Digite para buscar

guilhotina do bem

Facebook censura post de N****nho da Beija-Flor por considerar “n****nho” ofensivo

Rede combate racismo proibindo apelidos carinhosos dos quais negros se orgulhavam, e agora o racismo vai acabar com o Zuckerberg se ofendendo por nós

Compartilhar
mark-zuckerberg-censura-redes

O que seria do mundo sem os ungidos multi trilhardários que zelam por nós, os incapazes, não é mesmo? E como viveríamos sem nosso jornalismo profissional, sempre pronto a nos corrigir quando cometemos a gafe de, por exemplo, ler Monteiro Lobato sem a supervisão de acadêmico da USP?

Esqueça a religião, os benefícios de uma vida de orações, a autocorreção por meio de um rígido exame de consciência. Eles, os mega ultra trilionários, a pontinha da pirâmide social, estão aí para nos purificar e guiar nossa mente pelas veredas de luz do mundo virtual. Tudo isso, claro, aumentando vinte, cinquenta vezes seu patrimônio, porque levar o amor e caridade custam muito caro – e porque ninguém é de ferro também.

Conheça a verdade: obedeça aos seus donos. Clique antes que te prendam.

O Facebook, plataforma do senhor Zuckerberg, nos mostra o quanto é oneroso salvar o mundo de uma besta chamada ser humano. Veja você, ímpio, que o apelido que você gosta tanto, que lhe dá fama e pode te ajudar a ganhar uns caraminguás não está de acordo com a nova estrutura libertadora da linguagem. 

Uma pena que as redes só vieram nos salvar agora. Os Três Patetas e O Gordo e O Magro agradeceriam de montão o nobre Zucka e sua cruzada contra a autodepreciação. Teríamos, muito provavelmente, Os Três Amigos Bagunceiros e A Dupla que Rompe Padrões. 

Aquele humor judaico que zombava de sua própria vida e deu origem a um movimento cultural nos EUA, o Stand Up Comedy, seria substituído por fan fics de solteironas desesperadas contando como o sobrinho rompeu com o patriarcado ao usar a calcinha e os saltos da mãe. Que mundo idílico seria!

O Neguinho da Beija-Flor sentiu recentemente o peso da bondade alheia ao ter seu nome censurado pelo verdadeiro Ministério da Justiça Social que é o Facebook. O nobre intuito era diminuir as postagens de cunho discriminatório ( É bondade demais, sô!). O que fizeram nossos Pais Revisores? Incluíram a palavra “neguinho” como ofensa racial.

Segundo o Jornal Extra: “(…) o que vem deixando Neguinho e sua equipe ainda mais indignados é que esse impedimento não ocorre em todas as publicações. A assessoria do sambista informou que isso acontece na maioria delas, mas que não tem um critério definido e claro. Além disso, quando o veto é contestado, não há qualquer resposta, nem explicação do Facebook.” 

O Facebook quer deixar o mundo menos “neguinho”, porque é ofensa, oras! Da próxima vez que quiser dar a si alguma alcunha ou acatar aquela que lhe agrada, leia o Manual de Apelidos Permitidos que deve fazer parte da política de uso das plataformas num futuro próximo. 

Ainda segundo a matéria do Extra, o Facebook disse, em nota, “Revisamos o conteúdo em questão e aprovamos sua veiculação”. Além de tudo são generosos! What a wonderful world! Ou será Word?


Seja membro do Brasil Paralelo e tenha acesso a horas de conteúdo sobre liberdade de expressão!

Entenda o pensamento do maior psicólogo da atualidade: Jordan Peterson – Entre a Ordem e o Caos!

Faça seu currículo com a CVpraVC e obtenha bônus exclusivos!

Conheça a Livraria Senso Incomum e fique inteligente como nós

Vista-se com estilo e perca amigos com a loja do Senso Incomum na Vista Direita

Assuntos:
Carlos de Freitas

Carlos de Freitas é o pseudônimo de Carlos de Freitas, redator e escritor (embora nunca tenha publicado uma oração coordenada assindética conclusiva). Diretor do núcleo de projetos culturais da Panela Produtora e editor do Senso Incomum. Cutuca as pessoas pelas costas e depois finge que não foi ele. Contraiu malária numa viagem que fez aos Alpes Suiços. Não fuma. Twitter: @CFreitasR

  • 1
plugins premium WordPress