Coronavírus é considerado transfóbico

A revista canadense VICE publicou uma extensa matéria ontem, dia 19, sobre como os trans estão sofrendo com a pandemia do coronavírus.

Não porque eles sejam mais suscetíveis à doença, mas porque as cirurgias de mudança de sexo nos EUA foram adiadas para os hospitais priorizarem casos mais graves.

É o que conta o professor Violet Jones, transexual, de 29 anos, que tem cirurgia marcada para maio, mas acredita que vai ser postergada porque o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, decretou que todas as cirurgias não emergenciais fossem adiadas.

“Uma mudança na data alteraria radicalmente meus planos e a segurança geral em torno do procedimento. A cirurgia estava programada para permitir a recuperação durante os meses de verão [da minha escola] sem uma diferença de salário”, disse Jones à revista

Riley Cooper, um trans de 23 anos, morador do estado de Missouri, disse que sua cirurgia foi adiada pela terceira vez por causa do coronavírus:

“Esta é a terceira vez que é adiada. Está ficando cada vez mais rriste ficar tão perto de algo que me fará sentir melhor e sentir que estou no corpo certo pela primeira vez. Toda vez que sinto que cheguei perto, algo surge para adiar.”

O autor da matéria, Kaye Loggins, acha absurdo adiar as cirurgias. Alega que que esse procedimento salva vidas, pois pode evita suicídios de pessoas trans:

“Pesquisas sugerem que a cirurgia de mudança de sexo tem um impacto notável na saúde mental dos trans. Atrasos adicionais podem ser perigosos e até fatais.”

Esta retórica “salva vidas”, aponta Libby Emmons, do portal The Post Millennial, é utilizada pelas empresas de convênio médico para promover a cirurgia de mudança de sexo e aterrorizar os pais que não concordam em mudar o sexo de suas crianças, caso elas desejem.

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