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Wikipedia pode excluir página “assassinatos em massa sob regimes comunistas”

Plataforma alega que artigo possui viés anticomunista, mas não planeja apagar página "assassinatos em massa de comunistas"

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Wikipedia pode excluir página "assassinatos em massa sob regimes comunistas"

Os usuários responsáveis por manter a Wikipédia não gostam do fato de que regimes comunistas assassinaram mais de 100 milhões de pessoas.

Por isso, querem excluir o artigo “Assassinatos em massa sob regimes comunistas” da plataforma. O grupo acusa o texto de apresentar um ponto de vista “anticomunista” tendencioso.

Agora, a página que descreve as ações de figuras como Stalin, Mao Tsé Tung, Pol Pot e Kim Jong Il, que decorreram em mortes de milhões de pessoas, apresenta um aviso de que poderá ser excluída.

“A neutralidade deste artigo é contestada” e “este artigo está sendo considerado para exclusão de acordo com a política de exclusão da Wikipedia”, dizem os avisos.

Entretanto, a página “Assassinatos em massa anticomunistas” não corre risco de sumir da plataforma. O artigo que descreve as ocasiões em que comunistas foram mortos sob outros sistemas políticos não inspira a mesma preocupação de falta de neutralidade nessa gente.

A possível supressão foi criticada pelo historiador de Cambridge, Robert Tombs. Ele argumenta que minimizar a conexão entre genocídio e ideologia também impediria o ensino de crimes sob facsismo e colonialismo.

“Isso é moralmente indefensável, pelo menos tão ruim quanto a negação do Holocausto, porque ‘ligar ideologia à morte’ é o próprio cerne do motivo pelo qual essas coisas são importantes”, disse Tombs.

“Eu li a página da Wikipedia e me parece cuidadosa e equilibrada. Portanto, as tentativas de removê-lo só podem ser motivadas ideologicamente – para encobrir [os assassinatos do] comunismo.”

“Essa história terrível já foi minimizada: na Grã-Bretanha, as crianças em idade escolar têm muito mais probabilidade de estudar o Terceiro Reich do que a União Soviética.

Cliff May, diretor da Federação para a Defesa das Democracias, disse que quem tenta apagar este fato “deve ser visto como cúmplice, abrindo caminho para mais tirania no futuro.”

Crédito da imagem: @Mehaniq via Twenty20

Com informações de The Telegraph
Assuntos:
Leonardo Trielli

Leonardo Trielli não é escritor, não é palestrante, não é intelectual. Também não é bombeiro, nem frentista, não é formado em economia e nem ciências políticas. Nunca trabalhou como mecânico e nem bilheteiro de circo. Twitter: @leotrielli

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