisavam.
O valentão chega em casa, nas altas da noite escura:
– Que cheiro de xoxota é esse, Edson?
– São velas aromáticas, meu bem. Se preocupa não!
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