Agentes da OMS abusaram sexualmente de mulheres e meninas no Congo
Investigação descobre casos de abuso sexual e até estupros contra mulheres cometidos por funcionários da OMS. Idade das vítimas varia entre 13 e 43 anos
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Uma investigação independente descobriu que 21 funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS) cometeram crimes sexuais contra várias mulheres e meninas na República Democrática do Congo, durante a epidemia do vírus ebola, entre 2018 e 2020.
Foto: Profissionais da saúde vestem equipamentos de proteção antes de entrar na zona de quarentena de pacientes suspeitos de portarem o vírus ebola, em Kivu do Norte (janeiro de 2019). Crédito: World Bank / Vincent Tremeau (CC BY-NC-ND 2.0)
A investigação foi lançada em outubro do ano passado por uma comissão independente co-presidida pelo ex-ministro das Relações Exteriores e Desenvolvimento Social do Níger, Aïchatou Mindaoudou e pela ativista de direitos humanos e defensora de sobreviventes de violência sexual, Julienne Lusenge.
O inquérito analisou acusações de exploração e abuso sexual durante missão humanitária em resposta a um dos surtos de vírus ebola em duas províncias do leste do Congo, Kivu do Norte e Ituri.
Foram feitas denúncias de crimes graves, incluindo nove acusações de estupro, por 83 mulheres e meninas com idades entre 13 e 43 anos.
Na terça-feira, a OMS informou que 21 dessas denúncias foram feitas especificamente contra funcionários da organização ligados à missão de 2018-2020. Entre os acusados estão funcionários locais e internacionais da OMS.
As vítimas receberam a promessa de empregos em troca de sexo. Os atos aconteceram em hotéis e outras acomodações alugadas pelos acusados. A maioria das vítimas nãofoi contratada conforme prometido, além de terem sido continuamente abusadas sexualmente pelos perpetradores. Também houve casos de mulheres que já trabalhavam na missão da OMS, mas foram demitidas após recusarem sexo com funcionários da organização.
De acordo com a investigação, os abusos resultaram no nascimento de 22 bebês de um total de 29 gestações. Algumas mulheres relataram terem sido forçadas a abortar pelos acusados.
O Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom, disse que a conduta dos criminosos não foi apenas uma “traição doentia às pessoas a quem servimos”, mas também uma traição de “nossos colegas que se colocam em perigo para servir aos outros.”
“Este é um dia sombrio para a OMS. Mas ao iluminar as falhas de indivíduos e da organização, esperamos que as vítimas sintam que suas vozes foram ouvidas”, disse Adhanom.
“Eu sinto muito. Sinto muito pelo que foi feito a vocês por pessoas que foram contratadas pela OMS para servi-las e protegê-las. Lamento pelo sofrimento contínuo que esses eventos devem causar. Lamento que vocês tenham tido que revivê-los ao falar com a comissão de investigação sobre suas experiências. Obrigado pela coragem em fazê-lo ”, acrescentou.
Com informações de The Epoch Times, OMS e Reuters
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