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Fact-checking

MBL mente ao dizer que fundo partidário “bancou” Allan e Bernardo

Movimento da puberdade faz texto indignadinho sobre fundo partidário ter “bancado” analistas. Era só o preço da passagem de palestras – como em TODO evento no planeta Terra

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MBL

O MBL, movimento de adolescentes que esfregam sua puberdade em nossos narizes, evitam banhocriam “departameme” para criar memes com verba pública e pede o impeachment de Bolsonaro com a peça mais ridícula e mal escrita do planeta soltou mais uma típica fake news: que “fundão bancou blogueiros alvos da PF”.

O movimento da “direita transante” que faz funk com um Jesus travesti forçou a interpretação de texto ao comentar uma notícia do UOL, já forçada de início, para dar a entender que Allan dos Santos (ou “dos Santoss”, segundo o texto sofrível MBLento) e Bernardo Pires Küster são “bancados” por fundão do PSL.

Para os trouxas que só lêem manchetes (e quer trouxa maior do que quem só lê manchetes do MBL?), estaria provado o “financiamento público” do que azêmolas chamam de “gabinete do ódio”.

Tudo o que o UOL mostra é que a Fundação Indigo, do PSL, quando realizou o CPAC Brasil, pagou as passagens de Allan e de Bernardo, além de hospedagem. Mais ou menos como… bom, como todos os eventos do planeta Terra, quando se convida palestrantes de outras cidades.

Só para deixar avisado, minhas palestras, além de passagens aéreas, hospedagem e todos os custos de alimentação e transporte, também incluem cachê. Como o CPAC Brasil foi na minha cidade, não cobrei nem gasolina e ainda acabei pagando o almoço por ir parar no restaurante errado (e também não tinha cachê).

Mas olhe como o texto ridículo, assinado por uma Maiara Piva, descreve a obviedade da vida:

“Você que está lendo esta matéria contribuiu para que Küster torrasse R$ 8,9 mil em passagens e hospedagem…”

O blogueiro ainda defendeu o uso vergonhoso do dinheiro público…”

“afirmou Küster ao UOL, escancarando a mentalidade da “nova política” bolsolavista.”

Ui, ui, ui! Que torrefação de dinheiro público com um evento internacional, hein? Será que o Kim Kataguiri “torra” menos do que isso em passagens aéreas? Quanto será que foi o “uso vergonhoso do dinheiro público”, ou do “dinheiro suado dos contribuintes” da viagem de Cris Bernart, assessora de Fernando Holiday, que foi à Brasília praticar desinformação e fake news contra Bolsonaro, fingindo-se de mera “eleitora arrependida”, e enrolando para admitir que trabalhava para Holiday, com o dinheiro suado dos contribuintes? 

Isso sem falar que os eventos do MBL são com gente como Michel Temer. O vice da Dilma. 

Está ruim? Espere para o argumento dos parágrafos finais, com a apoteose de indignação adjetivada como prova de virtude:

“Cabe ressaltar que Allan negou que recebesse dinheiro público em depoimento à CPMI das Fake News e que os dois blogueiros foram alvo de mandados de busca e apreensão em operação deflagrada no último dia 27 pela Polícia Federal.

Simplesmente deplorável.”

Teve até um negrito!! Realmente, temos de comemorar mandados de busca e apreensão sem nem avisar os investigados de qual crime estão sendo acusados, apenas porque o MBL escreveu “deplorável” em negrito. Onde já se viu as pessoas irem palestrar em outras cidades sem pagarem a própria passagem – ou irem de patins?

Será que no próximo Congresso do MBL vai ter um José Sarney ou um Marcelo Freixo?


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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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