Wikipedia pode excluir página “assassinatos em massa sob regimes comunistas”
Plataforma alega que artigo possui viés anticomunista, mas não planeja apagar página "assassinatos em massa de comunistas"
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![Wikipedia pode excluir página "assassinatos em massa sob regimes comunistas"](https://sensoincomum.org/wp-content/uploads/2021/11/wikibiased-820x394.jpg)
Os usuários responsáveis por manter a Wikipédia não gostam do fato de que regimes comunistas assassinaram mais de 100 milhões de pessoas.
Por isso, querem excluir o artigo “Assassinatos em massa sob regimes comunistas” da plataforma. O grupo acusa o texto de apresentar um ponto de vista “anticomunista” tendencioso.
Agora, a página que descreve as ações de figuras como Stalin, Mao Tsé Tung, Pol Pot e Kim Jong Il, que decorreram em mortes de milhões de pessoas, apresenta um aviso de que poderá ser excluída.
![](https://sensoincomum.org/wp-content/uploads/2021/11/Captura-de-Tela-2021-11-29-às-11.52.21-1024x422.png)
Entretanto, a página “Assassinatos em massa anticomunistas” não corre risco de sumir da plataforma. O artigo que descreve as ocasiões em que comunistas foram mortos sob outros sistemas políticos não inspira a mesma preocupação de falta de neutralidade nessa gente.
A possível supressão foi criticada pelo historiador de Cambridge, Robert Tombs. Ele argumenta que minimizar a conexão entre genocídio e ideologia também impediria o ensino de crimes sob facsismo e colonialismo.
“Isso é moralmente indefensável, pelo menos tão ruim quanto a negação do Holocausto, porque ‘ligar ideologia à morte’ é o próprio cerne do motivo pelo qual essas coisas são importantes”, disse Tombs.
“Eu li a página da Wikipedia e me parece cuidadosa e equilibrada. Portanto, as tentativas de removê-lo só podem ser motivadas ideologicamente – para encobrir [os assassinatos do] comunismo.”
“Essa história terrível já foi minimizada: na Grã-Bretanha, as crianças em idade escolar têm muito mais probabilidade de estudar o Terceiro Reich do que a União Soviética.
Cliff May, diretor da Federação para a Defesa das Democracias, disse que quem tenta apagar este fato “deve ser visto como cúmplice, abrindo caminho para mais tirania no futuro.”
Crédito da imagem: @Mehaniq via Twenty20 Com informações de The Telegraph