Live do terror reúne FHC, Haddad e mais 0,3 pontos percentuais das intenções de voto no país
Live bombástica contra Bolsonaro promete fazer frente e incomodar concorrentes. Seu Eustáquio, nosso leitor, está dividido: “já tinha me programado pra ver um tutorial de bocha, mas agora nem sei mais”
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Já não bastasse a pandemia do coronavírus, uma outra pandemia, de igual poder destrutivo, alastrou-se por todo o mundo: as lives. Como bem disse alguém da Internet: “tenho medo de abrir a geladeira e sair uma live lá de dentro.”
Qualquer sujeito minimamente coordenado nutre um pavor irrestrito pelas lives. É coisa de gente bárbara. Os lombardos e os visigodos amavam lives, aposto! Os ostrogodos idem. Brincadeira, claro.
O fato é que elas estão aí. As lives vieram pra ficar. Tem de tudo: live sobre higienização bucal de chimpanzés, sobre gestação de hamsters, sobre como trocar a sola do sapato enquanto se dança um xaxado e muitas outras. É a afirmação contundente da modernidade.
Apostando no segmento, políticos muito carismáticos resolveram encher de argumentos os teóricos que defendem que a humanidade acabou por falta de fineza e propõem um suicídio coletivo com todo mundo se atirando do precipício igual os lemingues. Tem live sobre isso também.
A live da vez reúne uma mamparra de fazer inveja ao mais cruel grupo de mafiosos.
Vou elencar o time. Por favor, não desmaiem! Fernando Haddad, Guilherme Boulos, FHC, Ciro Gomes, Marina Silva e Luciano Huck. Sarney e Temer, cotados para fazer parte da tragicomédia, pularam fora. Em seus campos de atividade, cada um é um pesadelo completo. Juntos, tem potencial para destruir o mais perseverante dos ecossistemas.
FHC, Sarney, Temer e Haddad em live contra Bolsonaro?
Turma do bem e impoluta.
Agora vai.
— Leandro Ruschel (@leandroruschel) June 24, 2020
FHC, Sarney, Temer e Haddad juntos numa live…
Vai ser psicografada pela Dilma?
— Enio Mainardi (@EnioMainardi) June 24, 2020
Talvez tenhamos, com essa live – que é uma espécie de Holiday on Ice pré-histórica – atingido o ponto máximo que leva um homem comum, com uma vida bem estabelecida e, é até bobo dizer, com uma vida sexual tolerável, a implorar desesperadamente pela vinda urgentíssima do meteoro que erradicará nosso chulé da face – se é que lhe restará uma – da terra.
E, se essa live arrebanhar número suficiente de almas, umas sete já bastam, dispostas a perder preciosos trinta ou quarenta minutos, já teremos motivos suficiente, todos nós, para suplicar em uníssono pelo mesmo meteoro, ou outro de igual potência.
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